domingo, maio 31, 2009

Festival da Mantiqueira


Ontem fui para São Francisco Xavier, charmoso distrito da cidade de São José dos Campos, onde está acontecendo o 2º Festival da Mantiqueira. Infelizmente, desta vez não consegui ficar lá para a programção noturna (que prometia shows de Marina de la Riva e da banda de jazz do Luís Fernando Veríssimo).

A memória que tenho de eventos do passado é sempre relacionada a algum dos cinco sentidos. Associo perfumes, texturas, sabores, cores e sons a lembranças. São Francisco Xavier está relacionado a uma truta assada com pinhão na manteiga num restaurante pertinho da praça do coreto, um suco de limão-cravo na barraquinha da praça, o cheiro dos ramos de macela sendo vendidos lá no Centro Turístico, ao som da cachoeira e dos caxinguelês passando rápido perto da gente... E tudo isso sem contar com a programação do Festival.

Ano que vem tem mais... e espero poder voltar com mais calma.

Anjos e demônios


Depois de um dia de trabalho estressante, o que mais funciona para mim como válvula de escape é um filme. Só que nestas ocasiões em que minha cabeça está explodindo por conta de tantas reuniões e decisões e análises, o que mais quero é um filme no qual não tenha que pensar muito. Aquele filme feito apenas para entretenimento.

E foi assim que acabei indo conferir "Anjos e demônios" do Ron Howard. Primeira surpresa: gostei mais deste filme do que o anterior ("Código da Vinci"). Segunda surpresa: a personagem feminina não aparece simplesmente como alguém a ser salvo pelo herói, ela tem personalidade e foi ótimo não ter caído no óbvio romance com o protagonista. Terceira surpresa: a presença dos sempre talentosos Ewan McGregor e Armin-Mueller Stahl (que fazem respectivamente os papéis do Carmelengo Patrick McKenna e do cardeal Strauss).

O filme é mais uma daquelas tramas com pistas a serem desvendadas, ritmo de videoclipe, locações belíssimas (adorei poder rever a capela Sistina e a basílica de San Pietro) e algumas boas descobertas e reviravoltas. Para divertir-se sem compromisso.

domingo, maio 24, 2009

Hopi Hari


A última vez que tinha ido ao Hopi-Hari não foi muito memorável. Filas imensas, tempo nublado e comida ruim. Ontem, arrisquei novamente ir para lá. O cenário foi exatamente o mesmo (com exceção do tempo): filas imensas e comida ruim.

Para solucionar o problema da comida ruim, resolvemos ir mais tarde (e tomar um café da manhã reforçado). E para o problema das filas imensas, resolvemos apelar para o Hopi Pass.

COmo princípio, acho condenável. É estranho para mim a prática institucionalizada de se "furar a fila". O que é o Hopi Pass? Bem, ao ver aquelas filas gigantescas (e na última vez fiquei 3 horas na fila para poder dar uma voltinha na montanha-russa), quem quiser pode comprar um passe para entrar pela saída e furar a fila normal.

Ontem, eu me rendi ao Hopi Pass. Como já não tinha gasto com o ingresso (porque ganhei uma cortesia), gastei com o Hopi Pass. Só posso dizer que a sensação foi um tanto dúbia para mim. Realmente não peguei fila alguma para embarcar nos 6 brinquedos que escolhi, mas ficou a sensação de não estar sendo justo. Um sentimento de alívio (por não ter que passar horas numa fila) e culpa (por estar fazendo algo que acho condenável).

Fiquei pensando numa solução possível que permitisse não furar a fila. E vi vários brinquedos que não estavam em funcionamento. Na minha lógica, pensei assim: se todos os brinquedos do parque estivessem funcionando, as filas seriam dispersadas e todos os visitantes se beneficiariam. É claro que sempre haverá filas maiores para atrações mais requisitadas (como a montanha-russa, por exemplo). Mas acho que as filas seriam menores e não seria necessário vender um passe-fura-fila. Mas acho que não há intenção do administrador do parque em perder esta renda extra...

