quinta-feira, setembro 18, 2008

Mama Mia!


Uma jovem prestes a casar quer descobrir quem é seu pai. Enredo bobinho, cenário paradisíaco nas ilhas gregas, elenco de nomes estelares e muita música do Abba. Pronto. Eis a fórmula de Mama Mia!

É assistir, sem querer pensar em algo mais profundo (deixe isso para quando for assistir "Ensaio sobre a cegueira") e sair do cinema cantarolando "Mama Mia" ou "Dancing queen" ou "The winner takes it all" ou "Take a chance on me".

Diversão leve e sem compromisso.

Ensaio sobre a cegueira


Perder algum dos nossos sentidos pode nos fazer voltar a um estado tão selvagem? Se houvesse a perda generalizada da visão em toda a cidade, voltaríamos a barbárie e teríamos a vigência de uma realidade sem os limites morais que temos?

Fiquei realmente chocado com a possibilidade vislumbrada no filme de Fernando Meirelles, baseado no livro do Nobel José Saramago. Inegavelmente, este é um filme muito bom... e denso (como poucos podem ser).

Ver São Paulo retratada num filme assim também me traz certea familiaridade mas também estranhamento. Um senso de identificação e de incômodo desconcertante.

Vale a pena assistir e refletir muuuuuito. E enquanto isso, vou criando coragem para ler o livro do Saramago. Afinal, se um filme (uma arte audiovisual) já conseguiu me causar este impacto, o que será que um livro (que abre mais as portas da imaginação) poderá trazer?

Lugar nenhum


Há um mundo invisível e que nos toca o tempo todo. Este mundo, às vezes incômodo, que preferimos não ver e nem saber de sua existência. "Lugar nenhum" trata destes lugares e dos habitantes deste mundo particular. Cria uma mitologia e um universo paralelo, a poucos metros abaixo de nós.

Neil Gaiman, como sempre, escreve um mundo inteiro a ser descoberto de forma leve e fluida. Dizem que este seria o livro que Kafka e Terry Pratchett escreveriam se ficassem trancados num porão. Será? Não sei porque nunca li nada de Terry Pratchett...

Quanto a "Lugar nenhum", posso dizer que gostei muito e embarquei em diversas viagens sobre invisibilidade social. Seja dos trabalhadores de níveis mais baixos (quem é que repara realmente no gari, na faxineira ou no segurança?), seja dos indesejáveis (drogados, loucos, pedintes).

Pinocchio



Finalizei a leitura de "As aventuras de Pinocchio" de Carlo Collodi. E, posso dizer que me surpreendi com o que li. Nunca tinha lido a versão original do livro e, Pinocchio me pareceu extremamente cruel em vários momentos.

Um ser amoral, que acaba aprendendo muita coisa a partir do sofrimento próprio e o infligido a outros. Seria o Pinocchio de Collodi um precursor do Macunaíma de Mário de Andrade? Um herói sem moral e que em suas aventuras aprende algo sobre a vida.

Não lembrava da raposa e do gato, nem de passagens como o enforcamento do Pinocchio ou da Fada Azul (que ora era menina, ora era mãe, ora era uma cabra). Detalhes que Walt Disney suprimiu e que tiram um bom tanto da delícia da estória.

Smoking / No smoking


E se ao invés de dizer isso, tivesse dito aquilo? E se ao invés de pegar o caminho da direita, tivesse pego o da esquerda? E se eu tivesse escutado o que o outro dizia ao invés de ser cabeça-dura?

Sempre achei que os "e se..." eram coisas inúteis. Afinal, eram probabilidades de algo que não tem mais como acontecer. Melhor sempre viver o presente e não se arrepender de escolhas feitas. Pensar no que poderia ter sido é um gasto de tempo precioso e que não leva a nada.

Mas, Alain Resnais (este diretor francês que eu mais ouvi falar do que assisti algo) pegou as probabilidades e transformou em matéria-prima do duo de filmes "Smoking" e "No smoking". Filmes diferentes e histórias diferentes a partir da premissa da personagem em fumar ou não fumar.

Fui conferir "No smoking" no CCBB e curti bastante a oportunidade. Deu vontade de conferir "Smoking" (que passaria no dia seguinte).

sábado, setembro 06, 2008

Zeitgeist



Já tinha ouvido falar do filme, mas a oportunidade para assisti-lo não aparecia. Surgiu recentemente graças a minha amiga Cláudia Chaves, que enviou o link para o vídeo disponível na internet.

