quarta-feira, março 30, 2005

Existem coisas que surgem inesperadamente e que são capazes de iluminar um dia inteiro. Um telefonema, encontrar alguma coisa esquecida a muito tempo, um e-mail, uma mordida numa fruta, um passarinho cantando... enfim, qualquer coisa pode te deixar assim. São momentos mágicos que surgem e valem as 24 horas do dia, mostram que é bom estar vivo.

Hoje simplesmente recuperei uma revista antiga e folheando encontrei um poema de Maiakóvski. O que me encantou foi o final do poema (de nome comprido) A extraordinária aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no verão na Datcha. O trecho era assim...


(...) Se o sol se cansa
e a noite lenta
quer ir pra cama,
marmota sonolenta,
eu, de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente.
Brilhar pra sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
gente é pra brihar
que tudo o mais vá pro inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.

sábado, março 26, 2005

Temporada de novos filmes em Sampa. Alguns programas frustrados (como a minha tentativa de ir ao Vivo Open Air) mas outras surpresas (como ter conhecido o café Feira Moderna).

Enfim, muita coisa durante esta semana. Abaixo, alguns comentários sobre os filmes que pude conferir nesta semana.

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Herói

A história é simples, muito simples. Esqueça diálogos longos ou um filme verborrágico. Aqui vale a máxima "Uma imagem vale por mil palavras".

Assim como em "O tigre e o dragão", cenas com lutas coreografadas e pessoas desafiando a gravidade em cenários de encher os olhos.

Nunca a natureza pareceu tão valorizada em closes e panorâmicas. A chuva, o vento, o lago, o deserto, as folhas. Tudo parecendo querer mostrar a magia esquecida de um cotidiano banal.

As cores enchem as telas de forma intensa, explícita... quase pornográfica de tão explícita. Azul, amarelo, vermelho. Vento, cabelos, flechas, rodopios, gotas, folhas.

Um conto (de fundo meio nacionalista) num espetáculo visual imperdível. Não deixe para assistir quando for lançado em DVD, o impacto visual do filme vai se perder com certeza.

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Hora de voltar

Por que será que fizeram tanta festa por conta deste filme? Foi bem recebido em Sundance, foi saudado como fruto bom de um cinema independente. O que mais vi foi um desfile de clichês. Talvez de clichês de filmes independentes: personagens problemáticos e/ou com alguma característica diferente, música descolada na trilha sonora (tinha até Coldplay!!), história enveredando numa busca por identidade.

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A vida é um milagre
Acho que nunca tinha assistido um filme do Emir Kusturica. Foi interessante como experiência mas não posso dizer que foi uma experiência das mais prazeirosas. O filme é lento, lento... tem um história que precisa de muita paciência para se acompanhar, personagens interessantes mas que demoram para decolar.

Dizem que filmes iranianos são lentos mas eles envolvem nos conduzindo num fluxo de emoção. Este filme é lento mas não consegue um "gancho" e por isso, o tempo parece se arrastar.

terça-feira, março 22, 2005

No post de ontem, acabei esquecendo de fazer um comentário sobre o último filme que vi no cinema. Eu, como leitor voraz de HQs, ao saber da filmagem de Constantine, já fiquei ansioso para ver o resultado.

Antes não tivesse criado tanta expectativa. Muitas adaptações foram feitas para o cinema: transportaram a trama da Inglaterra para os EUA (mais especificamente Nova York), o John Constantine passou de irlandês loiro para encarnar em Keanu Reeves. Até aí, tudo bem... são algumas concessões.

A trama do filme em si acabou se mostrando fraca e um pastiche de várias das aventuras de Constantine nos quadrinhos. Talvez eu tenha ficado meio desgostoso do filme por conta de conhecer a fonte original. Talvez o filme seja fraco mesmo. Bem, não consegui digerir muito bem.

Pontos positivos: a Tilda Swinton (que já fez filmes com Derek Jarman) está muuuito bem no papel do arcanjo Gabriel.

segunda-feira, março 21, 2005

E cá estou eu... em terras paulistanas. Matando saudades do aconchego que só se encontra na casa dos pais.

Nada de cinemas nestes últimos dias. Aliás, estou correndo com um projeto e, por isso, fiquei meio que ausente. Hmmm... foi uma semana tranquila.

Algumas notícias:

* Resolvi ligar para minha irmã. Fazia um bom tempo que não falava com ela... afinal, nunca sei como funciona os horários dela no outro lado do mundo. Conversamos muuuuito, quase uma hora (ai, ai, ai... quero só ver a conta de telefone). A boa notícia é que ela disse que vai voltar para o Brasil neste ano (contrariando as expectativas que diziam que ela voltaria somente no segundo semestre de 2006). Saudades!!! Tanto por parte de quem ficou quanto por parte dela (que disse sentir muita falta do solzinho do Brasil).

* Assisti alguns filmes em DVD. Nada muito memorável... ou melhor, de todos os filmes que assisti, somente um merece destaque. Quem assistiu O outro lado da rua? O filme é muito bom. Bem conduzido, com atores ótimos (Fernanda Montenegro e Raul Cortéz nos papéis principais... e a Laura Cardoso numa participação muito especial).

