segunda-feira, março 12, 2007

Dois dias e uma noite em São Paulo


Chegue na cidade e enfrente um trânsito insuportavelmente intenso. E maldiga o George w. Bush por esta visita infrutífera para o Brasil e que gerou um pequeno caos na cidade de São Paulo.

Nestas horas você se pergunta: por que não foi para Brasília? Brasília não é a capital do Brasil? Não estão ali a embaixada americana, o Itamaraty e o Palácio do Planalto? E quem sabe assim, pelo menos este presidente americano aprenderia que a capital do Brasil não é Buenos Aires.

Enfim, tente chegar pontualmente para uma reunião e encare este trânsito. Chegue na reunião pedindo milhões de desculpas e fique ali durante 4 horas seguidas para tentar entender alguma coisa que o seu cliente queira no meio de tantas mudanças solicitadas.

Saia da reunião e vá correndo procurar um presente para o filho da irmã do seu melhor amigo que veio de Portugal com o bebê. E sem esquecer de ainda comprar o livro que sua cunhada pediu.

Respire fundo e tente manter a sanidade na sua tentativa de cruzar a cidade de sul para leste. Chegue no apartamento da mãe do seu melhor amigo e veja um bebê lindo sorrindo para você e com os olhos azuis mais deslumbrantes que você pode imaginar.

Siga da Móoca para o shopping center Anália Franco para tentar aproveitar um jantar calmo com seus amigos. Descubra o Outback Steakhouse, fantástico restaurante que serve comida de inspiração australiana, lotado.

Tente novamente ir para o Outback, desta vez na unidade que fica no Center Norte. Descubra que há 40 mesas na espera antes de você. Respire fundo, dê meia volta e vá comer um sanduíche no América. Viva a concorrência!!

Decida sair para dançar exatamente às 23h30 e tente decidir com mais 4 pessoas no carro o melhor lugar para ir. Cruze a cidade inteira da zona norte para o início da zona sul.

Na Vila Olímpia, perambule com o carro diante dos bares e decida ir ao Maevva. Mude de idéia e vá para outro bar. Mas depois mude novamente de idéia e decida enfim experimentar um lugar que você nunca foi antes.

Entre no Rey Castro e surpreenda-se com uma banda tocando pop-rock latino. Algo como Santana misturado com Maná e toques de Shakira. Dance, dance, dance, dance.

Durma exatamente 4 horas naquela madrugada porque durante a manhã, você perde o sono por causa do cachorro do vizinho que late sem parar. Acorde e vá ver os e-mails que você não respondeu no dia anterior. Cruze com sua irmã casualmente no corredor e converse um pouco porque ela já está atrasada para a prova de inglês.

Dê alguns telefonemas. E saia correndo atrasado para chegar no Centro da cidade porque você combinou de passar na casa de uma amiga antes de seguir para uma festa.

Seja cara-de-pau e arraste sua amiga para a festa com você. Primeiro porque você quer conversar mais com esta sua amiga. Segundo porque você gosta de apresentar seus amigos para outros amigos seus.

Chegue na festa de 30 anos da sua amiga e converse com um monte de gente que você não conhece. Coma um churrasco maravilhoso, converse, dê risada, troque figurinhas com pessoas que você nem conhece. Dê uma de carioca e diga um "aparece lá em casa" sem dar o endereço da sua casa.

Saia correndo e deixe sua amiga (aquela que mora no Centro) lá na festa sozinha. Por que? Porque você tem que sair correndo para chegar ainda no começo da noite em casa. Porque sabe que ela vai se virar muito bem sozinha. E porque você sabe que ela vai fazer boas amizades numa festa em que não conhece ninguém.

Chegue em sua casa (já fora de São Paulo) e perceba o quanto seu ritmo de vida muda quando está em outro lugar que não seja São Paulo. Simplesmente porque Sampa tem uma energia que te contamina e te envolve, simplesmente porque Sampa te oferece milhões de opções e você só precisa se perder nas escolhas. Simplesmente porque você é apaixonado por esta cidade...


3 comentários:

Jak disse...

Uau! Tá fazendo o que em Santos? =)

Anônimo disse...

Eiiiiitaaaaaa que eu vou ali na casa de minha vizinha vê se ela tem um ovo pra eu fazer uma omelete enquanto assisto ao resto do Zorra Total.

Anônimo disse...

Ah, então quer dizer que os cariocas são os (únicos) que convidam assim? Sei, sei... Luiz, você está me saindo um belo dum BAIRRISTA!!!
Cynthia