domingo, janeiro 21, 2007
Matéria: As dez invenções brasileiras mais injustiçadas
Li uma matéria interessante na revista Mundo Estranho (sim, eu sou daqueles que curtem a cultura de almanaque e as curiosidades). Interessante saber que tanta coisa foi feita aqui por pessoas de Terra Brasilis mas que dificilmente são lembradas.
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Nem só de samba, caipirinha e bossa-nova vivem os inventores brasileiros! Da mente
de nossos compatriotas já surgiu um monte de inovações científicas - muitas delas nunca foram reconhecidas. Dedicamos este Top 10 às mais esquecidas criações made in Brazil
10) AVIÃO
SANTOS DUMONT - 1906
Até que essa invenção não é assim tão injustiçada...
No ano passado, centenário dos primeiros vôos com o 14 Bis, Santos Dumont recebeu homenagens no Brasil e até na Europa. Mas, por causa dos americanos, a paternidade do avião ainda é polêmica. Segundo eles, os verdadeiros "pais" do invento seriam os irmãos Orville e Willbur Wright, que em 1903 voaram com o Flyer I.
Os Wright fizeram seu avião voar com a ajuda de uma catapulta. Dumont foi o pioneiro da decolagem "autônoma": o 14 Bis subiu impulsionado por um motor a combustão.
09) DIRIGÍVEL SEMI-RÍGIDO
AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO - 1902
Trabalhando em Paris, esse brasileiro desenvolveu o projeto do primeiro dirigível "semi-rígido" - em vez de usar apenas tecido, parte da estrutura do invento tinha uma armação de metal para melhorar a sustentabilidade. Criatura e criador tiveram um fim trágico: no vôo inaugural, quando o dirigível estava a 400 metros de altura, uma explosão detonou o aeróstato e matou os dois tripulantes - Severo e seu mecânico.
Apesar de pouco conhecidas, as inovações estruturais do dirigível semi-rígido ajudaram a aperfeiçoar o zepelim, inventado em 1900.
08) ABREUGRAFIA
MANUEL DIAS DE ABREU - 1936
Esse nome complicado indica um método rápido e barato de tirar pequenas chapas radiográficas dos pulmões, para facilitar o diagnóstico da tuberculose, doença mortal no início do século 20. O teste, que registra a imagem do tórax numa tela de raio X, espalhou-se pelo mundo.
O inventor do exame, Manuel de Abreu, foi indicado ao Nobel em 1950 e teve o invento batizado em sua homenagem. Mas só no Brasil: em outros países, o exame recebeu nomes como "schermografia" (Itália), "roentgenfotografia" (Alemanha) e "fotofluorografia" (França)...
07) BALÃO A AR QUENTE
BARTOLOMEU DE GUSMÃO - 1709
Na frente do rei de Portugal D. João VI, o padre Bartolomeu de Gusmão fez a primeira demonstração pública da Passarola, um engenho voador que levitou a 4 metros de altura. A idéia surgiu quando o religioso observou uma bolha de sabão e sacou que o ar quente
é mais leve que o ar exterior, e pode ser usado para fazer coisas vagar pelo ar.
O balão foi visto com graça, mas ninguém botou fé na invenção. Em 1783, os franceses Étienne e Joseph Montgolfier criaram um balão nos mesmos moldes
do Passarola. Entraram para a história como pioneiros...
06) ESCORREDOR DE ARROZ
BEATRIZ DE ANDRADE - 1959
Muitas vezes a gente pensa que coisas simples do dia-a-dia surgiram há muito tempo, quem sabe na Antiguidade ou até na Pré-História... Não é o caso da bacia conjugada a uma peneira que a gente usa para lavar o arroz: a criação, 100% brasileira, é da dona-de-casa Beatriz de Andrade, que vendeu os direitos do aparelho para um fabricante de brinquedos.
