sábado, maio 05, 2007

Fala Sônia (ou "os inesperados 15 minutos de fama")


No auge da pop-art, Andy Warhol disse que no futuro "todos seriam famosos por quinze minutos". E nada melhor do que a internet para trazer os novos astros (isso sem falar dos programas Big Brother e tantos outros reality shows por aí).

Nesta onda de fama para todos, tivemos a Ruth Lemos (a nutricionista do sanduíche-íche-íche), a série de vídeos "Tapa na pantera" com a atriz Maria Alice Vergueiro e o Jeremias José (mais conhecido como Jeremias muito louco).

O último hit veiculado no YouTube é o vídeo Fala Sônia, que mostra as dificuldades de uma faxineira de 50 anos ao tentar dizer o endereço do site www.youtube.com .

Não vou ser hipócrita e dizer que não ri enquanto assistia o vídeo. Mas aí, logo depois do riso veio a dúvida: mas será que há reais motivos para rir de alguém por conta de seu desnível cultural?

Rimos da Ruth Lemos por conta de um problema de descompasso entre o ponto eletrônico e a fala dela. Tapa na pantera é uma obra de ficção. E quanto ao caso do Jeremias, houve a exploração de um estado temporário de embriaguez.

Rir da ignorância alheia seria o mesmo que fazer das diferenças culturais, sociais e raciais, motivo de riso? Aliás, por que será que temos tantas piadas racistas (negros) ou sexistas (gays, loiras, mulheres)?

Bem, algo para se questionar... o humor combina com a onda do "politicamente correto"? Pensando, pensando, pensando a respeito de tudo isso.

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Vale dizer ainda que, a Sônia, motivo de chacota nacional por conta do vídeo, está adorando a fama súbita. No próprio Youtube já rolam vários vídeos dela: Sônia falando www.youtube.com, Sônia rindo, Sônia falando www.kibeloco.com.br a verdade é ácida e o kibe é cru, Sônia dando entrevista junto com o marido e cantando "My heart will go on".

Que viva bem seus momentos de fama. E para quem quiser saber mais, pode visitar o site oficial do Fala Sônia e até comprar na lojinha virtual da Sônia.

3 comentários:

Jak disse...

Minino, que coisa hein? Até loja virtual? O melhor é o slogan cheio de filosofia de vida! "Você não precisa saber de tudo pra ser FELIZ!"

Só uma coisa... Quando você diz "... temos tantas piadas racistas..." "temos" se refere a quem exatamente? Porque isso de rir da infelicidade alheia é bem normal e está presente em muitas culturas ao redor do mundo. Não é exclusividade nossa, não. Vide programas de pegadinhas de tudo quanto é nacionalidade, né?

Beijos!

Mariana Alcântara disse...

Díficil saber o limite entre se divertir e contribuir, de certa forma, com a ignorância dela. Afinal, quando se vê uma criança enfiando o dedo na tomada e diz "olha que coisa mais engraçadinha brincando com a tomada", é claro que a criança vai enfiar ainda mais o dedo na tomada. Eu também não vou ser hipócrita dizendo que não dou boas gargalhadas, mas isso também me faz pensar, pensar, pensar, pensar...

Anônimo disse...

Jeremias eu não conheço.
A Ruth Lemos é uma mulher inteligentíssima e por conta do vídeo engraçado se fez ouvir por muita gente, e deu bons recados. Assisti ao Jô o dia que ela viu o vídeo pela primeira vez. Ela pocou de rir.
Agora, em relação à Sônia eu tive a mesma sensação que você- depois que ri um pouco - confesso.
Não gosto muito desse tipo de piada, sempre me coloco no lugar do outro.
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De dou um conselho, afinal eu sou beeeeeeeeem mais velha: não adianta esquentar muito a cabeça, pois o "politicamente correto" nunca será objetivo de todas as gentes...
beijos