quinta-feira, junho 29, 2006

Trondheim Soloists

Há oportunidades que não se pode perder... ontem foi um destes casos. A orquestra de cordas dos Solistas de Trondheim fez uma apresentação em Santos. Chance rara para ver em ação uma das melhores orquestras de cordas do mundo.

E chance rara também porque nunca tinha visto nada vindo da distante Noruega, uma daqueles países que já ouvimos falar em algum momento mas que nunca sabemos mais a respeito.

Músicos jovens, execução precisa, repertório curioso. Uma pena que o público não tenha ajudado...

Começando pela falta de respeito: se o espetáculo está com início previsto às 20h30, nada mais fácil de supor que todos já devam estar acomodados em seus lugares. O que se viu foi uma cena dispensável: os músicas iniciando a execução das Bachianas Brasileiras nº09 e pessoas ainda percorrendo os corredores. O pior é que ao invés de se sentarem logo, ficavam cumprimentando conhecidos pelo caminho.

A apresentação seguiu tranquila. E só foi quebrada por aplausos em horas erradas. A pior de todos foi numa hora em que havia uma transição de ritmo e parte da platéia começou a aplaudir. Os músicos que estavam concentrados na execução perderam o ritmo... E a cara da violonista foi um misto de pânico e indignação.

Tudo bem que a peça executada era de um compositor norueguês (desconhecido do grande público) mas acho que dá pra saber a hora de aplaudir se prestarmos atenção na mis-en-scene dos músicos.

A entrada da harpista (na verdade, um instrumento tradicional chamado de harpa keyed) trouxe um pouco mais de animação. Muito simpática, buscando interagir com o público e tocando músicas folclóricas norueguesas e suecas (que me lembraram muito a sonoridade céltica).

segunda-feira, junho 26, 2006

Jazz Sinfônica

A minha primeira experiência com a Jazz Sinfônica não foi das mais agradáveis. Fui com uma amiga conferir a primeira apresentação de uma missa escrita pelo Arrigo Barnabé para o Itamar Assumpção.

Achei tudo muito "experimental" demais. Também... nunca tinha ouvido nada do Arrigo Barnabé nem do Itamar Assumpção e fui arriscar ver um missa (com direito a Kyrie Eleyson)...

Desta vez, a experiência foi menos "traumática" e pude conferir aquilo que a Jazz Sinfônica se propõe a fazer: um cross over entre a música erudita e a música popular.

Cole Porter, Milton Nascimento, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Astor Piazolla. Repertório de primeiríssima qualidade. Arranjos muito bem feitos e deliciosamente apreciados.

Na primeira peça da noite, "Vera Cruz" do Milton Nascimento, já se percebia que a experiência valeria muito a pena.

Curto muito a música pelo fato de haver uma certa magia... há músicas que simplesmente me fazem orbitar em outra atmosfera, que parecem penetrar na alma e vibrar junto na nossa frequência.

domingo, junho 25, 2006

Design brasileiro! Yes, nós temos banana.

Nesta semana que passou fiz alguns programas bem diferentes. Na quarta-feira fui conferir a 1º Bienal Brasileira de Design.

Aplaudo bastante a iniciativa mas achei um tanto fraca. Faltou tanta coisa a ser mostrada... Mas, para quem não tem uma idéia do que seja a produção no design brasileiro, vale a pena visitar.

Na verdade, vale mais a pena a visita por conta da exposição homenageando a produção de Charlotte Perriand. Quem é Charlotte Perriand? Pois é... nem eu sabia também.

Ela foi uma das grandes colaboradoras do Le Corbusier. E arrisco a dizer inclusive que foi a grande cabeça em muitos conceitos-chaves no desenho de mobiliário do movimento modernista encabeçado por Corbusier.

Fiquei até pensando se o fato dela não ser conhecida se devia ao fato dela ser mulher. Bem, isso fica para uma outra discussão.

De Sampa para Santos... Aqui de volta a Santos, acabei descobrindo uma barraquinha na feira hippie que vende apenas produtos feitos a base de banana. Desde a clássica bananada até macarrão de banana e suco de banana. E para os formigões, a dica é o pão-de-mel de banana. Aff... maravilhoso.

