domingo, março 06, 2005

É uma pena que por conta de disputas partidárias, quem acaba sofrendo é o eleitor. Nunca escondi minha preferência pelo PSDB mas, ler este artigo da Folha me deixa tão p*** com o PT.

Espero que a Martha aceite o desafio feito. Pelo menos, se pararia de ficar neste jogo de empurra-empurra da responsabilidade pelas contas do município.
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Disputa entre Lula e Alckmin já paralisa obras em São Paulo
  
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
Da Folha de S.Paulo
 

A mais de um ano e meio da eleição presidencial de 2006, as divergências políticas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), virtual candidato ao posto, saíram do fogo-cruzado verbal e se espalharam pela execução de projetos e obras.

Embora o tucano e o petista preguem publicamente a boa convivência dos entes da federação, o desentendimento entre eles já paralisa obras e faz projetos adormecerem nas gavetas.

Levantamento feito pela Folha nas secretarias e ministérios mostra que a discussão vai além da obra do Rodoanel, da ampliação do metrô e da renegociação da dívida da Cesp, estatal de energia paulista.

Os tucanos, em campanha aberta, reclamam de queda e atraso nas transferências de recursos da União para São Paulo em áreas prioritárias. O governo federal alega que o contingenciamento orçamentário atinge todos os Estados, mas após Alckmin ter atuado nos bastidores contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato derrotado do Planalto a presidente da Câmara, o Planalto decidiu diminuir o oxigênio do tucano.

Infra-estrutura
A obra da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, inaugurada parcialmente em 1998, não foi concluída. Faltam R$ 20 milhões de contrapartida federal. Extra-oficialmente, o Ministério dos Transporte diz ser difícil ter verba para a conclusão neste ano.

"A ponte está com a estrutura danificada, os fios de energia elétrica já foram roubados. Há omissão do governo federal e do governo do Estado", diz o deputado Vadão Gomes (PP- SP).

Outra obra que necessita da ajuda de Lula para sair do papel é o trecho sul do Rodoanel. O presidente prometeu ajuda após pressão de prefeitos do ABC, inclusive petistas. Mas orientou seus ministros e assessores a capitalizarem eventual sucesso da obra.

Educação
Na capital paulista, a disputa entre PT e PSDB paralisou a construção do Centro de Educação Profissional de Sapopemba, cujas obras foram iniciadas em 2002. O governo federal cortou repasses. O projeto, que tem verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento, custa R$ 2,5 milhões. Foram enviados R$ 644 mil.

Localizado na zona leste, região de intensa disputa eleitoral entre tucanos e petistas na eleição municipal de 2004, o centro prevê 280 vagas por semestre em cursos como informática e culinária.

Nova licitação será feita, mas o custo subirá. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação diz que o Estado só comprovou o uso de R$ 525 mil, por isso o restante não foi repassado.


Saúde
A construção da Hemobras, fábrica de hemoderivados, é o novo capítulo de divergências. O governo paulista ofereceu terreno, profissionais do Instituto Butantan e metade dos investimentos previstos na construção. Alegou que 70% da coleta de plasma está no Sudeste e que 70% dos derivados de sangue vêm para a região.

A obra deverá ser feita em Pernambuco, terra do ministro da Saúde, o petista Humberto Costa.

Segundo o diretor do Departamento de Atenção Especializada, Arthur Chioro, a decisão é reflexo da política do governo de investir na "desconcentração e no desenvolvimento regional".

Em meio à troca de farpas sobre os repasses mensais do SUS (hoje o teto é de R$ 250 milhões por mês, e o Estado pede mais R$ 14 milhões para atender ao aumento na demanda) e o credenciamento de novos leitos de UTI, um bebê morreu no Hospital Universitário de Taubaté em razão da superlotação da UTI neonatal. O Estado culpou o governo federal.


Segurança
Depois de ter reduzido investimentos na área da segurança, o Palácio dos Bandeirantes culpa agora o governo federal, alegando diminuição nos repasses por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Segundo os tucanos, apenas 13% dos recursos previstos para 2003 (R$ 229 milhões) e para 2004 (R$ 233 milhões) chegaram ao Estado. Além disso, houve uma queda de 64% no valor repassado pelo governo Lula em relação aos três últimos anos de FHC.

As disputas também envolvem a problemática Febem (Fundação Educacional do Bem-Estar do Menor), palco de crises do governo paulista e alvo do PT para atacar o pré-candidato tucano.

Segundo a Secretaria da Justiça de São Paulo, de 1997 a 2002, no segundo mandato de FHC, a União repassou R$ 3,7 milhões para a instituição.

Em 2003, primeiro ano de Lula, foi R$ 1,8 milhão, caindo para R$ 228 mil no ano passado. Para este ano, segundo o Estado, não há previsão de transferência.

Os petistas se defendem. Dizem que, na incapacidade de resolver o problema da Febem, Alckmin prefere transferir a responsabilidade para o governo federal.

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