domingo, dezembro 17, 2006

Eu amo as sinapses

Final de semana cheio de imprevistos e semana agitada. Meus dias paulistanos sempre tem o ritmo da cidade. E isso significa, muitas vezes, poucas (ou nenhuma) horas de sono.

No meio de reuniões de projeto, entrevistas e leituras, sempre surge tempo para um social. Impossível deixar de se divertir (e sem precisar gastar muito) em Sampa. Basta se deixar levar muitas vezes pelo fluxo dos acontecimentos.

E neste fluxo de acontecimentos, ouço de repente uma frase que sintetiza bem este fluxo: "Eu amo as sinapses". Tudo bem que a frase foi dita por alguém que já estava no décimo copo de cerveja. Mas traduz bem esta interligação que vai sendo formada entre as próprias pessoas no ritmo da história de cada um.

Veja só: de repente, um telefonema do Cláudio para marcar um encontro na Paulista. O encontro não acontece e foi prontamente substituído pelo encontro com outra amiga ainda na região da Paulista. (E viva o celular!)

Encontrei minha amiga Stephânia no cabelereiro e pude conferir como as mulheres sofrem. Nunca tinha visto pessoas passando por processos de tintura de cabelo. E como elas ficam horas e horas neste processo. Eu estava na FNAC e fiquei me perdendo no meio de vários livros (e com aquela coceira para comprar alguns: um HQ desenhado por Robert Crumb e que falava de Franz Kafka, uma coletânea de poesias do Arnaldo Antunes...). Apareci ali no salão de cabeleireiro apenas para vê-la no processo final de tingimento: cheia de papel-alumínio nas mechas de cabelo. Visão inusitada.

De lá, fomos para o Blú Café, num encontro convocado pela Cláudia. Detalhe: eu não conhecia ninguém e minha amiga foi comigo, arrastada no turbilhão. Ali, um monte de gente interessante e conversas das mais loucas acontecendo: do processo educacional a música dos Barbatuques, de plâncton fosforecente a ideogramas em mandarim, do Tao-te-king a viagens de trem pela metrópole.

Um grupinho interessante e que, com certeza, se forma no intuito de continuar nos devaneios em outros encontros.

Do café para um churrasco organizado por um grupo de estudantes de Turismo. Detalhe: eu não conhecia ninguém, a Stephânia (que estava me acompanhando) também não. Fomos de "agregado", naquele esquema de "eu sou amigo da amiga da organizadora". Só que neste esquema eram eu e mais 5 pessoas (todas do grupo do café).

No churrasco, um inusitado abacaxi grelhado veio saciar a curiosidade de sabor do dia. E muita risada ao ver um monte de gente alterada pela bebida. Eu, que não posso beber, passo agora o meu tempo me divertindo com o estado alterado de consciência dos outros. risos.

Do churrasco para um jantar na casa de um casal que tinha conhecido naquele dia (e que estava agregado ao grupo de eventos). Coisa inusitada. De repente, conheço pessoas e já estou frequentando a casa deles no mesmo dia. Ahhh... e é claro, a minha amiga Stephania sendo ainda arrastada no turbihão de eventos.

O jantar se transforma num sarau e, todos cantando até às 7h00 do dia seguinte. Eu tocando um pandeiro (olha só uma experiência nova para agregar na minha história), todos cantando de Beatles a Roupa Nova, de Bon Jovi a Caetano Veloso, de Ah-Ha a Gilberto Gil.

Do jantar que se transformou em sarau, um saldo de novos amigos: André, um desenhista, quase-arquiteto, Lavínia, uma bauruense super-alto-astral e Ricardo, um sociólogo da Fefeleche (foram carinhosa de chamar a FFLCH da USP) que faz poemas em mandarim.

E do jantar-sarau, próxima parada na padaria Dona Deôla, na Lapa, para um café-da-manhã. E mais conversa. E de lá para a casa de meus pais, porque nesta altura dos acontecimentos, meu corpo já pedia um banho e uma troca de camisa.

Da casa dos meus pais, fui correndo para um almoço (de volta a região da Paulista) no Sujinho. Restaurante tradicional, antigamente conhecido como "bar das putas". Apesar do prato tradicional do lugar ser a bisteca bovina, fui mesmo direto num filé a parmigianna dividido com a minha irmã.

De lá para o computador. Contabilizando exatas 32 horas ininterruptas de atividade e sem sono. E daqui, direto para meu descanso merecido. Com a sensação de que ao deixar a história fluir, muita coisa boa acontece.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quero essa noite pra mim!!! Como assim vc não pode beber??? Vc já tinha me contado umas coisas! E são essas aí que marcam a gente!
SE bem que nem precisa da noite toda não... Pode me dar só o livro do Antunes!!! hihi

Anônimo disse...

UFAAA! cansei...
Inda mais que bebo pouquinho também...rs
Nunca aguentaria uma maratona dessas, nem a tal palavra dita por um bebum - olhei a "mardita" no Aurélio e pensei: são os meus dois neurônios...hehehe