No cineminha da praia, acabei conferindo o filme espanhol: Crime ferpecto. Uma comédia de humor negro que atira para várias frentes. Da competição dentro do ambiente corporativo a questão da ditadura da beleza. Vale a pena conferir para passar o tempo e dar algumas risadas.

quinta-feira, junho 22, 2006

Chick lit

De vez em quando ouço falar de novos rótulos... e foi assim que surgiu o metrossexual, o nerd, o kidult.

Agora ouço falar da chick lit. E quem é a chick lit? Pelo o que eu entendi, são aquelas retratadas na figura romântico-sonhadora de Bridget Jones.

Veja só algumas características:

- A heroína está procurando o homem certo ou se recuperando do homem errado

- Ela tem um emprego sem perspectivas ou está tentando subir na carreira

- Ela freqüentemente trabalha com relações públicas, propaganda ou em uma revista feminina

- O tom é freqüentemente leve e divertido

- A história em geral é contada na primeira pessoa

- No final, em geral a heroína resolveu todos seus problemas e aprendeu lições importantes sobre a vida.


Se formos considerar o sucesso da série Bridget Jones e assemelhados, devo supor que há mesmo mulheres que se identificam no estereótipo das chick lits?

terça-feira, junho 20, 2006

O futuro? O futuro começa hoje... e como diria Leminski, haja hoje para tanto ontem.

Estou numa fase de querer conhecer outras pessoas... e sinto-me meio que naquele jogo do "six degrees of separation". Dizem que todos nós estamos ligados por uma cadeia e não mais do que 6 pessoas nos separam de qualquer outra.

O Orkut possibilitou que eu ampliasse muito meu círculo de conhecidos virtuais. O único problema é que eu não consigo ficar apenas na virtualidade. E com isso, já consegui fazer grandes amigos que ultrapassaram a fronteira do virtual.

Agora estou em momento de contatos... e através de cliques, vou conhecendo outras pessoas. O que isso tudo vai dar? Não sei... não espero nada. E acho melhor assim. Desta forma até acabo lucrando com tudo isso: ganho alguns amigos.

segunda-feira, junho 19, 2006

Aniversário no Rio de Janeiro

Pois é... enfim, completando mais um ciclo. Chegando aos 31 anos. Confesso que com menos crises que no ano passado. Muita gente me parabenizando, de pessoas que não conheço muito bem a amigos de longa data.

É bom pensar que nesta correria do dia a dia, as pessoas ainda páram e dedicam alguns minutos para te desejar "parabéns". Na medida do possível, responderei todos os scraps e e-mails.

O dia do aniversário foi tranquilo... normal, talvez até demais. No final do dia, um jantar em São Paulo com a minha família.

E logo algumas horas depois, na madrugada do dia 15, estava a caminho do Rio de Janeiro. Resolvi não fazer grandes festas neste ano e pude curtir as comemorações do meu aniversário ao lado de amigos no Rio de Janeiro.

Não é a primeira vez que comemoro meu aniversário em outras terras. Lembrei-me que há 5 anos atrás, nesta mesma época, estava circulando pela Europa e no dia do meu aniversário, estava em Salzburgo.

Mas esta viagem ao Rio foi muito especial e pude curtir alguns programas inusitados.

Logo no primeiro dia, fui ao Espaço Cultural da Marinha. Uma visita a um submarino-museu, o S Riachuelo, e um passeio no rebocador Laurindo Pitta pela baía de Guanabara. Um passeio interessante (e barato... apenas R$4,00) para curtir o melhor do Rio: o visual.

De lá, fomos caminhar um pouco pelo Centro. No CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil, uma exposição sobre futebol. Definitivamente, não sou um daqueles brasileiros típicos. Não curto futebol nem embarco na histeria coletiva da Copa do Mundo.

No Paço Imperial, uma exposição sobre Paradoxos na arte contemporânea. Confesso que não entendo a arte contemporânea. Alguns dizem que não tem o que se entender, mas apenas sentir. Mesmo assim, não sinto também nada em relação a arte contemporânea. Soa sempre um universo hermético para mim.

