sábado, julho 29, 2006

For a life less ordinary

Hoje recebi do meu amigo Fábio Fabrício, a indicação de um blog para visitar. O nome do blog é "Azar o seu querida". E chamou a minha atenção um post (que na verdade, era um trecho do editorial da revista Trip). Vejam só:

editoral: revista trip #140

1. Seremos mais felizes conforme conhecermos e compreendermos a interdependência entre os órgãos que compõem nosso corpo físico, dedicando tempo para conectá-los e mantê-los saudáveis, tornando a saúde e a eficiência do corpo um instrumento para a expansão de nossa alma.

2. Seremos mais felizes conforme melhorarmos a qualidade e a quantidade do nosso sono, a forma como descansamos e como despertamos.

3. Seremos mais felizes conforme possamos ter abrigo com conforto, espaço e dignidade, acesso à riqueza material, de forma que possamos viver o mais longe possível do horror da miséria e o mais próximo possível da graça da generosidade.

4. Seremos mais felizes conforme possamos ter acesso a educação, instrução e treinamento, para expandir nosso próprio potencial da maneira mais ampla possível, vivendo melhor, construindo e transformando mais e compartilhando os benefícios dessa existência mais iluminada com os outros.

5. Seremos mais felizes conforme possamos conhecer, entender, respeitar e apreciar outras formas de pensamento, modelos de vida, culturas, filosofias, raças, opiniões, cores, expressões artísticas, físicas e culturais, compartilhando valores e somando vivências.

6. Seremos mais felizes conforme possamos nos sentir seguros, acolhidos e protegidos na família, na comunidade e na sociedade em que vivemos.

7. Seremos mais felizes conforme possamos vivenciar e compartilhar um ambiente natural limpo, com ar, água, luz, espaço, sons e imagens que possam garantir nosso bem-estar e saúde, preservando e garantindo a sustentabilidade futura desse ambiente para nós e para os outros das gerações presentes e futuras.

8. Seremos mais felizes conforme formos livres, para ir e vir e para expressar nossa própria criatividade, idéias e opiniões, sendo respeitados em nossas crenças e éticas e respeitando as demais.

9. Seremos mais felizes conforme tivermos a possibilidade de ter um trabalho que construa e gere prazer e crescimento, para nós e para os outros. E, quando isso não for possível, conforme encontrarmos prazer e crescimento, para nós e para os outros, no trabalho que temos para desenvolver.

10. Seremos mais felizes conforme a quantidade e qualidade do tempo dedicado a produção, preparação e fruição dos alimentos, qualidade e pureza desses alimentos e a nossa capacidade de eliminar o que deles não pudermos aproveitar.

11. Seremos mais felizes conforme a quantidade e a qualidade do tempo dedicado à conexão entre espírito, mente e alma, ao que existe da nossa epiderme para dentro e especialmente aos relacionamentos humanos que nos são mais caros e fundamentais.

sexta-feira, julho 28, 2006

Terra em trânsito e Brasas no congelador

E minha primeira vez com Gerald Thomas não foi tão assustadora quanto imaginava. Sempre ouvi pessoas falando que não entendiam nada, que não curtiam, que não gostavam...

O que percebi foi que assistir uma peça do Gerald Thomas é menos teatro e mais experiência. Há algo estranho ali... senti um pouco como vendo um programa TV Pirata só que no teatro.

Muito nonsense, um oceano inteiro de referências, metalinguagem até dizer chega e críticas sendo disparadas o tempo todo. A metralhadora de críticas do Gerald Thomas não pára. E sobra para todos os lados: Israel, George W. Bush, Zidane, Chacrinha, Auschwitz, Jesus Cristo e os comedores de foie grais.

E sendo assim, procure não entender absolutamente nada. Apenas devaneie no confessionário de Thomas. Difícil somente acompanhar todas as referências regurgitadas: beluga e sevruga, foie-gras e Estrasbugo, 11 de setembro e Madrid, Harold Pinter, o filho da Glória e do Reinaldo, Chacrinha, Roberto Carlos (o jogador, não o cantor), Jorge Luís Borges e as metáforas, Ancinav.

