quinta-feira, outubro 06, 2005

10 dias de arroz: dia 1

Quem já leu aqui os posts passados, vai lembrar de um em que eu perguntava o quanto o que comemos influencia no que somos. E vai lembrar também que eu iria começar uma dieta de desintoxicação a base de arroz integral orgânico e chá verde.

A dieta começou ontem e resolvi registrar aqui o evoluir de cada dia.

Arroz integral demora bem mais tempo para cozinhar do que arroz normal. A vantagem é que tem uma "textura" diferente e isso estimula bastante a mastigação. Na parte da manhã geralmente não como muita coisa, sinto enjôos só de pensar em comer. Bebo normalmente um copo de leite de soja. Ontem substitui o leite de soja por ban-chá.

Bebi vários copos de ban-chá e, o efeito diurético se mostrou rápido. Incrivelmente, não senti fome comendo só arroz. Tive um princípio de dor de cabeça, mas foi só comer mais uma tigela de arroz temperado com gersal e passou rapidinho.

Tenho comido mais porções, porém bem menores. Comer pouco e sempre. Dizem que é assim que deveria ser normalmente... acho que a cada 4 horas estou comendo um pouquinho.

O que aconteceu ontem é que percebo o quanto a gula está ligada com o psicológico. Ao ficar parado, sem prestar atenção em nada, começava a pensar em comidas simples. Um sanduíche de queijo quente, um pedaço de chocolate, um tomate-cereja com azeite...

Engraçado o quanto a gente pensa na lembrança do sabor das coisas quando elas estão restritas. Penso já com uma certa curiosidade como será depois destes 10 dias e poder redescobrir o sabor dos outros alimentos.

As mudanças que senti até agora? Hmmm... fui mais vezes ao banheiro (talvez seja parte do processo de desintoxicação) e demorei muito mais a dormir. Geralmente, acordo às 8h30 e durmo por volta da meia-noite. Ontem acordei no mesmo horário mas o sono só chegou depois das 3 da manhã e hoje, às 6h00 já estava pronto para acordar.

E ontem, enquanto buscava o sono, comecei a pensar em muita coisa. E de repente, me vi agradecendo a tudo o que estava podendo viver. Como se algo dentro de mim estivesse chamando a atenção para aquilo tudo de bom que vivo e que quase não presto atenção. O mais estranho é que de repente, no meio de todas estas reflexões, comecei a chorar. Mas não eram lágrimas de tristeza... eram lágrimas de felicidade.

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