O invento fez o maior sucesso na Feira de Utilidades Domésticas de 1962. Como Beatriz recebia entre 2,5% e 10% das vendas, o escorredor deu uma bela força a seu orçamento familiar.
05) RADIOTRANSMISSÃO
ROBERTO LANDELL DE MOURA - 1899
Padre brasileiro, Landell foi o precursor na transferência de voz por ondas de rádio. Da avenida Paulista, o cara emitiu um som ("Alô! Alô!") que foi ouvido a 8 quilômetros de distância num telefone sem fio. No mesmo ano, o italiano Guglielmo Marconi, mundialmente considerado o pioneiro da radiotransmissão, só conseguiu transmitir sinais telegráficos (aquele "tec-tec-tec") a algumas centenas de metros.
O nome de Landell só foi conhecido no mundo em 1942, quando a Justiça americana decidiu que Marconi (que leva a fama até hoje) não era o inventor da radiotransmissão.
04) IDENTIFICADOR DE CHAMADAS (BINA)
NÉLIO NICOLAI - 1982
O mineiro Nélio Nicolai foi o inventor da tecnologia capaz de identificar o número telefônico de quem faz e recebe ligações. Ele tem a patente da criação, batizada de Bina - sigla que significa "B Identifica Número de A". Mesmo assim, ele vem travando uma briga na Justiça do Brasil e de vários países para provar que o invento é seu.
Ele alega que as operadoras e fabricantes de telefones copiaram na caradura a tecnologia que ele inventou, sem pagar nem um tostão de direitos autorais.
03) DIRIGÍVEL
JULIO CEZAR RIBEIRO DE SOUZA - 1880
O paraense Julio Cezar mandou bem unindo o balonismo e a aviação para conceber o primeiro dirigível de todos os tempos. Mas o problema é que ele demorou para dar asas à novidade... Em 1884, o cara recebeu a notícia de que os franceses Charles Renard e Arthur Krebs haviam plagiado o seu projeto e realizado pela primeira vez na história um vôo a bordo de um balão dirigível. E o pior: sem fazer qualquer referência às teorias do inventor brasileiro!
Apesar de ter patenteado sua invenção em 1881, Julio Cezar nunca conseguiu voar com seu invento. Foram algumas tentativas frustradas e só.
02) FOTOGRAFIA
HERCULES FLORENCE - 1832
Nascido na França e radicado na atual Campinas (SP), esse franco-brasileiro foi quem primeiro descobriu uma forma de gravar imagens com o uso da luz. Ele bolou um método para imprimir fotos usando papel sensibilizado com nitrato de prata - princípio fotográfico usado até hoje em revelações. Nascia a photografie.
Três anos depois, o processo de revelação fotoquímica ganhava notoriedade na França com as pesquisas de Louis Daguerre e Joseph Niépce. Ao saber que os franceses estavam sendo considerados os pais da fotografia, Florence abandonou as pesquisas.
01) MÁQUINA DE ESCREVER
FRANCISCO JOÃO DE AZEVEDO - 1861
A invenção do padre Azevedo parecia com um piano de 24 teclas que imprimiam letras num papel - para mudar de linha, era preciso pisar em um pedal na parte de baixo do aparelho. Alegando estar velho e doente, o padre entregou seu invento ao negociante George Napoleon Yost, com a promessa de que havia pessoas interessadas em fabricá-lo nos Estados Unidos. Péssima idéia...
Em 1874, o americano Christofer Sholes apresentou um modelo quase igual ao do padre Azevedo. A empresa Remington se interessou e passou a fabricar as máquinas, sem nem lembrar do brasileiro.
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Um comentário:
Algumas coisas eu sabia como a abreugrafia e o identificador de chamadas, agora, escorredor de arroz eu não sabia mesmo. Eu acrescento o relógio de pulso (Santos Dumont) e aquelas boias que são canudos coloridos de isopor, sabe quais? Então, foi um brasileiro, mas não sei o nome.
Nois é nois...rs
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