"Quem é essa mulher que canta sempre esse lamento? Só queria lembrar o tormento que fez meu filho suspirar."
E assim cantou o Chico Buarque na homenagem póstuma que fez a estilista Zuzu Angel. E é esta a música que aparece nos créditos finais do filme de Sérgio Resende.
A história de Zuzu Angel tem todos os ingredientes para gerar um bom filme, jogando luz num dos períodos vergonhosos da história do Brasil: a tortura e desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar.
Paa quem não sabe muito a respeito da história de Zuzu Angel, vou tentar resumir algo aqui. No início dos anos 70, Zuzu Angel, estilista mineira e que fez carreira no Rio de Janeiro, estava no auge. Suas criações eram sucesso nos EUA e tinha como clientes famosos como as atrizes Joan Crawford e Lisa Minelli.
Seu filho, Stuart Angel Jones era militante da esquerda e foi preso e torturado na Base Aérea do Galeão. Durante uma das sessões de tortura, onde foi amarrado a um jipe e arrastado pelo chão, com a boca no cano do escapamento do veículo, morreu. E seu corpo foi jogado ao mar.
A partir daí, depois de tomar conhecimento da morte do filho, Zuzu Angel buscou provar que seu filho tinha sido morto pelos militares. Por conta disso, foi assassinada pelos militares no túnel que hoje leva o seu nome.
Surpreende a força da personagem. Todo o processo de iluminação política: da dona-de-casa e costureira apolítica para a estilista que encontrou na morte do filho uma causa para lutar e denunciar. Patrícia Pillar encarna muito bem a personagem e faz um trabalho excepcional. Atentem (para quem for assistir) na cena em que ela encontra o pai do guerrilheiro Lamarca. Uma cena cheia de nuances e de uma delicadeza incrível.
O restante do elenco faz um trabalho correto. Daniel de Oliveira (Stuart Angel), Leandra Leal (Sônia), Regiane Alves (Hildegarde) e Luana Piovani (Elke). Ahhh... e uma participação especial da Elke Maravilha encarnando uma cantora russa.
Outro ponto positivo a ser destacado é a direção de arte: cenografia e figurino reconstituindo os anos 70. Do Karman Ghia à máquina de costura Singer, dos vestidos com bordados de anjos e balas de canhão aos uniformes dos militares.
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3 comentários:
Passando por aqui... gostando de muito do que vi... mas sem nada de inspiração pra comentar... então acho que desejar uma ótima semana vale né???
Luiz, eu tô ansiosa pra ver este filme.
Dessa história louca eu admiro também o papel de Elke, não no filme... rs mas na vida real: enfrentou uma tropa rasgou planfletos e virou apátrida por conta disso.
Essas mulheres!!!
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