Na terça-feira, foi a vez de ir a dois eventos: a abertura do IAC - Instituto de Arte Contemporânea e uma vernissage na galeria Vermelho.
O IAC fica num prédio histórico, na USP da rua Maria Antônia. Projeto interessante do Paulo Mendes da Rocha. Exposição cheia de nomes consagrados: Amilcar de Castro dialogando com Tunga, Mira Schendel pertinho de Alfredo Volpi.
Muita pose e pouca simpatia. Sabe aquilo que falam sobre a postura blasè? Lá descobri o que é estar cercado disso. Uma turma que faz coisas para impressionar os outros da mesma turma, que vão admirar e criticar e fazer disputas sobre quem fará a coisa mais delirante ou quem dirá a coisa mais criativa.
Acho isso tudo muito estranho... quase uma masturbação intelectual. Gente falando de Merleau-Ponty enquanto degusta um pouco de queijo brie com geléia acompanhado de prosecco.
De lá, fomos (eu e meu amigo artista plástico, que com certeza ficou muuuuuito chateado comigo por conta das minhas opiniões) para a vernissage na Galeria Vermelho.
O clima ali era totalmente diferente. Gente jovem, gente descolada, gente se divertindo. A exposição principal era do grupo suiço Superflex. Este grupo já tinha causado certo burburinho na Bienal ao pregar o livre acesso a informação e ao defender o copy-left (oposto ao copyright). O direito autoral pode destruir a cultura colaborativa? Este é o mote principal da discussão.
E a forma de suscitar esta discussão, foi através do projeto Free Beer. Foi desenvolvida uma fórmula de cerveja que é aberta para todos fabricarem. E esta é a obra de arte. O clima na abertura era de festa. Muita cerveja e muita gente brincando nas propostas lúdicas do Superflex.
Arte contemporânea? Pode ser hermética, pode ser divertida... no final das contas, melhor não tentar entender.
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