quarta-feira, outubro 10, 2007

Goodbye, Laika


Quando ela chegou, meu irmão tinha apenas 2 anos. E a diferença de idade entre ele e eu ou mesmo entre ele e a minha irmã parecia sempre ser um obstáculo para as brincadeiras.

Por isso, minha mãe resolveu pegar mais um integrante para a família. E foi assim que veio a Laika. Vira-lata genuína, mestiça de um husky siberiano com uma vira-lata. Saiu algo assemelhado com uma raposa. Pelagem castanho-clara e porte de um husky menorzinho.

E ela era a companhia constante do meu irmão. Corria e brincava o tempo todo com ele. E é claro que também conquistou a todos da família com aquele afeto incondicional.

Neste ano, ela completou 19 anos. Mas já estava com a saúde bem debilitada. Durante algum tempo até discutíamos sobre o que seria melhor para ela: mantê-la viva ou abreviar-lhe a vida? Ela já estava cega e nos últimos meses, mal se mantinha em pé. Minha mãe ficava em dúvida, mas sempre dizia que apesar de tudo, ela não se sentia no direito de decidir sobre a vida da Laika.

Sexta-feira passada, ela se deitou. Teve uma convulsão e o coração dela já fraquinho não aguentou. Partiu deixando uma sensação confusa na gente: um certo alívio porque ao menos não a veríamos mais sofrendo e uma tristeza ao lembrarmos de trechos da vida em família na qual ela sempre esteve presente.

2 comentários:

Mariana Alcântara disse...

Incrível como acabam se tornando da família né? Por isso eu sempre digo: não tenho medo de bicho nenhum, é de gente que eu tenho medo.

Anônimo disse...

Bonita homenagem, Luiz. Emocionante, acho que até para aqueles que não têm bichinhos de estimação. Muito bom mesmo.
xoxo