quinta-feira, março 15, 2007

Shortbus


Há filmes que não encontramos em locadoras. Há filmes que nem tem previsão de estréia nas salas de cinema. Ainda bem que existe a internet. Esta versão contemporânea da Biblioteca de Alexandria.

Pela internet, consegui ter acesso a diversos filmes. A mais recente pérola garimpada (sim, porque na internet encontramos muita coisa de gosto duvidoso também) foi o mais recente filme de John Cameron Mitchell.

Este diretor já tinha chamado a atenção com o filme "Hedwig and the angry inch". Se neste primeiro filme ele trazia um transexual como personagem principal, em "Shortbus" a dose de provocação é ainda maior.

O filme foi exibido em São Paulo, em sessões concorridíssimas na Mostra Internacional de Cinema. Como eu não estava muito afeito a correrias e no clima para enfrentar filas e mais filas para garantir o meu ingresso, não fui assistir naquela ocasião.

"Shortbus" é o nome de um clube, onde as pessoas vão para se liberar. Pipocas com marijuana? Você encontra ali. Música ao vivo e performances? Também poderá ver ali. Mas o ingrediente principal do clube é a liberação para o sexo. Mesmo que não se participe diretamente, até porque, como diz o host do clube: "Voyeurismo também é participar".

O clube é o cenário perfeito para várias histórias que se cruzam. Uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo. Uma dominatrix que sonha apenas em casar e ter um lar tranquilo com um gato. Um depressivo em busca de sentido para a vida e para o amor. Um ex-ator infantil que não sabe mais como agir com seu companheiro. Um modelo que busca novas experiências. Um voyeur que espia o casal gay e os persegue em busca de um momento fugaz de realização.

O sexo mostrado no filme (e sim, as cenas são bem reais) aparece como válvula de escape e ao mesmo tempo, como elemento de frustração. Quer situação mais dúbia e verdadeira? Os jovens nova-iorquinos vagam perdidos em experiências, sem saber o que buscar e sem poder identificar aquilo que encontram.

E o orgasmo aparece como elemento de liberação e poder. (Wilheim Reich adoraria saber disso).

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei bem do último parágrafo... hahahahah

Olha só, os títulos dos posts só aparecem na hora que a gente abre a página, depois some... Queria lembrar o que li no título e não consigo...rs

Anônimo disse...

Já disse que tenho uma tendência ao voyerismo??? hihi

Acho que vc deveria gravar este filme pra mim... lálálá...