quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Quem me conhece, sabe que esta é uma época em que assisto muitos filmes. Depois do anúncio dos candidatos ao Oscar, parece que uma enxurrada de estréias acontece. Final de ano é sempre aquela época de "seca" (há mais estréias de filmes para crianças: desenhos animados e os tradicionais filmes da Xuxa ou dos Trapalhões).

Enfim, mas, pude conferir recentemente 3 filmes candidatos ao Oscar. E por acaso, os três filmes são cinebiografias: "Ray", "O aviador" e "Em busca da terra do nunca".

Ray mostra a vida de Ray Charles. É uma pena que seja tudo mostrado de uma forma burocrática demais. Afinal, o que dizer que um filme que mostra a vida do cantor e compositor ano a ano. Só sei que houve um momento em que eu e meus companheiros neste filme (a Zilda e o Guacymar), pensamos: "Ele nasceu nos anos 30 e morreu em 2004. Estamos ainda em 1959. Quanto tempo mais vai durar este filme?" O ator Jamie Foxx realmente está muito bem encarnando Ray Charles. Assim como a atriz que faz o papel de Margie (uma das amantes de Ray). A trilha sonora é bem interessante. No geral, valeu a pena ter conferido mas não é daqueles filmes que me empolgam.

O aviador tem um quê que me desagrada: Leonardo di Caprio. Não consigo vê-lo com bons olhos. Além disso, é um daqueles filmes que tem tudo para ganhar Oscars: mostra gente famosa, tem espetáculos grandiosos na tela, fala também sobre cinema e, o mais importante, é mostrado alguém que possui uma doença e que sofria por conta disso. Howard Hughes foi uma personagem e tanto. Diretor de cinema, playboy, aviador que colaborou construindo e pilotando aviões, empresário ousado e portador de transtorno obsessivo-compulsivo. Na minha opinião, Martin Scorsese estava melhor com "Gangues de Nova York" (mas acho que isso também se deve a presença luminar do Daniel Day-Lewis). O que vale a pena no filme: Cate Blanchett. Ela está bem diferente de qualquer outro papel já fez. Encarna a Katherine Hepburn e nos faz acreditar que ela realmente era daquele jeito e não poderia ser de outra forma.

Dos três filmes que vi, o que mais gostei foi este: Em busca da terra do nunca. Um elenco impecável, uma história delicada e extremamente sensível, uma direção segura. Esse foi um dos filmes que me fez sentir aquele aperto no coração. Uma sensação mista de melancolia e saudade, uma sensação parecida com aquela que senti quando assisti Peixe grande. Peixe grande falava sobre a relação entre pai e filho. Em busca da terra do nunca fala sobre o desafio de amadurecer, fala sobre a infância que se perde muitas vezes e da magia cotidiana que pode ser sufocada se não tomarmos cuidado. Johnny Deep e Kate Winslet estão muito bem. Dustin Hoffman e Julie Christie (fazia muito tempo que não a via nas telas) dão um brilho no apoio. Vale a pena assistir e re-assistir. Talvez seja um filme que acabe fazendo parte da minha coleção de DVDs.

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