quinta-feira, junho 30, 2005

Assistir uma apresentação da OSESP faz com que eu tenha orgulho de ser paulista. Sem dúvida alguma, esta é uma das melhores orquestras sinfônicas do mundo. O nível dos músicos e a qualidade do repertório fazem valer todos os centavos gastos.

Tudo bem, tudo bem... neste caso, assisti a apresentação da OSESP por preços subsidiados. Ainda bem que existem os SESCs. E o SESC de Santos é ótimo. Tem trazido bons espetáculos e tem uma estrutura fantástica.

No repertório desta apresentação (que não foi conduzida nem pelo John Neschling nem pelo Roberto Minczuk), pude ouvir três peças de compositores que nunca tinha ouvido executados ao vivo antes: a abertura da ópera Os mestres cantores de Nuremberg de Ricard Wagner, a música criada para o blaé Romeu e Julieta de Piotr Tchaikovsky e a música feita para os Ballets Russes em O pássaro de fogo de Igor Stravinsky.

Das 3 peças, gostei muito mais de Romeu e Julieta. Sei lá... bateu mais para mim e foi um som que curti muito ouvir. Há momentos delicados e outros mais fortes (sem perder uma certa doçura no som).

O Guacymar, que estava comigo, gostou muito mais de O pássaro de fogo. Acho que ele curte mais os compositores modernos e as experimentações que eles fazem na música. Eu ouço mas não é das músicas que mais me encantam.

Agora, em algo nós concordamos: ser compositor é ser em parte genial e maluco. Afinal, só sendo louco para se lançar numa empreitada desta. Definir o que cada instrumento vai tocar e fazer com que todos soem muito bem em conjunto é algo excepcional.

quinta-feira, junho 23, 2005

Cada coração é uma célula revolucionária. E talvez seja mesmo...

A frase é de um filme que assistir ontem: Edukators. O filme mostra muito bem aquele desejo de mudar o mundo tão característico da juventude.

A hipótese levantada pelo filme é bem interessante. Três jovens alemães fazem intervenções nas casas dos "bem-afortunados". Intervenções quase artísticas e que levam uma mensagem de terror: "Você tem dinheiro demais", por exemplo.

Não se rouba absolutamente nada. Apenas rearranja-se tudo de forma caótica e fica a mensagem que irá perseguir todos. Na fila do banco, durante o banho, num restaurante... em qualquer lugar, as pessoas se sentirão observadas e pensarão na mensagem "você tem dinheiro demais".

Os planos só começam a mudar quando por um acaso, eles precisam sequestrar um dos ricos que os pegou em flagrante. Ironia do destino: o atual rico sequestrado era na juventude um líder estudantil revolucionário.

Seria mais ou menos como se jovens revolucionários socialistas sequestrassem o José Dirceu (ex-líder estudantil e atual político no poder).

O filme trabalha muito bem com a temática e vale a pena conferir. Bem, acho que agora só no DVD... assisti aqui em Santos mas mesmo aqui já sairá de cartaz.

quarta-feira, junho 22, 2005

Nesta ressaca pós-aniversário, tenho aceitado melhor estes meus recém-completados 30 anos. Daqui pra frente, tudo oque vier é lucro... se bem que acho que sempre foi assim.

De lá para cá, fiz poucas coisas. No sábado encontrei o Maurício, o Murilo, a Letícia e o Cláudio. E, junto com o Guacymar, fomos almoçar demoradamente no Galetos.

Gsoto muito daquele lugar, sem ser muito pomposo mas sem ser muito invadido também (como o Ráscal). Dividi com o Guacymar um galeto desossado com polenta cremosa. Muuuuito bom. Se bem que acho que a polenta frita cairia melhor. Fica para o próximo pedido.

De lá, encontramos a Sté e a Mariana. Uma pequena divisão de grupos e fomos eu e o Cláudio num carro, o Mau, a Sté e o Gwa no outro. Todos em direção a exposição Subterrâneos do Tietê. O lugar é muuuito mal sinalizado e por isso, demos voltas e mais voltas até encontrarmos o lugar certo.

Pelo o que foi divulgado, a exposição fica aberta das 9h00 às 16h30. Chegamos lá às 15h55 e para nossa surpresa (desagradável, é claro), não haviam mais monitores e a exposição estava fechada. Estes funcionários públicos... risos.