Enfim, apenas delire junto com o nonsense.

segunda-feira, julho 17, 2006

Muita história eu tinha para contar... sobre pressa e dignidade humana

É incrível perceber no dia-a-dia o quão estamos imersos na velocidade. Percebi-me hoje já em alta ansiedade por conta do meu relógio que acusava o tempo passando enquanto estava parado no meio do trânsito da cidade.
Conversando com uma amiga, percebi o quão “sufocada” está a minha agenda. Termino sempre a conversa dizendo que quero fazer tanta coisa e reclamando pelo fato do dia ter somente 24 horas.

O tempo é artigo raro e, mesmo dormir já me angustia por conta do tempo que estou “perdendo”. Nestes dias de hoje, num tempo de funcionamento 24 horas, num tempo-internet, a pressa é o padrão no caos urbano.

Há pouco tempo fui a uma consulta na minha dermatologista. No exame, ela se deteve numa pinta que eu tinha no calcanhar e perguntou se eu tinha percebido alguma alteração na coloração ou no formato daquela pinta.

Não pude responder... porque eu nem sabia da existência daquela pinta. Talvez tenha me acompanhado desde o dia em que nasci, talvez tenha aparecido no dia anterior. E eu não tinha me dado conta da existência daquele sinal no meu corpo...

Fechei os olhos e tentei fazer um exercício de memória: lembrar do meu rosto e dos detalhes do meu sorriso... e se a minha orelha fosse cortada (num ato meio van Gogh) e jogada num balde com outras 100. Será que eu conseguiria identificar a minha?
Alego para mim mesmo, numa resposta de lógica pura e simples, que todos estes “detalhes” são irrelevantes, que são simples distrações do cotidiano... Afinal, qual é a importância de se saber que você tem um pinta no calcanhar? Pode ser algo irrelevante. Mas seguramente, são detalhes que passaram despercebidos por conta da nossa pressa diária. Frutos desta nossa vida em ritmo de videoclipe.

Há quanto tempo eu não saboreio um prato vagarosamente? Estou tão acostumado a engolir um sanduíche “light” entre um telefonema e a resposta de um e-mail? Um bom prato de comida vagarosamente degustado desde o início: observado em seus detalhes de cores e composição no prato, sentido em todos seus odores de molhos e condimentos...

Há quanto não como a sobremesa olhando para as nuvens ao invés de ficar olhando para os ponteiros do relógio? Há quanto tempo eu não bebo uma taça de vinho ouvindo o burburinho da tarde e sentindo o solzinho morno espantando o frio do escritório que parece se acumular na minha pele?

Pelo menos uma vez por semana eu faço aquilo que realmente gosto? Ou será que não tive tempo? Ou pior... será que não tive tempo para constatar qual é o meu gosto?
Definitivamente a pressa é inimiga da perfeição... e da dignidade humana...

domingo, julho 09, 2006

Dias na Paulicéia Desvairada

Depois de me mudar para Santos, todos os dias que passo em São Paulo fazem juz ao apelido de "Paulicéia desvairada". Foi só me afastar um pouco e percebo agora com mais intensidade o caos e a energia sempre pulsante da cidade.

E como não podia deixar de ser, fui conferir o máximo de novidades e encontrar o máximo de amigos. Tempo escasso para tanta coisa. Tentativa de atualização cultural, tentativas para resolver conflitos.

De novos lugares, fui em dois:

* Havana Café, que fica bem na esquina de baixo da rua onde eu morava antes. Bateu uma saudades do meu apartamento e fortaleceu ainda mais o meu desejo de voltar a morar em Sampa. Quanto ao Havana Café, o lugar é frequentado por senhoras e famílias. Todos procurando os famosos alfajores argentinos Havana. A minha dica de lá é a torta de maçã 1800: perfeito equilíbrio entre a acidez e a doçura da maçã.

* Puri é uma restaurante indiano lacto-vegetariano, localizado na rua Augusta no burburinho de lojas do lado Jardins. O mais encantador deste local é o fato de estar localizado numa pequena vila, um oásis longe da confusão da rua.

E é isso que curto em São Paulo... as surpresas de se descobrir sempre alguma coisa nova.