sábado, outubro 20, 2007

Ainda nas repercussões sobre uma obra de arte...


Juro que não entendo muito de arte contemporânea. Mas, convivendo com um amigo artista plástico, a gente vai aprendendo alguma coisa... Pois bem, lembram que eu tinha mencionado sobre uma obra de arte polêmica envolvendo este meu amigo, uma cobra e o Senado?

Isso continua rendendo assunto... desta vez, li uma crônica no Globo online no blog do Sérgio Fadul. Curti bastante e deixo-a aqui para vocês.

Na próxima, escrevo com mais calma sobre editais de arte, "Medos privados em lugares públicos", conversas sérias e amor pra recomeçar.

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Vejam só quem visitou o Senado Federal na terça-feira, dia 9, quando aconteceu aquela já famosa sessão onde os senadores voltaram a bater boca pedindo a Renan Calheiros que deixasse a presidência da casa. Pelo jeitão da visitante ilustre, ela parece não ter estranhado o ambiente. Ficou tão feliz que até fez pose para as lentes de Roberto Stuckert Filho.

A visitante foi acompanhada do artista plástico Júlio Meiron que escapou de ter o mandato cassado em rito sumário pela polícia legislativa do Senado graças à intervenção salvadora do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Na foto abaixo dá para ver ele ao fundo tomando o depoimento do artista. Júlio participa de uma mostra de artistas brasileiros no Salão Negro do Senado. Já havia exposto uma casinha com pele de cobra, mas resolveu passar da ficção para a realidade e pôr dentro da obra uma jibóia viva para, segundo ele, " representar o momento que o Senado vive", um serpentário.


A cobra chegou a bordo de uma bolsa. Quis logo montar seu cafofo por ali e arrumou uma casinha de acrílico feita pelo artista com ampla vista para a vizinhança. Quando os seguranças perceberam que aquela cobra não era dali, mandaram (no Senado ninguém pede, lá todo mundo manda) que Júlio retirasse a jibóia e a levasse embora. Ele recusou. A alegação foi que ela não quebrara o decoro, exigia ampla defesa e negava a existência de qualquer prova contra ela. Os seguranças insistiram, mas não se animaram a pegar o bicho e resolveram prender o artista. O senador Suplicy chegou na hora e convenceu que o animal tinha certificado do Ibama. É cada coisa que acontece nesse Congresso e quase ninguém vê. Dois dias depois de ser o anfitrião da excelentíssima, Renan Calheiros resolver de forma "unilateral", nas palavras dele, se afastar do cargo.

Um comentário:

Anônimo disse...

MUITO BOM!!!