Uma rápida pincelada sobre a estória: uma aposentada presta serviços para a polícia denunciando criminosos. Numa noite de insônia, ela pega o binóculo e olha as janelas do prédio em frente (algo meio Janela Indiscreta) e pensa ter visto um assassinato. Ao fazer a denúncia, ela acaba caindo em descrédito, mas fica firme em sua decisão de provar que estava certa e vai atrás do suposto assassino.

* Os outros filmes? Assisti Rei Arthur (interessante fazerem um filme ambientando o rei Arthur no período de declínio do império romano na Bretanha. Mas não vale muito a pena), Terminal (o Tom Hanks realmente não me convenceu neste filme... e o que é que a Catherine Zeta-Jones está fazendo neste filme?), Meninos de Deus (quando vi a caixa, li que era uma mistura de filme com animação... esperava bem mais de um filme com a Jodie Foster - desperdiçada - e animações do Todd McFarlane).

quinta-feira, março 17, 2005

Happy Birthday!!! Desta vez para um outro amigo de terras gaúchas. Aliás, um adendo... nunca tinha atentado para o número de amigos piscianos que tenho.

Parabéns, Faber!!!

Faz um tempão que a gente não se encontra. Mas é bom saber que apesar da distância, a gente continua em contato.
Acabei de descobrir uma matéria na revista Criativa sobre a televisão como vício. E, surpresa... estava lá o depoimento de uma amiga minha. Para quem quiser conferir a matéria, é só clicar:

http://revistacriativa.globo.com/Criativa/0,19125,ETT917311-2240-3,00.html

E acho tudo isso mais coincidente ainda porque ontem mesmo falaram para mim a respeito de uma campanha da Semana da TV desligada.

O texto abaixo é uma transcrição de um texto do jornalista André Azevedo da Fonseca. Vale ainda visitar os sites destas ONGs:

* TVer - ONG formada por um grupo de psicólogos, sociólogos, educadores, jornalistas e advogados para refletir sobre a responsalibidade pública da TV.
http://www.tver.org.br

* TV Turnoff Network - ONG americana que tem por objetivo incentivar famílias e principalmente, crianças a assistir menos TV e promover modos de vida mais saudáveis.
http://www.tvturnoff.org
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O que aconteceria se você participasse de uma experiência que consiste em ficar por uma semana sem ligar o aparelho de TV? Para a TV-Turnoff Network, uma rede global de ativistas dedicados a encorajar crianças e adultos a assistir menos televisão, nesta era de excesso de estímulos televisuais o experimento pode inspirar uma prática libertadora. Ao aproveitar o tempo livre com outras atividades, o ex-telespectador passivo é levado a inventar formas de entretenimento que freqüentemente despertam soluções criativas de lazer comunitário. Além disso, segundo os ativistas, essa renúncia permite o surgimento de pelo menos uma reflexão crucial: "Quando manipulo o controle remoto, quem realmente está sob controle?"

O conceito que está por trás da TV Turnoff Week (Semana da TV Desligada), que em 2004 acontece de 19 a 25 de abril [mas que pode ser praticada em qualquer tempo e/ou espaço. Ne ], é a idéia de "meio ambiente mental". Os Adbusters, grupo de ativistas canadenses historicamente envolvidos na campanha, acreditam que, assim como o ar e os oceanos, nossa ecologia psíquica está saturada de ruídos, elementos dispersivos e outros poluentes. "Nosso objetivo é simplesmente incentivar as pessoas a pensar sobre o acúmulo de lixo em seu universo mental." Assim, clamam para que os telespectadores celebrem tudo que a vida tem a oferecer além da TV.

A campanha já é realizada há 10 anos e a cada edição reúne entusiastas por todo o globo. Em 2003, segundo os organizadores, foi estimada a participação de 7 milhões de telespectadores em 17 mil grupos organizados nos Estados Unidos e em vários outros países. "Tire umas férias de sete dias da TV e recupere o tempo para conversar, brincar, ler, exercitar, criar, sonhar - e viver!", convidam.

quarta-feira, março 16, 2005

Dia 19 de março, próximo sábado, uma amiga minha, a Adelita organizará um pequeno bazar. Uma oportunidade para conhecer gente legal, bater papo, tomar suco, comer um bolinho e fazer umas comprinhas... :)

Horário: das 14:00 às 20:00 hs.

Produtos: colares bem legais e produtos de beleza (e ovos de Páscoa - a confirmar).

Endereço: Rua São Benedito, 2.650 (no Salão de festas do prédio) - Alto da Boa Vista

* fica a um quarteirão do Borba Gato
* no mesmo quarteirão da Padaria Santa Marcelina
* ao lado do Clube Banespa

segunda-feira, março 14, 2005

Hoje é aniversário de um grande amigo meu. Temos a mesma idade, mas a partir de hoje, tenhos exatos 3 meses para dizer que ele é mais velho que eu.

Parabéns, Maurício.

O Maurício é um destes casos de amizades de longa data. Dizem que amigos sempre passam por altos e baixos, discussões e todo o resto. Não me lembro de nestes 12 anos (sim, tudo isso) que a gente se conhece, de termos discutido ou brigado.

Mas quem disse que amigos precisam discutir sempre? O importante é que sempre conseguimos ouvir um ao outro e respeitar as opiniões do outro. Amigos assim são raros. Fico contente por ter amigos assim...

domingo, março 13, 2005

Adorei os dois últimos filmes que assisti... Sabe aqueles filmes bons e que também fazer você refletir sobre várias coisas? E convenhamos, um filme bom e que tenha conteúdo parece ser artigo raro.