Bem, frustante e nem sei se vou querer voltar lá. Muito trabalho para talvez não ver muita coisa.

Nossa opção foi abusar um pouco da paciência do Mau e voltar para o ponto de origem: a região da Paulista. Fomos para o Cinessec para conferir um filme que eu queria ver faz um tempinho: Irmãos, do francês Patrice Chereau.

Gosto muito dos filmes deste diretor. Assisti Rainha Margot e Intimidade com muita apreciação. Intimidade foi meio chocante por mostrar cenas explícitas de sexo entre os protagonistas (diga-se de passagem, não eram gratuitas e ilustravam muito bem a estória contada).

Neste filme, trata-se da reaproximação de dois irmãos por conta da doença que o mais velho descobre. Perfeito para um filme emocional, que conduza a platéia para um choro convulsivo. Se fosse um filme italiano, talvez pudesse resvalar neste sentido (é só lembrar de O quarto do filho).

O filme conduz a estória com um realismo impressionante, sem grandes afetações. O tempo do filme é um tempo próprio para que cada personagem desenvolva sua emoção diante do turbilhão de fatos que a doença traz.

Eu, particularmente, me senti muito envolvido com toda a temática do filme: o relacionamento dos dois irmãos. As relações baseadas no parentesco de sangue são estranhas. Afinal, você não teve o poder da escolha. Os amigos são resultantes de um processo de escolha (e talvez, por isso eles sejam importantes, porque são os escolhidos por você). Pais e irmãos são relacionamentos onde há vínculos obrigatórios e vitalícios. Supõe também relações de autoridade e competição, relações de solidariedade e de apoio.

quarta-feira, junho 15, 2005

Obrigado, obrigado, muito obrigado mesmo por todas as mensagens de parabéns e telefonemas.

Este ano resolvi não fazer muito ogito por conta do meu aniversário. Acho que deve ser o peso de ter enfim, chegado aos 30. Demorou mas, cheguei... risos.

Recebi um cartão de aniversário muito divertido da Káhtia. No cartão, o Garfield dizia: "Sua idade não me espanta, o que me espanta é que você ainda não precisa usar bengala".

Engraçado... mas acho que resume bem o espírito: o melhor a se fazer é parar com estas reflexões sobre o que se fez durante o tempo que passou e dar risada de tudo o que já é história.

Por estar numa fase de "reflexão", acabei não organizando nenhuma festa (como habitual dos anos anteriores). Queria ficar meio recolhido. Mas, graças aos meus amigos, acabei ganhando de presente uma festa-surpresa.

Obrigado a todos por terem dado esta surpresa boa. Gosto de ser surprendido, ainda mais com coisas boas. E fico contente por ter amigos que puderam me proporcionar isso.

Maurício, Zilda e Káhtia. Muito obrigado por terem disparado todo o
processo. Mari, a sugestão de local foi perfeita... e a pizza de chocolate com velinhas foi simplesmente hilariante (aposto que a idéia das velinhas
foi da Raquel, não foi?).

Adorei reencontrar a Luciana e o Ricardo (que não via a muuuuuito tempo). A Veruska com o bom humor de sempre (dá vontade de vê-la mais vezes... foi realmente uma pena o Fábio não ter aparecido). Raquel, adorei conhecer o Marcos. Murilo e Letícia, muito obrigado mesmo... e pensar que depois vcs ainda iam para um plantão médico (risos).

Para quem não sabia da festa, se serve de consolo, nem eu sabia. Mas espero mesmo que neste novo ciclo que se inicia para mim, possa retomar e manter o contato com todos.

A Rosana mandou uma mensagem que achei muito legal: muitos anos de vida e muitas alegrias e muito sucesso e muita harmonia e força e muito amor e muito dinheiro e muito chocolate e muito carnaval e muitas comemorações e muito pôr do sol e muitas risadas e muitos amigos e muitos encontros e muitos sonhos e muitas realizações e muito muito sempre!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E eu desejo isso para todos nós. Quero comemorar muita coisa a partir destes 30 anos recém-completados.

quinta-feira, junho 09, 2005

Bateu um desânimo... chato isso. Deve ser esta fase final do meu inferno astral. Talvez não devesse acreditar nisso. Enfim, só mais um desses devaneios.

