sábado, dezembro 01, 2007

Gilberto Freyre no Museu da Língua Portuguesa


Nesta semana foi aberta a nova exposição no Museu da Língua Portuguesa. Depois do sucesso das exposições sobre o universo de "Grande sertão:veredas" de Guimarães Rosa e de "A hora da estrela" de Clarice Lispector, o escolhido da vez foi o polêmico Gilberto Freyre.

Mas por que um sociólogo num espaço destinado a literatura e às manifestações da língua portuguesa? Simplesmente porque "Casa grande e senzala" disseca muito a alma do povo brasileiro. Este mesmo povo que, apesar das diferenças regionais, se mantém unido pela língua portuguesa.

A abertura foi muito interessante. Nada de prosecco nem canapés repletos de estrangeirismos. O clima era de puro amálgama: caipirinha de frutas bem brasileiras (pitanga, carambola, caju) e pratos com toques nordestinos (trouxinhas de palmito pupunha, bobó de camarão, caldinho de feijão, cuscuz e escaldado de siri).

A exposição vasculha o universo de Gilberto Freyre através de suas obras. Vi a casa partida, fazendo muitas referências a "Casa grande e senzala", vi microondas e geladeiras e uma dispensa cheia de latas com receitas e falando sobre a importância da culinária (referência direta a obra "Assucar". Vi um canavial infinito dentro de um armário, vi nossa sombra se tripartir em cores distintas para mostrar que somos um povo repleto de matizes.

E vi também a obra que ilustra este post (do artista plástico Cícero Dias) e que ilustrava "Casa grande e senzala". Saí da exposição querendo ler mais de Gilberto Freyre.

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