A jornada de James para Jerusalém mostra as mazelas de um mundo globalizado e individualista. James é um peregrino, eleito pela aldeia para ir até Jerusalém. Ao chegar no aeroporto, é barrado pela imigração (que não acredita que ele está apenas em peregrinação e sim, em busca de trabalho) e preso apra ser deportado. Ao ser resgatado por um desconhecido, ele acredita ter passado por um milagre mas, se vê envolvido num esquema de trabalho "escravo". Seu passaporte fica em poder do sujeito que pagou a fiança e ele é obrigado a trabalhar como faxineiro para reaver o passaporte e seguir para Jerusalém.

O filme lembra um pouco a temática de Sobre coisas belas e sujas, do Stephen Frears. Mas é um pouco mais light e tem até um toque de humor. Consegui até aprender algumas palavras em hebraico: hafif (porcaria, coisa mail-feita) e frayer (otário).

O outro filme que assisti foi Mar adentro. O que posso dizer? Um filme maravilhoso, com excelentes atores e um tema controverso. Um filme denso, deprimente ao mostrar a impotência das pessoas diante de alguns fatos. O Javier Bardem está SENSACIONAL!!! O filme conta a história real de Ramón Sampedro, que depois de um acidente, fica tetraplégico.

O fato de sempre ter tido uma vida ativa, que lhe foi repentinamente tirada, faz com que ele busque apoio para poder se matar. A lei espanhola não permite a eutanásia e, por isso, o tema gerou discussões acaloradas. O mote da personagem era Viver é um direito, não uma obrigação.

E realmente... eutanásia, direito ao aborto e pena de morte sempre são temas controversos porque versam sobre a vida humana. Na Veja desta semana vi uma matéria sobre eutanásia neonatal. Os holandeses, só pra variar, estão bem adiante no quesito liberalidade.

Talvez estejam certos... a igreja católica não deveria influir nas decisões de um Estado laico.

sexta-feira, março 11, 2005

Lembra do Genius? Eu adorava aquele brinquedo... aliás, se bobear, eu ainda tenho ele guardado em algum lugar na casa dos meus pais.

Bem, para quem quiser matar saudades deste clássico dos anos 80, é só clicar.

http://guto.paqtc.org.br/index.php?option=com_puarcade&Itemid=58&game=simon

Boa diversão!!!

quinta-feira, março 10, 2005

Alguém pode me explicar o que significa esta história da Daniela Ciccareli ter 6 dedos num dos pés? É verdade ou puro boato? Só sei que já estão chamando-a de Cinderella de Chernobyl. E já vi até imagens de Havaianas feitas especialmente para ela. Isso sem falar da campanha "Se você tem 10 dedos nas mãos e onze dedos nos pés, faz um 21!".

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Por falar em piadinhas, recebi agora um comentário sobre papel higiênico. Mais especificamente sobre a linha de produtos dos papéis higiênicos Neve (aquele do mordomo Alfredo).

Segundo seu fabricante, Neve é um produto sofisticado, destinado as classes A e B.

O Neve Ultra, que já vem com alguns opcionais como alto relevo de flores e uma microtextura, que segundo o texto da embalagem, proporciona a seus felizes usuários "a suavidade de uma pétala de rosa".

Perguntar não ofende: alguém já limpou a b... com uma pétala de rosa???.

Depois, tem o Ultra Soft Color (mais caro e mais metido a besta): laranja e com extrato de pêssego. Como se o (...) enxergasse cor e sentisse cheiro...

Mas, demais mesmo é o Neve Ultra Protection, o top de linha. Este Rolls Royce dos papéis higiênicos, além de conter óleo de amêndoas ("garante maciez superior e um cuidado maior com a sua pele") em sua delicada fórmula, vem com Vitamina E (!?!?!?): ou seja, você caga e ainda sai com o c.. vitaminado!

quarta-feira, março 09, 2005

Este é um post divertido... fala um pouco dos vírus de computador para cada signo. Acho que me identifiquei um pouco com o meu. Risos.

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VÍRUS SEGUNDO A ASTROLOGIA


Áries
O vírus de Áries cria vários arquivos .ini e fica reiniciando seu computador sem parar.

Touro
O vírus de Touro tira um backup do seu disco rígido e impede que você apague qualquer arquivo.

Gêmeos
O vírus de Gêmeos abre todos os programas de comunicação do seu computador,entra na internet e fica procurando fofocas sobre políticos, artistas e celebridades. Ele faz uma nova busca a cada 2 minutos.

Câncer
O vírus de Câncer enche o seu disco rígido com receitas e dicas de reparos caseiros, depois instala um protetor de tela que mostra telefones úteis a cada 30 segundos.

Leão
O vírus de Leão anuncia a sua presença com um rugido em RealAudio (seguido por um clipe do Leão da MGM) e começa a apagar todos os seus arquivos, substituindo-os pela enorme lista de todos os computadores que ele já dominou.

Virgem
O vírus de Virgem elimina continuamente todos os arquivos que você passou mais de um mês sem usar, e faz "defrag" no disco rígido cada vez que você sai de um programa.

Libra
O vírus de Libra instala todos os opcionais de todos os seus programas e fica continuamente mostrando janelas com os prós e contras de cada programa que você vai usar.

