Recebi um texto de autoria da Fernanda Young, aquela do Saia Justa. Na crônica, ela apresenta uma visão peculiar sobre os gays. Vale a pena dar uma conferida.
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Enquanto as mulheres seguiam reclamando seus direitos e os homens seguiam
aprimorando seu machismo, um grupo de rapazes bonitos e sarados resolveu
mostrar o que aprendeu de feminino com suas mães.
E o mundo saiu do armário.
Por mim, tudo bem. Afinal, quando se está em viagem, qual é o lugar mais legal
de se ir? Aos bairros gays.
Quando se quer dançar a noite inteira, para onde devemos levar o esqueleto e as
plataformas? Às boates gays.
Você quer rir da própria desgraça, vai rir com quem ? Com um amigo gay.
Eu mesma, se fosse para ser homem, acho que optaria por ser gay. Não por gostar
tanto assim do gênero humano masculino, mas por sem-vergonhice mesmo.
É impressão minha ou os gays se divertem muito mais do que todo mundo?
Parecem até mais inteligentes, numa fórmula que mistura boas doses de senso de
humor, futilidade, determinação e loucura. E, cientes dessas condições, acabam mais ousados e corajosos.
Há, decerto, alguma magia no contato da testosterona com uma alma delicada, para
que se produza seres tão absolutamente especiais.
Será que uma mulher injetada de alguma proporção exata desse hormônio seria
capaz de se tornar, como os gays, mais livre? Mais engraçada?
Será a mulher um gay pudico, por isso sem falo?
Serão, enfim, as bichas, com a sua maravilhosa junção de fogo sexual com capacidade reflexiva, o verdadeiro possível sincretismo entre macho e fêmea?
Respondo como uma bicha responderia: "Who knows?"
E talvez seja mesmo o que precisamos, um mundo gay, formado por um tipo de gente
que é capaz de dar quando quiser, mas que ao mesmo tempo sabe reter algum teor
simbólico das relações que não sejam só o comer, deu para entender? Seria
um mix do dar e do receber, carmicamente balanceado.
E para aquele que crê que essas conclusões meio chapadas sejam algum tipo de
campanha tendenciosa, ressalvo: ninguém vira gay por causa de uma crônica. Ou
vira?
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