Sempre fui daqueles que acompanha os filmes indicados ao Oscar. Nos últimos anos, tenho ido ao cinema com menos fervor. Aprendi a seguir em outro ritmo.
Muitos amigos já tinham comentado sobre este filme, mas até então não tinha vindo a vontade de sentar diante da tela grande do cinema e conferí-lo. Fiz isso recentemente. Não diante da tela do cinema, aqui mesmo em casa.
"Pecados íntimos" é um ótimo filme. Bebe diretamente na mesma fonte de "Beleza americana", destilando a cada momento aquele tédio inerente a classe média americana. Mães jovens suspiram pelo pai desempregado que leva o filho ao parque. Desejam sob a aparência de felicidade no casamento.
Sexo com hora marcada na agenda, desejos sublimados por conta do decoro social, mães que se avaliam o tempo todo e competem por um título imaginário de "melhor mãe".
A personagem de Kate Winslet se coloca numa posição ímpar: recusa-se a permanecer como as outras mães e ao mesmo tempo, vive na mesma teia do tédio que consome seu casamento.
Tal qual "Madame Bovary" (brilhantemente citada no filme), ela busca numa aventura fora do casamento, uma chance de escapar das responsabilidades que a vida em família parece cobrar.
Para tal, encontra um pai que permanece em seu complexo de Peter Pan. Olha insistentemente para os garotos no skate e não se esforça para dar o passo seguinte.
Soma-se a estas personagens, um pedófilo recém-libertado e que sofre as hostilidades da comunidade local. O clima de desajuste atinge a todos em diferentes níveis.
No final, todos no filme (e por que não imaginar que também na vida real) são crianças, tal qual no título original do filme ("Little children").
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2 comentários:
Mais um pra lista...
O filme até parece ser bom, mas a vida dessa mulher, tadinha... esse tal sexo com hora marcada... sei não, num gostei disso. rs
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