Escorpião
O vírus de Escorpião fica escondido, traiçoeiramente, dando download em arquivos pornográficos cada vez que você se conecta a internet.

Sagitário
O vírus de Sagitário faz com que todos os programas de seu computador sejam executados ao mesmo tempo, travando sua máquina.

Capricórnio
O vírus de Capricórnio constrói e atualiza continuamente um banco de dados de todas as informações que estão contidas em seu disco rígido, que podem ser pesquisadas pelo nome do arquivo, data de criação, tamanho, nome do autor (e último endereço conhecido), assunto e classificação bibliográfica.

Aquário
O vírus de Aquário apaga todos os programas velhos de seu computador, cria um acesso por via telepática à Internet e dá download em todos os programas novos e diferentes que encontrar.

Peixes
O vírus de Peixes re-formata seu disco rígido, eliminando todas as fronteiras artificiais (partições, pastas e arquivos) e unindo tudo num único arquivo universal.

terça-feira, março 08, 2005

Acabei de descobrir que o físico brasileiro César Lattes morreu hoje. Triste... Pelo o que li, era um dos físicos mais importantes do país e, que junto com outros dois colegas, descobriu a partícula subatômica píon.

Eu já tinha ouvido falar de César Lattes em 1997. O motivo? Um CD do Gilberto Gil chamado Quanta. Neste CD há uma música chamada "Ciência e arte", onde havia uma estrofe que dizia:

"Não querendo levá-los ao cume da altura
Cientistas tu tens e tens cultura
E neste poema destes pobres vates
Há sábios como Pedro Américo e Cesar Lattes."

Ainda no CD, na contracapa era possível ler uma carta do físico para o Gilberto Gil, comentando as letras das músicas.
Há alguns sites que visito frequentemente. Um deles é o site http://www.malvados.com.br. Os Malvados são personagens do cartoon desenhados por André Dahmer.

Tem uma visão bem crítica, por vezes ácida demais. É claro que as personagens se parecem mais com rabiscos mas, até disso o autor tira um sarro.
Hoje é Dia Internacional da Mulher. A Patuca escreveu algo interessante no blog dela (http://www.patuca.blogger.com.br), um pouco revoltado talvez, mas com toques para se pensar.

Li a respeito de um comentário feito por um técnico de futebol a respeito de uma juíza que apitou o jogo. Dizia que uma mulher não poderia apitar um jogo de futebol já que é um esporte que exige velocidade e resistência.

Será que há mesmo tantas diferenças entre homens e mulheres? Gostaria que não. Prefiro pensar no gênero humano. Celebrar a humanidade e não gêneros, raças, credos ou sexualidades.

segunda-feira, março 07, 2005

Alguém já ouviu falar do site Mundo Perfeito? Não? Bem, o Mundo Perfeito se propõe a ser um site com notícias de um Brasil paralelo.

Muito bom humor e tiradas ótimas. Ou melhor, o site se propunha a fazer isso porque a Daniela Abade, autora do site, encerrou as atividades. Mas, para quem quiser visitar e ver o que era, pode visitá-lo porque ele ainda está no mesmo endereço:

http://www.mundoperfeito.com.br

Eu aproveitei e visitei os geradores de texto e de imagens. Quer fazer a sua letra no estilo Tribalistas? Ou prefere uma crítica literária? Talvez uma novela italiana faça mais o seu estilo... Enfim, qualquer uma destas opções vc poderá encontrar nos geradores de texto.

Eu resolvi fazer 3 letras de música: a primeira é uma a la Miss Kittin (aquela da música Frank Sinatra), outra é no estilo Tribalistas (o trio formado por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte) e a terceira e última é uma letra inspirada nos versos do Humberto Gessinger.

Os resultados são bem divertidos. Confira abaixo.

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motherfucker of glamour, solitude of fame

Amsterdan, you on the cover
whisky, butt of my lover
Colin Firth is getting over
motherfucker of glamour, solitude of fame
throw-up my nipple
bleed my dick
satisfaction is my goal, ecstasy is my name.

throw-up my nipple
bleed my dick
satisfaction is my goal, ecstasy is my name.

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Todo mundo no mundo

Faço subida no salão sensível
Divino encontro
Ninguém é de todo mundo no mundo

Bis

Seja em Santos, Barcelona
Vamos desiludir, Vamos gritar
Lagarta lamacenta lick me
Vamos desiludir, vamos gritar
Amor de primo, desmundo!
Girou a Terra, a terra de Cecilia
Vamos desiludir, Vamos gritar
Boneco bacana, na bola


Repita 102 vezes até você ser deportado.

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O peixe é puto

O peixe é puto
O puto não pula ninguém
O peixe levou um chute na costa
O puto não pula ninguém

Bis

Qualquer bala , seja bendita
Bancos de memória, bancas de revistas
E o Mauricio é calvo
E você está salvo
Um lago . Um lindo
Um segundo eterno.
É matar no inferno.
É morrer em beleza.
É massacrar em tristeza.
bala   bendita
O peixe é puto
O puto não pula ninguém


Repita 109 vezes até derreter seu cérebro.

domingo, março 06, 2005

É uma pena que por conta de disputas partidárias, quem acaba sofrendo é o eleitor. Nunca escondi minha preferência pelo PSDB mas, ler este artigo da Folha me deixa tão p*** com o PT.

