sábado, outubro 14, 2006

Como viver junto


Faz um tempo que deixei de tentar entender as manifestações da arte. Não se percebe uma obra de arte apenas com os olhos racionais, com a mente. O olhar para uma obra de arte envolve mais os sentidos, mais os significados pessoais que o discurso racional.

Pelo menos é desta forma que encaro a arte hoje. Não entendo muita coisa, nem tenho a pretensão de entender. Não quero mergulhar no mundo específico do artista nem entender algo sob a ótica do artista. Eu quero é agregar as impressões que tenho sobre uma obra para minhas idéias, para minhas percepções. E só...

Ontem fui visitar a Bienal de São Paulo. Pela segunda vez, a Bienal abre as portas para o público sem cobrar nada. Uma boa iniciativa de democratizar o acesso, de despertar a discussão pela arte ao maior número possível de pessoas.

Entender muitas daquelas obras que estavam expostas? Perda de tempo... veja, circule, se impressione, descarte. Pare, reflita e siga adiante. O que significa uma instalação que tem um bloqueador de celulares? O que posso entender de uma maquete que junta obras arquitetônicas do mundo inteiro e que são feitas em açúcar? E aquelas fotos da Ana Mendietta mostrando o corpo e o signo do corpo? E a parede feita de lixo mostrada por Gordon Matta-Clark?

Interpretações tenho várias. Alguma é a correta? Não sei nem tenho a pretensão de colocar isso em discussão. O mote da Bienal deste ano é "Como viver junto". Será que as obras refletem de alguma forma este mote? Muitas vezes não enxergo nada que seja congruente com isso.

Mas quer saber? Minha intenção era apenas devanear no meio da concretização do devaneio dos outros. Não entendo a arte conteporânea nem tenho a pretensão de entender. Apenas me impressiono ou não. E só.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sabe Luiz? Sou meio cética. Eu tenho um palpite pra esse babado.
E minha opinião vai pra o mote proposto e a exposição como um todo. Claro que eu não vi, mas pra mim o arte desse povo é fazer a gente de besta.
No fundo, no fundo, bem lá no fundo do poço... eles não dizem coisa com coisa.
Por que quando eu vejo umas coisas dessas eu não percebo reação no meu cérebro. Aquela reação de quem busca nas "informações não visuais" algo mais pra compreender o que o "visual" do momento quer dizer; aquela reação de quem vê o belo e sente fisgada no coração de contentamento, de emoção.
Pra mim esse monte de guarda-chuva que tem aí só significa uma coisa: agora eu sei pra onde vai os guarda-chuvas que a gente perde pelo caminho...
hahahahaha

Anônimo disse...

Putzzzzzzz favor apagar o primeiro comentário, pois tá cheio de erro...
Deixe o segundo, viu Luiz?
eu tô rindo demais aqui...

Anônimo disse...

Sabe Luiz? Sou meio cética. Eu tenho um palpite pra esse babado.
E minha opinião vai pra o mote proposto e a exposição como um todo. Claro que eu não vi, mas pra mim a arte desse povo é fazer a gente de besta.
No fundo, no fundo, bem lá no fundo do poço... eles não dizem coisa com coisa.
Porque quando eu vejo umas exposições dessas eu não percebo reação no meu corpo. Aquela reação de quem busca nas "informações não visuais" algo mais pra compreender o que o "visual" do momento quer dizer; aquela reação de quem vê o belo e sente fisgada no coração de contentamento, de emoção.
Pra mim esse monte de guarda-chuva que tem aí só significa uma coisa: agora eu sei pra onde é que vão os guarda-chuvas que a gente perde pelo caminho...
hahahahaha