Hoje recebi um e-mail com um descritivo sobre um curso prático de dramaturgia. Uma sátira, é claro.

Vale a pena dar um lida e ver os chavões de cada novelista.

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MÓDULO I: Como escrever uma novela de Benedito Ruy Barbosa

Ma non há dificuldade, cazzo! Este é lo módulo ma facile. Antonio Fagundes é inimigo de Raul Cortez. Ma é tutto buonna gente. O bambino de uno ama a bambina d`outro. Totto mondo parla italiano com sotaque de portunhol.

Os italiano tutto vem morar no Brasile. Os namoratti se separam ma depois de uno ani o ragazzo vê a ragazza na rua, já com uno bambino nos bracci. Depui de um tempo, o ragazzo descobre que o bambino é filho dele, ma non crê. Mai 10 anos se passam. O ragazzo (que já non é tão ragazzo)declara tutto su amore para la ragazza (que também já non é mai tão ragazza).

No finale, os personagens principales fazem as pazes e todas las familia se juntam para dançar la tarantela.



MÓDULO II: Como escrever uma novela de Glória Perez

Pegue um assunto da área médica que esteja na moda: clonagem, transplante de coração, mãe de aluguel... Convide Victor Fasano, Raul Gazzolla, Eri Johnson e Guilherme Karam para o elenco. Escreva diálogos sem sentido, crie personagens desajustados e esqueça todo e qualquer compromisso com a verossimilhança. O personagem masculino principal tem que ser interpretado por um péssimo ator (ou um ator que esteja em um péssimo momento).

Não há explicação para este fenômeno, mas o fato é que as terríveis interpretação de Victor Fasano (Barriga de Aluguel), Ricardo Macchi (Explode Coração) e Murilo Benício (O Clone) ajudaram a levantar o ibope das novelas.

Os personagens suburbanos são fundamentais, devem ser bastante explorados. Mas também é imprescindível criar um núcleo que tenha costumes bem diferentes dos nossos, como muçulmanos ou ciganos. E uma mocinha deste núcleo tem que viver um amor impossível com um mocinho de fora do núcleo.

Do meio para o fim da novela, crie uma campanha social, tipo a busca por filhos desaparecidos ou a luta contra as drogas. Tudo isso temperado com cenas longas, chatas, arrastadas e sem sentido.


MÓDULO III: Como escrever uma novela de Carlos Lombardi

Uhuuuuu, e aí parceiro? Você visa escrever uma novela do Lombardi? Demorô, isso é mole pra gente. A parada é a seguinte, tú pega a Danielle Winits e bota os peitos dela bem a mostra. Daí tú chama os irmãozinho Marcelo Novaes, Humberto Martins e Marcelo Faria pra firmar. Os cara vão pegar geral e a mulherada vai rodar de mão em mão. Os camaradas não são mole não, se mexer com eles, é porrada em todo mundo. E se a polícia for atrás, os manos são sagaz, fogem durante 15 capítulos e ninguém encontra.

Ah, não se preocupa com história não, o lance é botar mulher gostosa com vestido curto e homem bonito sem camisa, a audiência vai lá em cima, cara! E não esquece da Betty Lago, hein! O papel dela é certo: uma madame histérica. É tiro certo mano, podis crer.



MÓDULO IV: Como escrever uma novela de Aguinaldo Silva

Ô bichinho, invente uma cidade porreta, que fique lá no sertão nordestino. Tem que ter uma igrejinha, as carolas fuchiqueiras, um político danado de safado e um mistério daqueles de arrancar cabelo de careca. Eita, não pode esquecer do forasteiro, que vai botar a vidinha do povo da cidade de pernas pro ar. E pra aumentar esse furdunço, tem que ter um namorico bem quente. Mas o cabra vai ter que cortar um dobrado pra ficar com a moça, afinal de contas, rapadura é doce mas não é mole não. Claro que sempre tem uma mulher mal amada pra azedar o acarajé dos outros e um corno vingativo que vai atazanar a vida do casal. Mas no fim, fica tudo certo, até o político safado consegue um novo mandato.

segunda-feira, junho 06, 2005

E as atencoes se voltam apra a nova Daslu. Discussoes interminaveis sobre a ma distribuicao de renda neste pais. Li uma materia na Folha Online onde se comparava a renda mensal de todas as familias da favela proxima da nova loja e os produtos vendidos la. Segundo os calculos apresentados, a renda de todos os moradores da favela daria para comprar somente duas calcas.