Achei a parte sobre a história da religião cristã muito interessante. Mas o restante soa muito como aquelas teorias de conspiração que pululam por aí. Se é verdade ou mentira, cabe a quem assistir dar o seu veredito.

Curti mais como curiosidade do que como produto de cinema. Quem tiver uma banda larga e puder assistir o filme, o link é este:

http://video.google.com/videoplay?docid=-2282183016528882906

Fadas no divã




Fiquei surpreso com o comentário no meu último post da Natalia. Engraçado saber que mesmo depois de ter escrito alguns posts faz um tempão, eles ainda aparecem nas pesquisas feitas por alguns na internet... Bem, sobre contos de fada e a perversidade implícita (em algumas vezes não), recomendo dois livros com os quais cruzei recentemente:

* "Fadas no divã" de Diane Lichtenstein Corso e Mario Corso

* "Psicanálise dos contos de fada" do Bruno Bettelheim.

Confesso que não li completamente os dois livros, mas há pontos bem interessantes quando pude ler alguns trechos (ainda bem que não cobram para a gente ficar lendo parte dos livros lá na Livraria Cultura... rsrs).

Outro que chamou minha atenção foi uma versão das fábulas dos irmãos Grimm rotierizadas em formato HQ por cartunistas brasileiros. A versão que está lá para Cinderela é bem interressante. Quem diria que a Cinderela iria calçar uns sapatos de chumbo em brasa na madrasta...

Aliás, a versão original dos contos descritos pelos irmãos Grimm eram destinadas aos adultos. Somente após saberem que os contos eram mais lidos por crianças que começou-se o processo de suavização.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Tempo tempo tempo



Após a ausência (injustificada), o retorno (também injustificado). Quanto tempo vou manter a constância de postagens? Não sei, não sei. E só sei que ultimamente estou com vontade de saber cada vez menos.

O mundo parece menos complicado quando a gente decide saber menos. Há felicidade na ignorância? De abril (data da última postagem) para cá, muita coisa aconteceu. Ou pouca coisa aconteceu... depende do ponto de vista, depende com o que se compara.
Um dia após o outro você acorda e o mundo sempre vem ao seu encontro.

O que fiz neste tempo? O que aconteceu neste tempo? Fui bombardeado por torcedores madrugadores das Olimpíadas. Sigo tentando entender minha vida fora de Santos. Fui assaltado. Comprei um iPod novo (oferta irrecusável da minha amiga Cynthia). Descobri o som da banda Vanguart.

Fui para Caraguatatuba (por conta da Virada Cultural Paulista) e me fartei com frutos do mar. Fui para Paranapiacaba (por conta do Festival de Inverno) e descobri as trilhas do parque das nascentes. Fui para Campos do Jordão (por conta do encerramento do Festival de Inverno) e comi fondue e assisti o Kurt Mansur regendo a Orquestra Acadêmica. Fui para São Francisco Xavier (por conta do Festival Literário) e curti a aventura de curtir um lugar sem ter planejado ficar.

Meu computador quebrou. Acabei comprando um novo e atualmente fico maldizendo o Office 2007 (eu já estava tão acostumado com os menus). Fui para a Bienal do Livro de São Paulo e comprei muuuuitos livros.

Aliás, tenho lido muito... meus livros foram ótimos companheiros em todos os momentos: "1968 - o que fizemos de nós" do Zuenir Ventura, "Ética para meu filho" do Fernando Savater, "Breve história do mundo" e "Breve história de tudo" (livros perfeitos para um geminiano que quer transitar por vários assuntos), "Coisas frágeis" do Neil Gaiman, "O livreiro de Cabul".

Agora estou com dois simultâneos: "Arte brasileira na Folha" e "Lugar nenhum do Neil Gaiman. As compras na Bienal já garantiram as leituras até o final do ano.

O que rola agora? Hmmmm... meu tempo basicamente é dividido em trabalho (sim, continuo na Secretaria de Cultura) e diversão (que invariavelmente tem estado associadas a trabalho... aberturas de exposições, filmes, peças de teatro, concertos, festivais). Há muito para se falar... mas agora melhor retomar tudo aos poucos. Se meu humor permitir, é claro...