Helen Mirren está realmente incrível em "A rainha". Ela não interpreta a rainha Elizabeth II. Ela simplesmente É a rainha. A personificação é tão forte que fica difícil dizer que aquilo que é mostrado no filme seja apenas ficção.
No filme, Stephen Frears (diretor que ganhou o meu respeito depois de "Ligações perigosas") mostra os bastidores da semana em que ocorreu a morte da princesa Diana.
A princesa Diana aparece no filme apenas através de imagens capturadas em noticiários e sua imagem parece assombrar a rainha durante todo o filme. Um trabalho fabuloso de construção dos bastidores e das intrigas e preocupações que recaíram sobre a monarquia britânica.
No filme, dá-se a entender que o primeiro-ministro Tony Blair (na época, recém-eleito) foi um verdadeiro salvador da monarquia. A rainha é mostrada como uma pessoa teimosa e inflexível, buscando conter-se o tempo todo já que o seu papel é o de representar um Estado. E o Estado é simplesmente impessoal.
As influências para a rainha são dúbias: a mãe e o marido fortalecem a posição aristocrática, o passado em descompasso com os anseios do povo. O filho Charles aparece como uma tímida voz modernizante, preocupado com a própria sobrevivência da monarquia para um dia chegar ao posto de rei.
Acredito que a melhor imagem a respeito da monarquia britânica esteja condensada na imagem do cervo: altivo e belo na distância, mas passível de ser abatido por qualquer um.
A rainha encarnada por Helen Mirren é altiva e busca se manter distante, imaginando assim ser a manifestação da vontade de Deus e do povo. Aprende a duras penas que esqueceu por um momento, como ouvir e atender o povo que representa.
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Um comentário:
Luiz, cê leu sobre Helen Mirren na Veja? Li hoje, tô atrasaaaaaaada com minhas leituras. E vi também um prêmio que ela ganhou, Globo de Ouro, cê viu?
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