Vai entender...

Bem, em Santos as coisas vao indo bem. Estou saindo do meu inferno astral e isso me deixa muuuuito contente. Sei la... estou meio cansado de me sentir desanimado com tantas coisas. A realidade as vezes desanima.

Assisti no final de semana o filme O lenhador. Filme interessante com o Kevin Bacon (que esta muito bem, por sinal). ele faz o papel de um ex-preso que tenta se reintegrar na sociedade. O motivo do crime? Ele foi preso por molestar criancas.

E por falar em molestar criancinhas, o que sera que vai acontecer com o Michael Jackson?

quarta-feira, junho 01, 2005

Não poderia deixar de falar de um documentário muuuuito bom que assisti ontem: The corporation, da dupla Abbot e Ackbar.

Para mim, ex-aluno de administração de empresas e já a algum tempo no mercado de trabalho, foi surpreendente ver uma crítica tão contundente ao poder das corporações. Ver uma evolução histórica deste poder (antes controlado pelo Estado) e agora, sem fronteiras e seguindo um objetivo único de lucro.

O filme mostra uma falta de ética na pessoa jurídica "corporação". Achei interessante notar que as corporações são tratadas como pessoas e tem os mesmos direitos que as pessoas. Entretanto, ao contrário das pessoas físicas, carecem de um senso de atuação ética.

O diagnóstico apresentado no documentário e feito por um especialista do FBI diz que as corporações são pessoas "psicopatas". Uma perspectiva interessante.

O filme parece ser um pouco longo mas, flui muito bem trazendo sempre novas informações e pontuado com entrevistas e declarações de peso: CEOs ou ex-CEOs da Shell, IBM, Nike e outras empresas, gurus da administração como Peter Drucker, o economista ganhador do Nobel Milton Friedman e o sempre contundente Michael Moore.

Vale a pena o ingresso... O único porém é que está passando em apenas uma sala de exibição e em somente dois horários. Acho que logo, logo sairá de cartaz. Será que lançarão em DVD? Espero que sim. É um filme que eu teria na minha coleção.
Feriado tranquilo. A praia não estava cheia. O sol de outono foi parcimonioso mas adequado. Gostoso andar sob o sol e se aquecer um pouco. Nada de excepcional mas, dá uma medida das coisas simples que podem ser usufruídas.

Domingão subi para Sampa com a Mari e fomos almoçar no PiraSanduba, contando ainda com a presença do Maurício e da Renata. De lá, um bate-papo gostoso regado a café e sorvete Negresco no apartamento da Mari (um charme).

Na busca de alguma informação e entretenimento para os meus neurônios, embarcamos numa sessão na sala UOL de cinema.

Fazia muito tempo que tinha ido lá e fiquei meio chocado com a má conservação do lugar. É uma pena ver um cinema se deteriorar. Assistimos Melinda & Melinda, o mais novo filme do Woody Allen.

Gosto dos filmes do Woody Allen, inclusive daqueles que os críticos dizem serem filmes menores como "O escorpião de jade" e "Igual a tudo na vida". São filmes que divertem sem serem escrachos e trabalham com aquele sentimento de ansiedade com a vida que todos nós temos.

Em "Melinda & Melinda", mostra-se duas histórias distintas com uma personagem em comum: a Melinda do título. Uma história tem um tom cômico e outra, um tom trágico. O que se vê é que tragédia ou comédia dependem basicamente do enfoque que se dá. Talvez na vida seja assim... a gente pode rir ou chorar das situações. Elas acontecerão independente do que desejamos ou não.

Depois do filme, o Maurício (como grande gentleman) deu uma carona para a Renata até o aeroporto. E por coincidência, a Zilda ligou no meu celular bem nesta hora. E por acaso ela estava por ali.

A gente se encontrou na pizzaria Hut da avenida dos Bandeirantes e encerramos nosso domingo lá.