Espero que a Martha aceite o desafio feito. Pelo menos, se pararia de ficar neste jogo de empurra-empurra da responsabilidade pelas contas do município.
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Disputa entre Lula e Alckmin já paralisa obras em São Paulo
  
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
Da Folha de S.Paulo
 

A mais de um ano e meio da eleição presidencial de 2006, as divergências políticas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), virtual candidato ao posto, saíram do fogo-cruzado verbal e se espalharam pela execução de projetos e obras.

Embora o tucano e o petista preguem publicamente a boa convivência dos entes da federação, o desentendimento entre eles já paralisa obras e faz projetos adormecerem nas gavetas.

Levantamento feito pela Folha nas secretarias e ministérios mostra que a discussão vai além da obra do Rodoanel, da ampliação do metrô e da renegociação da dívida da Cesp, estatal de energia paulista.

Os tucanos, em campanha aberta, reclamam de queda e atraso nas transferências de recursos da União para São Paulo em áreas prioritárias. O governo federal alega que o contingenciamento orçamentário atinge todos os Estados, mas após Alckmin ter atuado nos bastidores contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato derrotado do Planalto a presidente da Câmara, o Planalto decidiu diminuir o oxigênio do tucano.

Infra-estrutura
A obra da ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, inaugurada parcialmente em 1998, não foi concluída. Faltam R$ 20 milhões de contrapartida federal. Extra-oficialmente, o Ministério dos Transporte diz ser difícil ter verba para a conclusão neste ano.

"A ponte está com a estrutura danificada, os fios de energia elétrica já foram roubados. Há omissão do governo federal e do governo do Estado", diz o deputado Vadão Gomes (PP- SP).

Outra obra que necessita da ajuda de Lula para sair do papel é o trecho sul do Rodoanel. O presidente prometeu ajuda após pressão de prefeitos do ABC, inclusive petistas. Mas orientou seus ministros e assessores a capitalizarem eventual sucesso da obra.

Educação
Na capital paulista, a disputa entre PT e PSDB paralisou a construção do Centro de Educação Profissional de Sapopemba, cujas obras foram iniciadas em 2002. O governo federal cortou repasses. O projeto, que tem verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento, custa R$ 2,5 milhões. Foram enviados R$ 644 mil.

Localizado na zona leste, região de intensa disputa eleitoral entre tucanos e petistas na eleição municipal de 2004, o centro prevê 280 vagas por semestre em cursos como informática e culinária.

Nova licitação será feita, mas o custo subirá. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação diz que o Estado só comprovou o uso de R$ 525 mil, por isso o restante não foi repassado.


Saúde
A construção da Hemobras, fábrica de hemoderivados, é o novo capítulo de divergências. O governo paulista ofereceu terreno, profissionais do Instituto Butantan e metade dos investimentos previstos na construção. Alegou que 70% da coleta de plasma está no Sudeste e que 70% dos derivados de sangue vêm para a região.

A obra deverá ser feita em Pernambuco, terra do ministro da Saúde, o petista Humberto Costa.

Segundo o diretor do Departamento de Atenção Especializada, Arthur Chioro, a decisão é reflexo da política do governo de investir na "desconcentração e no desenvolvimento regional".

Em meio à troca de farpas sobre os repasses mensais do SUS (hoje o teto é de R$ 250 milhões por mês, e o Estado pede mais R$ 14 milhões para atender ao aumento na demanda) e o credenciamento de novos leitos de UTI, um bebê morreu no Hospital Universitário de Taubaté em razão da superlotação da UTI neonatal. O Estado culpou o governo federal.


Segurança
Depois de ter reduzido investimentos na área da segurança, o Palácio dos Bandeirantes culpa agora o governo federal, alegando diminuição nos repasses por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Segundo os tucanos, apenas 13% dos recursos previstos para 2003 (R$ 229 milhões) e para 2004 (R$ 233 milhões) chegaram ao Estado. Além disso, houve uma queda de 64% no valor repassado pelo governo Lula em relação aos três últimos anos de FHC.

As disputas também envolvem a problemática Febem (Fundação Educacional do Bem-Estar do Menor), palco de crises do governo paulista e alvo do PT para atacar o pré-candidato tucano.

Segundo a Secretaria da Justiça de São Paulo, de 1997 a 2002, no segundo mandato de FHC, a União repassou R$ 3,7 milhões para a instituição.

Em 2003, primeiro ano de Lula, foi R$ 1,8 milhão, caindo para R$ 228 mil no ano passado. Para este ano, segundo o Estado, não há previsão de transferência.

Os petistas se defendem. Dizem que, na incapacidade de resolver o problema da Febem, Alckmin prefere transferir a responsabilidade para o governo federal.
Nunca gostei de estereótipos... principalmente aqueles que me afetam. Como descendente de japoneses sempre tive que lidar com piadinhas por parte dos outros. Ou mesmo acabar sendo encaixado em imagens que nunca desejei.

Lembro uma vez, quando eu estava no colegial e fui passar um feriado num hotel-fazenda com minha família. Numa espécie de gincana com perguntas e respostas, ficava pressionado porque todos olhavam para mim esperando a resposta. Como se o fato de ser descendente de japoneses, resultasse diretamente numa inteligência acima da média. Vai entender...