A noite do primeiro dia foi de comemoração de aniversário. Eram 3 geminianos na mesa... então já dá pra ver que o papo foi muuuuito animado. risos. Eu e mais duas amigas (que também fizeram aniversário nestes dias). O evento foi um jantar simples no restaurante Siri da Barra. Uma ótima pedida... porções generosas e preços acessíveis. Come-se muito e paga-se um valor justo. Muitas risadas regadas a pastéizinhos de camarão e um maravilhoso risoto de frutos do mar.

Uma boa noite de sono e o dia seguinte foi de mais passeios. Logo pela manhã, pegar o bonde na Lapa para Santa Teresa. A região da Lapa e Santa Teresa lembra muito a região Pinheiros - Vila Madalena em Sampa. Na Lapa, muitos bares. Em Santa Teresa, também bares e muitas lojinhas de artesanato. Ares boêmios.

Em Santa Teresa, descobrimos os doces portugueses da Alda Maria. Comi muuuuito: toucinho do céu, bem-casados, pastel de nata, pastel de Santa Clara... É claro que depois deste festival gastronômico, a solução era queimar calorias andando pelas ruas do bairro.

Curti muito Santa Teresa. E de repente, chegamos na escadaria Seladon... algo semelhante aos muros da Vila Madalena. Cacos de cerâmica e criatividade.

Passamos pelos Arcos da Lapa, vi o Circo Voador e a Fundição Progresso. Descobri que no Circo Voador aconteceria um show do Pedro Luís e a Parede no sábado. Vontade de adiar a volta para conferir. Mas ficou mesmo na vontade.

O resto do dia foi em Petrópolis. A cidade imperial foi meio decepcionante para mim. A casa de Santos Dumont não apresenta nada de mais... melhor conferir mesmo o design de Santos Dumont na exposição aqui em Sampa (risos). O Museu Imperial peca pela falta de tato dos funcionários e da pobreza nos serviços.

O que ficou claro para mim nesta visita a Petrópolis foi que a idade Média devia ser algo insuportavelmente malcheiroso. risos. Cheiro nauseante de cocô de cavalo pelas ruas...

O melhor de Petrópolis foi encontrado em Itaipava. No meio da fome do dia inteiro, encontramos o Aldeia Brasil. Um local que vendia comida nordestina (sim, é isso mesmo) e com um atendimento impecável. Garçons simpáticos e prestativos. Uma atenção rara de se encontrar no Rio.

No final da noite, fomos pegar um casal de amigos na Rodoviária. E voltamos para a Barra. Hora de recarregar as baterias par ao último dia.

Sono além do previsto e uma chuvinha chata pela manhã no sábado. Céu um pouco nublado... Fomos curtir o café da manhã no Bistropical, na Barra da Tijuca. Local inusitado que reúne um garden center, loja de artesanato e restaurante.

De lá, para o Alto da Boa Vista. Uma última visão do Rio antes da volta... e a vista foi lá na Vista Chinesa. Uma boa forma de me despedir do Rio.

terça-feira, junho 13, 2006

Rapidinhas

Provas e mais provas. E um mergulho em cima de apostilas. Isso é meio cansativo e é claro, afeta muito minha vida social. Tenho sentido falta dos meus amigos... aliás, tenho sentido falta de mim mesmo.

Mas, no meio de tanta coisa, consegui ir vendo e descobrindo outras.

Música
Agora estou ouvindo Muse (uma espécie de Radiohead só que com uma levada meio punk), Snow Patrol (uma banda inglesa que faz um som semelhante ao do Coldplay) e Bevinda (cantora portuguesa que canta fados). Ecletismo é isso aí... risos

Internet
No Youtube, procure pelo vídeo Sugar baby Love Campaña Francia VIH. É uma animação feita para uma campanha sobre prevenção e uso de camisinhas. O mote da campanha é "Use para se proteger e encontrar a pessoa certa".

