segunda-feira, dezembro 12, 2005

Cães e afeto; filmes e fantasia

Sempre gostei de cachorros. Não me pergunte o porquê. Não poderia explicar os motivos, ou melhor, talvez até enumerasse vários sem que algum pudesse ser verdadeiramente único.

Lembro de ter assistido no filme "A insustentável leveza do ser", uma cena que talvez traduza muita coisa deste afeto entre homens e animais.

A personagem de Juliette Binoche está junto com Daniel Day-Lewis e o cachorro que tinha ganhado dele. Eles descobrem que o cachorro está com um câncer na perna e está sofrendo muito. A decisão é a de aplicar uma injeção letal para aliviar o sofrimento do animal. E neste momento, ela declara que talvez tenha amado mais o cachorro que o próprio marido.

Ao contrário do marido, o cachorro nunca exigiu nada dela. Apenas a amava sem exigir nada em troca. Ela nunca teve que ceder ou fazer algo diferente, o cão a amava apenas pelo fato dela ser ela mesma.

Interessante, não é? Acho que vou buscar uma edição do romance de Milan Kundera para tentar ver mais detalhadamente este diálogo.


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Neste final de semana pude conferir alguns filmes: dois em DVD e um no cinema.

Em DVD vi "A vida e a morte de Peter Sellers", uma biografia do comediante inglês Peter Sellers, mais conhecido pelo papel de inspetor Clouseau na série "Pantera cor-de-rosa".

Elenco inspirado e competente (Geoffrey Rush, Emily Watson, John Lithgow...) e roteiro muito bom, misturando delírios e meta-linguagem. Vale a pena conferir. Infelizmente, esta é uma produção que foi direto para DVD e não passou pelos cinemas. Produção da HBO.

O outro filme foi "Machuca", filme chileno que mostra os eventos pré-instalação da ditadura Pinochet pelos olhos de uma criança da classe média. Machuca é o sobrenome do amigo favelado que por iniciativa da liberalidade e integração promovidas pelo governo Salvador Allende, vai estudar no colégio inglês de Gonzalo (este sim, a personagem principal).

Acho que não estava muito propenso a assistir filmes sérios e por isso, não curti muito. O filme é bom mas deixa um gostinho de algo inacabado.

No cinema, fui me entregar a fantasia de "As crônicas de Nárnia". Queria me desligar um pouco deste mundo e a escolha não poderia ser mais adequada. Um filme feito para divertir. Não espere enredos profundos nem personagens bem trabalhadas. O roteiro é raso, simples e se apóia mesmo nos efeitos especiais. Mas e daí? Eu só queria algo leve mesmo.

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