Pelo menos é um estereótipo positivo... mas é chato ser tachado logo de cara.

Bem, mas tudo isso é porque recebi uma troca de e-mails entre uma atriz de descendência japonesa (Eda Nagayama) e o serviço de atendimento ao consumidor da Chamex. Vale a pena dar uma lida. A discussão suscita alguns pontos para reflexão.
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De: Eda Nagayama
Enviada em: domingo, 13 de fevereiro de 2005 01:16
Assunto: Crítica


Gostaria de manifestar o meu profundo descontentamento e desagravo em relação à atual campanha publicitária da Chamex. Sou sansei, neta de imigrantes japoneses e sinto-me verdadeiramente ofendida com a atual campanha publicitária, imagem oficial da marca Chamex. Se por um lado é positiva a associação entre qualidade, eficiência, alegria e carnaval, o
produto e o personagem oriental, por outro lado, a caracterização de tal personagem é fortemente marcada pela reiteração de estereótipos que não agregam qualquer valor positivo à marca, muito menos à minha etnia. Não pretendo aqui dizer que tal imagem ou estereótipo do "japonês" tenha sido inventado pelos criadores de tal campanha, mas, sim, que considero
absolutamente depreciativo que a Chamex o avalize, justamente uma marca que se pretende moderna, superior às demais. Caracterizar o japonês de forma ridícula e utilizar mais uma vez a fala carregada pelo sotaque como recurso humorístico evidenciam uma visão arcaica e descompassada do oriental, reiterando assim, mesmo que não intencionalmente, a visão do japonês como um eterno estrangeiro, não importando que estejamos por completar 100 anos
de imigração. A Chamex opta por espelhar um triste Brasil: aquele incapaz de se reconhecer, velho e preconceituoso, do julgamento pelas aparências sejam de raça, beleza, riqueza ou pobreza.

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From: "sac"
To: Eda Nagayama
Sent: Monday, February 14, 2005 7:46 AM
Subject: Sac


Cara Eda,

Bem vinda ao Serviço de Atendimento ao Consumidor da International Paper do Brasil.

Referente à sua manifestação, esclarecemos que a nova campanha publicitária da Linha de Papéis Chamex tem este tema em função dos japoneses possuirem habilidades e conhecimentos tecnológicos apurados, visto o fato de desenvolverem equipamentos de última geração e estarem sempre no topo das listas de aprovação das principais universidades do país. Sem contar seu extremo carisma junto ao público brasileiro.

Todas estas características inerentes aos orientais só reforçaram a idéia deste tema representado por um técnico especialista em informática em nossa campanha, passando total credibilidade para os consumidores.

A expressão "Abra o olho", presente em todas as peças, vem de um antiqüíssimo jargão popular, que significa PRESTE ATENÇÃO, FIQUE ATENTO. Uma linha descontraída que em nenhum momento tem a intenção de ser negativa, e sim, valorizar o personagem e suas intenções de orientar o consumidor.

Esperamos que tenha entendido e nos colocamos à disposição por meio do SAC para mais informações.


Atenciosamente,

Anna Paula Biazzi
SAC - 0800 70 300 70
Serviço de Atendimento ao Consumidor
International Paper do Brasil Ltda.
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From: Eda Nagayama
Date: Tue, 15 Feb 2005 01:20:37 -0300
To: sac
Subject: Re: Sac


Cara Anna Paula,

Agradeço a resposta, mas não concordo com a argumentação que faz eufemismos do que seria realmente a suposta "graça" da campanha. Ressalto ainda que entre as boas intenções e os atos pode haver um abismo.

Já ouvi pessoalmente e mais de uma vez a expressão "abre o olho, japonesa!" e devo dizer que jamais pude 'ouvi-la' como um conselho positivo ou como uma brincadeira 'simpática': foi sempre em tom agressivo, ofensivo, como xingamento. Garanto não ter sido a única.

Gostaria de saber também qual é - na opinião da Chamex - o valor positivo agregado para nós - brasileiros descendentes de japoneses e para os demais brasileiros, em apresentar um oriental com aquele sotaque. Somente os imigrantes falam com um sotaque algo parecido com aquele, mas não os brasileiros nascidos aqui. Desculpe-me, mas, na minha opinião, continua sendo uma campanha infeliz. Na sua argumentação, há ainda a mistura equivocada da imagem do Japão tecnológico e ultra-moderno com os brasileiros, descendentes de imigrantes, de 'performance' estudantil destacada. Só faltou o "japonês é tudo igual" - os daqui e os de lá.

Questione um árabe se ele aprecia ver um personagem estereotipado e com sotaque, ou pior, chame-o de "turco", ou ainda apresente um judeu como sovina, ou pergunte a um homossexual se ele gosta de ver a sua opção figurada como uma 'bicha desvairada'. São usos infelizes que não respeitam ou valorizam as diferenças, as identidades. O preconceito torna-se mais grave quando mascarado ou justificado.

Cordialmente,

Eda Nagayama

sábado, março 05, 2005

Notícias do dia:


* Soube que a equipe organizadora dos chill-outs do Instituto ID está de mudança para Recife. Espero que a proposta continue aqui em São Paulo. Só sei que é um lugar bem interessante para festas. Sabe aquela coisa para se relaxar após um dia de correria e depois de se agitar numa festa? Pois é bem isso... um lugar coberto de tatames, onde a gente anda descalço, relaxa ao som de uma música eletrônica de inspiração indiana e deita nos almofadões distribuídos pelo tatame.