É uma pena. Pelo visto, Hopi Hari só em dias de semana e fora do período de férias escolares.

domingo, maio 17, 2009

Sabores desconhecidos


Quando viajo, adoro ver feiras livres e mercados. Aquelas cores e aromas, vegetais diferentes, sabores ansiando por serem descobertos. Lembro que quando fui na Feira Boliviana, fiquei curioso com aquele mingau estranho de cor vinho, que depois descobri ser feito de um milho com os grãos negros.

Quando fui para Natal, provei da cajuína (aquela que o Caetano cantava "a cajuína cristalina em Teresina") e curti bastante. Recentemente, aqui pertinho de casa, descobri uma sorveteria que vende picolés de frutas exóticas. Lá pude provar um refrigerante feito a base de mate (o Mate Chimarrão Libra) e vários picolés de sabores estranhos.

Hoje provei o picolé de mutamba (a imagem deste post é o da fruta). Tem um gosto que me lembrou uva-passa. E nas minhas idas anteriores, já tinha tinho a oportunidade de provar outros sabores: cajá-manga (azedinho), gabiroba, tamarindo (não gostei muito), pequi (cremoso e suave), mangaba (azedinho e suave) e umbu.

E, pelo o que vi, há uma lista grande ainda de sabores para descobrir...

sexta-feira, maio 15, 2009

No mundo das vernissages


Lembro de uma cena de um filme do Sérgio Bianchi no qual uma personagem dizia que jamais passria fome porque sempre tinha um evento cultural acontecendo na cidade de São Paulo com comida e bebida. Na época achei engraçado, hoje tenho visto o quão real isso pode ser.

Nesta semana, se quisesse, poderia ter dispensado todos os jantares apenas indo a aberturas de exposições. Vejamos:

* segunda-feira - "O francês em todos os sentidos" no Museu da Língua Portuguesa. Discursos e mais discursos. Exposição interessante, retomando um pouco do lúdico. Coquetéis a base de Cointreau e comidinhas brincando com a mistura da culinária francesa com a brasileira.

* terça-feira - "Redesenhando a cidade informal" no Museu da Casa Brasileira. Uma exposição para falar de soluções urbanas para as regiões de favelas. E todos brindam com espumante enquanto ouvem o professor de MIT falar sobre os dados da população em habitações informais.

* quarta-feira - "Terra em transe - Manuel Vilariño" no MASP. Pouca gente, fotografias brincando com a idéia da mortalidade. Ao mesmo tempo aconteciam as aberturas da SP Arte e da exposição do Mestre Didi no Museu Afro-Brasil.

* quinta-feira - "Rico Lins" no Instituto Tomie Ohtake. Não fui... preferi ir conferir a SP Arte. Uma boa seleção de obras de arte e preços estratosféricos.

* sexta-feira? Ahhh... estou cansado. Então, desta vez nada de eventos. Mas a semana que vem reserva muito mais.

quarta-feira, maio 13, 2009

Sobrecarga de informação


Uma vez, numa palestra ouvi algo na linha "mais informação foi produzida pela humanidade na última década do que nos milhares de anos anteriores".

Talvez seja verdade e, talvez seja por isso que eu veja com certa cautela todos os novos canais de comunicação que surgem. Houve um tempo em que eu baixava mais música do que podia ouvir. Afinal, são tantos os sites onde posso conseguir conteúdo... (escrevo estas linhas ouvindo um disco da Duffy que acabei de baixar).

Tento descobrir um pouco mais do Facebook e das milhares de ferramentas que podem ser acionadas. O meu perfil no Orkut está um tanto parado... e meu MSN fica piscando o tempo todo, acusando pessoas que ficam online.

Agora, parece que a onda é o Twiter. Será que vou acabar aderindo ao microblogging?

sábado, maio 09, 2009

And my eyes are looking for fying saucers in the sky...

Breve história do mundo


Terminei recentemente de ler os dois livros lançados de Geoffrey Blainey: "Uma breve história do mundo" e "Uma breve história do século XX". Linguagem simples, apresentação lógica esclarecedora, uma leitura que flui facilmente. É claro que serve como aperitivo para algo mais... quem quiser profundidade, não encontrará ali.

Mas a sensação mais interessante que tive foi perceber que "faço parte da história". Uma sensação estranha de ver descrito num livro de história, fatos que você realmente vivenciou. Sensação estranha esta a de ver descrito como história aquilo que você se lembra. Ver ali descrito no livro a queda do muro de Berlim, a ansiedade da Guerra Fria e outros fatos não tão distantes assim, deu a mim a sensação de inevitavelmente estar no fluxo da história.

