domingo, novembro 12, 2006

Le temps qui reste

Final de semana com toques interessantes. Neste domingo, um dia chuvoso se mostra convidativo para a leitura... e é o que vou fazer depois deste post.

Ontem, recebo um telefonema de uma amiga me convidando para uma caminhada. Atualmente moro em Santos e caminhar na praia é um típico programa de final de semana. Não tenho o costume de fazer isso sempre porque detesto praia lotada. Geralmente caminho logo nas primeiras horas da manhã ou a noite.

Enfim, ontem fui encontrar esta minha amiga para caminharmos juntos pela praia. Saí daqui de casa (próximo do canal 6) e fui encontrá-la no canal 3 (uns 2km). Ali, encontrei outros amigos dela e fomos todos nós em direção a cidade vizinha (São Vicente).

Quando vi, já estava seguindo para a casa de um amigo deles que eu nem conhecia. E tudo isso, gerando um percurso total de 5 km e algumas centenas de metros só de ida. De repente, eu me vejo no apartamento de um amigo de amigos e embarcando num almoço improvisado.

Na volta (e antes que pergunte, sim, voltei a pé para casa), eu e Gwa demos uma parada no Cinearte Posto 4, um antigo posto dos bombeiros que foi convertido em sala de cinema.

Entramos e fomos conferir "Le temps qui reste" (tradução: "O tempo que resta"), do diretor francês François Ozon.

O filme trata de um tema já explorado a exaustão pelos dramas: um jovem descobre que tem poucos meses de vida e começa a questionar muita coisa que fez e que vive. Nenhuma novidade até aí. Mais um filme que volta a embarcar em reflexões sobre a vida, mas ao menos, não chega a pieguice (como seria fácil de se chegar).

Um dos momentos que mais curti foi o encontro do protagonista com a avó (feita pela Jeanne Moureau). Romain, o protagonista, resolve contar que está doente apenas para a avó paterna. E ela, ao saber que ele não tinha falado disso para mais ninguém, pergunta o porquê dele ter contado apenas para ela.

A resposta de Romain foi amargamente sincera: "Porque você também está próxima da morte". Uma lembrança de que a morte é caminho natural para todos, uns estão mais próximos, outros mais distantes. Mas todos iremos morrer.

Depois do filme, voltei para o meu caminho de volta para casa. Resultado do dia: uma caminhada de mais de 10km (e como a caminhada foi sob o sol, minha pele sem protetor solar ardeu em reclamações), um almoço improvisado no meio de pessoas estranhas e regado a muitas risadas, um filme nada excepcional falando sobre alguém que resolve fazer as pazes com os outros e consigo mesmo. Foi um bom dia...

Um comentário:

Anônimo disse...

Por isso tenho orgulho de você: anda a pé e contribui pra diminuir as camadas de %*&y%$#@(*%#@ né?
rs...
e tem mais: fazer as pazes, quer melhor?
Agora, e tome creme pra pele depois dessa "gastura" toda de pele descascando...rs