quarta-feira, novembro 08, 2006

Let´s talk about sex!


Na verdade, queria falar menos de sexo e mais sobre a liberdade. A liberdade em relação a preconceitos, a limitações auto-impostas.

Por todas estas rotações que o planeta dá, acabo cruzando meu caminho com o de pessoas muito interessantes.

Tenho esta mania de aparecer em festas ou encontros de grupos onde eu não conheço absolutamente ninguém, ou melhor, onde conheço apenas uma pessoa (geralmente quem me convida ou quem estou acompanhando).

Já fui parar em festa de aniversário de amiga de amiga de amigo meu, numa improvisada festa a fantasia na casa de amigos de amigo de amigo meu (nem me perguntem como foi que consegui uma fantasia... risos) e em encontros de amigos onde eu era elemento totalmente estranho. Volta e meia, nestes encontros e festas acabo conhecendo pessoas interessantes.

E numa festa de aniversário de um amigo, acabei conhecendo uma pessoa por quem fiquei encantado. Ele é crítico de teatro (quem quiser conferir, é só visitar o Aplauso Brasil), poeta (já pude ler algumas de suas poesias), dramaturgo (agora está em cartaz uma peça dele), dançarino.

Recentemente, descobri o blog em que ele expõe opiniões a respeito de sexualidade: o KadeiraSutra. E lendo os seus posts, não pude deixar de admirá-lo ainda mais.

Quando o conheci, vi uma pessoa cativante em sua inteligência e em suas atitudes suaves. Ao ler suas poesias, descobri alguém com talento para emocionar com as palavras. Ao ler seus posts no KadeiraSutra, admirei-o ainda mais por expôr sua visão sobre a vida e o desejo de liberdade.

Destaco abaixo, um dos posts do KadeiraSutra:

"Não posso deixar de iniciar meu depoimento sem falar da peça "A Noite Antes da Floresta", de Kolts. Ser estrangeiro, na peça, não é apenas morar fora do país natal, É ser diferente, estar à margem do que é comum entre as pessoas. Nessa perspectiva, ser gay e cadeirante me coloca duplamente estrangeiro: ao que é usual sexualmente e ao que é o protótipo da perfeição tão buscada no meio GLS.

Mas, antes de ficar chorando o leite derramado, aproveito bem o que sobrou na caneca pra viver sorrindo. Tenho uma vida afetivo-sexual agitada. Paquero muito, mas não percebo se sou paquerado, ou se me observam como se observassem o estrangeiro. Problema preu resolver em terapia (risos).

O que incomoda são os foras de quem nem sabe como sou, o que posso e o que não posso. Garanto que eles saem perdendo (risos). A cadeira nunca apagou meu fogo, nunca me impediu de namorar, trabalhar e realizar minhas fantasias sexuais. Até bailarino virei. Estreei ano passado um espetáculo de dança-teatro com uma trupe alemã, a DIN A 13 TANZCOMPANY, da alemã Gerda König, que estará em cena em Colônia (Alemanha) no começo de junho."


Sinal claro de que as limitações que sofremos são, muitas vezes, produto de nossas próprias concepções. Será que não somos nós que nos limitamos a uma série de atitudes e situações?

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez". Hora de rever o que tenho deixado de fazer por imaginar que não possa fazer. Hora de me livrar destas limitações auto-impostas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando li o título pensei: num vou entender nadica de nada, mas hora que vi a imagem já mudei de idéia e pensamento: ahhh, esse babado aí eu sei bem o que é... hahaha
Adorei o texto e admiro muito quem se solta e vive, sabia?
Olha só, sentiu minha falta? Diz que sim, diz que sim... rs
beijos e saudades

Fabricio disse...

Costumo gostar de exemplos desse tipo, de pessoas que mesmo com muitas dificuldades vão em frente e tal. De qualquer forma, nunca consigo parar de me perguntar se essas pessoas se forçam a ir atrás dos seus sonhos só por terem mais dificuldades, uma espécie de orgulho renascido, onde o fulano acaba perseguindo muito mais do que buscava quando não tinha tal dificuldade.

See Ya

Jak disse...

Eu costumava impor muitos limites a mim mesma e não acreditar que eu era capaz disso ou daquilo até conhecer uma pessoa especial, que me fez enxergar que eu era sim capaz, se não de tudo, de muita coisa. Nunca ninguém acreditou tanto em mim e essa pessoa foi responsável pelo meu momento de descoberta. A pessoa se foi (em presença física, pelo menos), mas me deixou um presente e tanto.

Para algumas pessoas essa descoberta é inerente à personalidade. Mas para a maioria, é questão de encontrar o lugar certo, as pessoas certas ou simplesmente de SE encontrar como a pessoa certa. Não deixe passar essa inspiração, não. Quem sabe esse não é o seu momento?