sábado, agosto 12, 2006

Leonce e Lena


Ahhh.. o tédio. Este tédio que nos assoma, que nos deixa perdidos, que nos faz querer e não querer, que nos paralisa, que nos domina.

Acho que este é o sentimento mais trabalhado na nova peça do Gabriel Vilela. Menos uma história de amor, mais uma história sobre o tédio que move cada personagem.

Há uma trilha sonora eclética que permeia toda a narrativa: de "Evidências" do Chitãozinho e Xororó a "Rosa vermelha" ou "Vai chover fulô", de "O canto da cidade" da Daniela Mercury a Fafá de Belém.

Pontos altos: a estética visual da peça. Da cenografia original de J.C.Serroni (Papelão, muito papelão... inclusive formando os assentos sobre os quais o público se acomoda) ao figurino coloridíssimo e quase barroco (um contraste a monocromia do papelão). Algumas faixas com reproduções de obras do artista Farnese de Andrade, deixam ainda mais clara a dicotomia entre a inocência e a bizarrice das personagens.

"Quem é você que vem invadir os meus sonhos a noite?"
Frase dita pela princesa Lena

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