Aff... isso parece crise de alguém que não aceita bem a idade que tem. rsrs. Mas fico me associando à idéia daqueles velhinhos que surgem para contar sua experiência na 2ª Guerra Mundial ou a penúltima passagem do cometa Halley.

P.S.: gostei muito da imagem que encontrei para colocar aqui. Tirei de um blog chamado Storming the Reality Studio.

terça-feira, maio 05, 2009

Sinédoque Nova York


Charlie Kauffman chamou a minha atenção. Primeiro com "Quero ser John Malkovich". Depois com "Adaptação". Ambos os filmes dirigidos por Spike Jonze davam uma mostra do turbulento mundo e uma certa coragem em histórias pouco convencionais.

Depois veio "Brilho eterno numa mente sem lembranças", que até conseguiu me fazer ter simpatia por Jim Carrey. E agora, esperava com muita ansiedade o filme que o roteirista de todos estes filmes anteriores lançava como diretor-roteirista.

O elenco é impecável: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Michelle Williams, Samantha Morton, Emily Watson e Dianne Wiest. Todos numa trama que flerta com a metalinguagem das artes cênicas. Um diretor-escritor que resolve montar uma peça sobre a própria vida, numa viagem egocêntrica de auto-descoberta e busca de redenção.

Um tanto maluco, um tanto melancólico. Não consigo avaliar muito bem... Se gostei do filme? Realmente não sei. Posso dizer que não desgostei. Há um certo sabor corrosivo e pontos demais para se refletir. Não é uma diversão leve. Mas para quem quiser delirar um pouco em pensamentos, este é o filme.

segunda-feira, maio 04, 2009

Diários de viagem: Curitiba


Dia 1: Chegada a Curitiba numa madrugada fria. Hotel Vernon. Algumas horas de sono. Ônibus turístico. Vista panorâmica da cidade. Frio e garoa. Museu Oscar Niemeyer. Muitas salas de exposição. Exposições variadas: cerâmicas dos povos nativos da América do Norte, obras das pessoas em tratamento psiquiátrico sob acompanhamento da Nise da Silveira, acervo de pinturas de paisagens do Museu Soumaya, telas de Portinari da coleção Castro Maya, pinturas de Sérgio Fingerman. Bosque do Papa, casinhas de madeira cenográficas. Parada na Universidade Livre do Meio Ambiente. Antiga pedreira, bosque e construção integrada a paisagem. Ópera de Arame e pedreira Paulo Leminski. Caminhada noturna pelo centro da cidade. Largo da Ordem. Praça Tiradentes. Jantar no shopping Estação. Antiga estação ferroviária convertida em shopping center. Cozinha japonesa, chinesa, malaia e tailandesa.


De Curitiba a Morretes. Litorina de luxo. Será que no Orient Express é assim? Paisagens deslumbrantes da Serra da Graciosa. Em Morretes, feira de artesanato, construções históricas e passeio no rio. De Morretes a Antonina. Desta vez, numa van. Pausa para almoço típico: barreado. Caminhada pela cidade. Refrigerantes estranhos: marca Cini, sabores abacaxi e framboesa. De Antonina a Curitiba. Percurso numa estrada dos tempos do Brasil império.


Último dia. Caminhada do hotel até o Jardim Botânico. Museu Botânico, exposição de orquídeas, jardim dos sentidos, jardim de plantas regionais, estufa. O que chamou mais a minha atenção foi uma casa de joão-de-barro instalada em cima de um poste de iluminação numa das alamedas do jardim. Próxima parada: Memorial Ucraniano. Construção toda em madeira. Exposição de pessankas. Mirante da torre panorâmica da Brasil Telecom. Fila e uma certa decepção. Curitiba parece ser mais verde ao sul e ao oeste. Almoço no Saanga Grill. Não achei nenhum livro da Helena Kolody na Megastore da Livraria Curitiba. Espaço Perfume do Boticário. Exposição interessante: o ato de se perfumar é o fio-condutor para mostrar as mudanças na sociedade. Aperte um botão e sinta os aromas. Volta para São Paulo.