E no mundo dos blogs, surgiu uma piada engraçadíssima. Imaginem a Regina Duarte (sim, ela mesma, a "namoradinha do Brasil") falando coisas e tendo atitudes totalmente opostas a imagem dela. Pois bem, é isso que vc vê em Meu nome é Regina. Vale a visita...


Exposições
Em Santos, a exposição Na terra de Macunaíma despertou a minha vontade de ler este clássico do Mário de Andrade. Sim, eu nunca li Macunaíma. E nem o filme assisti. Mas os poucos trechos que vi na exposição despertaram esta minha vontade.

Incas, maias, astecas... geralmente são estes os povos que nos vêem a cabeça quando tentamos lembrar das civilizações pré-colombianas. Na exposição Soy loco por ti America, vemos que há muito mais que isso. Mochicas, chimus, nazcas... enfim, muuuuita coisa para nos fazer ver a diversidade destas culturas ancestrais. A exposição está muuuuuito boa e vale a pena conferir (fica só até o dia 16 de julho). Ahhh... e a linha de tempo fazendo o comparativo entre as civilizações é muuuuuuito boa.


Cinema
Assisti finalmente o tão comentado clássico "Blow-up" do Michelangelo Antonioni. Já tinha feito uma crítica a respeito do Antonioni antes. Dizendo que não entendia o porquê de certos críticos endeusarem alguns cineastas. Antonioni é cerebral demais para o meu gosto, distante demais e acho que nonsense demais também.

quinta-feira, junho 01, 2006

Computadores, arte interativa e catálogos criativos

Semana passada (sim, estou atrasado nos meus relatos)... Mas há tanta coisa acontecendo que se fosse postar tudo de uma vez, cada post viraria uma carta.

Mas voltando... semana passada fui a um evento na FAAP sobre arte interativa. A exposição se chama iNova e mostra as possibilidades do uso de recursos tecnológicos no campo da criação de obras de arte.

Aliás, a FAAP está de parabéns pelas exposições que organiza. Além de serem gratuitas, primam pela qualidade das montagens.

Na iNova, a maior parte dos trabalhos veio do grupo Mine-Control, criado por Zach Simpson. Vale a pena depois visitar o site deles para ver a descrição mais detalhada de outros trabalhos.

Eu curti muito todos. Uma tela de projeção, sensores que captam a luz ou o movimento, softwares que interagem com os sensores e pessoas. Ao contrário das exposições tradicionais, onde as obras ficam atrás de vidros e são colocadas em pedestais, nesta a palavra de ordem era "interagir". Sim, nós podíamos pisar nas obras. Sim, nós éramos convidados a soprar, deitar, iluminar, pegar nos pincéis e lanternas.

Valeu a pena ver o trabalho do grupo Mine-Control.

Meus preferidos? Hmmm... gostei muito de Poesia Efêmera (você sopra num aro como se fosse fazer uma bolha de sabão, aí na tela é projetada uma poesia), Moderation (caminhando por um riacho, aos seus pés começam a nascer flores e vida em explosão de cores), Calder (passando o pincel na tela, você monta seu próprio móbile a la Alexander Calder) e Mariposa (sua sombra é projetada na tela e a partir daí, milhares de mariposas começam a pousar na sua sombra projetada).

E por falar em possibilidades no mundo da computação, descobri por intermédio do meu amigo Rafael (que é publicitário), um catálogo virtual para uma nova coleção de roupas de uma marca chamada Shay.

O catálogo, ou melhor, os catálogos estão disponíveis para download e chamam muito a atenção. Sabe a idéia de que "sexo vende"? Pois bem, a marca Shay resolveu ousar e fez 3 catálogos virtuais com a temática "pornografia".

Os catálogos são filmes pornôs (sim, é isso mesmo que você está lendo) no formato Mpeg. E como o objetivo é divulgar as novas roupas da coleção, usa o recurso de hot-spot. Basta você passar o mouse por cima dos pontos verdes indicados e detalhes da roupa usada pelos atores aparecem.

Criativo? Sim. Provocativo? Com certeza. Ficou curioso? Vai lá correndo conferir a nova coleção então. risos. Os catálogos permitem que você escolha. Há as opções man+man, woman+man e woman+woman (mais politicamente correto impossível).