* Para quem quer adquirir um genuíno computador Macintosh, o DRC está vendendo as máquinas por conta da renovação que está promovendo no seu parque de equipamentos. Tem um iMac G3 Rubi por R$1.600,00. Outro dia passei na FNAC e vi que um mouse da Apple custa a "bagatela" de R$460,00.

* O meu mais novo vício é o jogo Age of Mythology. Adoro esta mistura de mitologia e jogos de estratégia. É uma pena que não consigo jogar aqui no meu computador. Vou ter que dar um jeito... risos.

sexta-feira, março 04, 2005

Eu tenho muito a mania de postar textos que recebo por e-mail. A questão da autoria dos textos sempre foi uma dúvida insolúvel. Não tenho paciência de fazer pesquisa e averiguar a fonte... acabo publicando por conta do que leio.

Por exemplo, acabei de postar recentemente um texto atribuído a Fernanda Young. É bem capaz de ver em algum lugar depois de algum tempo que o texto é de outra pessoa.

O Dráusio Varella fala sobre estes textos apócrifos. Achei interessante... e recebi por e-mail. Só falta descobrir depois que o texto não é do Dráusio Varella. ;-)

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Textos apócrifos

Sou contra a prisão perpétua, mas sou a favor dela para quem escreve textos apócrifos na internet.

Segundo o "Dicionário Houaiss", apócrifo é um texto falsamente atribuído a um autor ou de cuja autoria se tenha dúvida. Ele cita como exemplo existirem várias poesias apócrifas atribuídas a Luís de Camões por seus editores haverem introduzido em sua lírica textos de outros poetas.

Outro caso célebre de intromissão apócrifa ocorreu com o genial Jorge Luis Borges, que jamais alinhavaria as mediocridades contidas naquele que acabou divulgado como o mais popular de "seus" poemas: "Se pudesse viver novamente minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros... tomaria mais sorvetes... andaria descalço...". Alguém imaginaria Borges, que passou a vida entre os livros, pelas ruas descalço lambendo um sorvete?
Mas foi com o advento da internet que a falsidade autoral chegou ao apogeu. Escritores e jornalistas como Carlos Heitor Cony, Arnaldo Jabor, Verissimo e outros foram vítimas desse desrespeito.

Comigo já havia acontecido duas vezes. Na primeira, um amigo me enviou por e-mail uma crônica com minha foto sorridente, na qual eram ressaltadas as virtudes do companheirismo entre os casais. No final, esse amigo acrescentava: "Que coisa melosa! Seu nível está cada
vez mais baixo".

Fiquei indignado e procurei saber como provar minha inocência. Descobri que essas coisas são lançadas na rede e se disseminam feito os boatos; impossível localizar de onde partiram.

Dias depois, fui cumprimentado por várias pessoas pela autoria desse "texto maravilhoso" que uma apresentadora de TV, comovida, havia lido num programa matutino. Meses mais tarde, com o título de "A Porta do Lado", surgiu outra página apócrifa com minha foto e assinatura. Tomei conhecimento de sua existência ao receber novas congratulações pelas "sábias palavras" nela contidas. Ao lê-las, no entanto, não pude perceber tal sabedoria e fiquei morto de vergonha outra vez.

Entusiasmados talvez pelo sucesso dos escritos anteriores, os responsáveis por eles lançaram um terceiro em meu nome: "A Arte de Não Adoecer". Por tratar de um tema de saúde, desta vez achei conveniente afirmar publicamente que nada tenho a ver com ele.
Já no primeiro parágrafo o autor demonstra ter a mente infestada de certezas: "Se não quiser adoecer, fale de seus sentimentos. Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos degenera até em câncer".

E segue nessa linha para chegar a um final de rara inspiração poético-filosófica: "O bom humor, a risada, o lazer, a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. O bom humor nos salva das mãos do doutor. Alegria é saúde e terapia".

Embora já tenha recebido elogios por mais essas "sábias palavras", tomo a liberdade de deixar claro que só um escritor primário, um médico ignorante ou alguém dotado de ambos os atributos assinaria um descalabro tão pretensioso.

A idéia de que através da mente conseguimos controlar os males da carne sempre encantou o homem. Conviver com a fragilidade inerente à condição humana, que pode ser extinta por um evento imprevisível e tantas vezes aleatório como a doença, é inaceitável para muitos. A história da medicina é povoada de feiticeiros, pitonisas, pajés, médiuns e exorcistas especializados na arte de expulsar os maus fluidos e os espíritos que se apossaram dos enfermos.

No século 20, quando as pessoas mais cultas começaram a sentir desconforto com a idéia de tratar pacientes por meio de intervenções sobrenaturais, os pensamentos de Sigmund Freud deturpados por gente que só ouviu falar de seus trabalhos em porta de botequim caíram como uma luva para explicar a doença como resultante de processos engendrados pelo cérebro, de forma consciente ou não.

A idéia de que o subconsciente tem esse poder é imbatível: mesmo jurando por todos os santos que você nunca pensou de determinado jeito, seu subconsciente poderá ser incriminado. Caiu de cama? Também, neurótico como você é! Não consegue melhorar? Também, com esse negativismo! No fundo, você não quer ficar bom!

