Ultimamente tenho escutado uma versão de "As curvas da estrada de Santos" cantada pela Paula Toller. Confesso que nunca tinha dado muita atenção para a letra da música e agora vejo até uma certa identificação da letra da música com alguns aspectos.
E foi esta sensação de identificação que aconteceu quando fui conferir "C.R.A.Z.Y.", filme do canadense Jean-Marc Vallée.
Sabe aquela angústia adolescente? Toda aquela dúvida a respeito de quem se é realmente e até onde devemos romper com os ideais dos nossos pais? E sabe quando esta angústia adolescente parece invadir ainda nossa vida adulta?
O filme trabalha vários aspectos deste sentimento de angústia e de dúvida ao abordar a história de uma família da classe média canadense. Pais católicos, família numerosa (são cinco irmãos) e conflitos de personalidade.
O título do filme brinca com vários significados: ora é um acrônimo com as iniciais dos nomes dos filhos da família Beaulieu (Christian, Raymond, Antoine, Zachary, Yvan), ora é o título da música favorita do pai (que no filme é fã de Patsy Cline e Charles Aznavour).
Mas o título do filme faz referência a loucura (crazy = louco) que permeia todo este processo de busca e aceitação da própria identidade. Um processo muitas vezes dolorido porque choca com os ideais previstos pelos pais e pelos outros.
Até onde devemos considerar aquilo que os outros esperam de nós? Para ter a aceitação dos nossos pais devemos sacrificar a própria identidade?
O filme foca o conflito de Zachary com o pai. Vindo de um família machista e católica, Zachary passa por um período de indefinição. Não sabe se gosta da vizinha ou se gosta do namorado da prima. E procura reprimir seus desejos para não decepcionar a família.
"C.R.A.Z.Y." foi destaque em dois festivais recentes em Sampa: a Mostra Internacional e o Festival Mix Brasil. Vale a pena conferir. E prestar atenção também na trilha sonora que mescla Patsy Cline, Charles Aznavour, David Bowie e Rolling Stones.
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2 comentários:
Oi
Não vi o filme... mas tenha certeza de uma coisa que te alo: Uma vez fora de casa, nunca volte a morar com seus pais!
Mesmo eu... uma velha senhorita, ainda tenho muitos conflitos com eles.
Bjos
Adorei o comentário do filme e a tradução crazy lá... rs Foi pra mim, foi pra mim...rs umas das poucas palavrasque eu conheço, pois dizem que sou...rs
hehehe
E que cara indeciso, hein??
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