Travestida de interpretação psicanalítica, essa filosofia de almanaque nada mais é do que a versão contemporânea da prática secular de atirar no doente a culpa pela doença. Na Idade Média, a hanseníase acometia apenas os ímpios que desafiavam a ira do Senhor; no século passado, morriam de tuberculose as moçoilas desiludidas e os rapazes devassos e, mais recentemente, adquiriam Aids somente os promíscuos.

Esquecer que a hanseníase e a tuberculose são causadas por bactérias desinteressadas daquilo em que pensam seus hospedeiros, a Aids, por um vírus alheio a julgamentos morais, e o câncer, por interações de alta complexidade entre o DNA celular e o meio externo é ridículo.

É lógico que o psiquismo interfere e é influenciado por todos os processos orgânicos. A interação é tão íntima que a separação didática entre corpo e mente é tema do tempo de Descartes; na medicina moderna, ninguém mais perde tempo com ele. Atirar nos subterrâneos da consciência a culpa das moléstias que nos afligem, desculpem, é ignorância em estado bruto; superestimar os poderes da mente na gênese e no tratamento delas também.
Final de dia!! Estou um pouco cansado... ontem foi um dia tão corrido que nem postei nada.

Aliás, ontem foi aniversário da minha amiga Stephania. Ehhhhh!!!!! Parabéns, Sté.

A Sté é um caso estranho de amizade. O destino de uma forma ou de outra queria que a gente se conhecesse. Ela é amiga de uma outra amiga minha, a Veruska, minha grande companheira de viagem em Serras Gaúchas.

A Veruska sempre me falava de uma amiga meio louca, muito divertida e baladeira. E tive várias oportunidades de conhecê-la por conta dos convites para aniversários da Veruska e tb em baladas pós-Natal. Como nunca fui, acabei não conhecendo a Sté nestas ocasiões.

Só fui conhecê-la quando fui trabalhar numa consultoria e tive a Sté como colega de trabalho. De colegas de trabalhos e pessoas que tinham amigos em comum, acabamos ficando amigos. Mundo louco esse, não é?

Enfim, ontem foi o aniversário dela. Compareci no Maevva e pude deixar um grande abraço para ela.

quarta-feira, março 02, 2005

O post de hoje é um desafio que recebi por e-mail. O desafio é VOCÊ ACHA QUE TEM CONTROLE SOBRE O SEU PÉ?

Se alguém conseguir, avise-me. Se não conseguir, pelo menos dará boas risadas... Tire a prova você mesmo, para ver se você tem controle de seu pé direito.

Vamos ao desafio:

Quando você estiver sentado à sua mesa, faça círculos como seu pé direito no sentido horário (dos ponteiros de um relógio). Enquanto estiver fazendo isso, desenhe no ar o número  "6"
com a sua mão direita.

O movimento do seu pé vai mudar de direção: vai circular contrário aos ponteiros de um relógio!

Conseguiu manter o pé girando em sentido horário? Ou ele mudou de direção?

Duvido...

terça-feira, março 01, 2005

Recebi um texto de autoria da Fernanda Young, aquela do Saia Justa. Na crônica, ela apresenta uma visão peculiar sobre os gays. Vale a pena dar uma conferida.
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Enquanto as mulheres seguiam reclamando seus direitos e os homens seguiam
aprimorando seu machismo, um grupo de rapazes bonitos e sarados resolveu
mostrar o que aprendeu de feminino com suas mães.

E o mundo saiu do armário.

Por mim, tudo bem. Afinal, quando se está em viagem, qual é o lugar mais legal
de se ir? Aos bairros gays.

Quando se quer dançar a noite inteira, para onde devemos levar o esqueleto e as
plataformas? Às boates gays.

Você quer rir da própria desgraça, vai rir com quem ? Com um amigo gay.

Eu mesma, se fosse para ser homem, acho que optaria por ser gay. Não por gostar
tanto assim do gênero humano masculino, mas por sem-vergonhice mesmo.

É impressão minha ou os gays se divertem muito mais do que todo mundo?

Parecem até mais inteligentes, numa fórmula que mistura boas doses de senso de
humor, futilidade, determinação e loucura. E, cientes dessas condições, acabam mais ousados e corajosos.

Há, decerto, alguma magia no contato da testosterona com uma alma delicada, para
que se produza seres tão absolutamente especiais.

Será que uma mulher injetada de alguma proporção exata desse hormônio seria
capaz de se tornar, como os gays, mais livre? Mais engraçada?

Será a mulher um gay pudico, por isso sem falo?

Serão, enfim, as bichas, com a sua maravilhosa junção de fogo sexual com capacidade reflexiva, o verdadeiro possível sincretismo entre macho e fêmea?

Respondo como uma bicha responderia: "Who knows?"

E talvez seja mesmo o que precisamos, um mundo gay, formado por um tipo de gente
que é capaz de dar quando quiser, mas que ao mesmo tempo sabe reter algum teor
simbólico das relações que não sejam só o comer, deu para entender? Seria
um mix do dar e do receber, carmicamente balanceado.

E para aquele que crê que essas conclusões meio chapadas sejam algum tipo de
campanha tendenciosa, ressalvo: ninguém vira gay por causa de uma crônica. Ou
vira?