A 3º edição da Virada Cultural em São Paulo, evento inspirado nas Noites Brancas de Paris e Roma, tinha tudo para correr bem. No ano passado, o evento foi marcado por uma certa desconfiança já que aquela onda de atentados do PCC tinha sido deflagrada alguns dias antes.
Neste ano, tudo parecia prometer a mais perfeita paz para os notívagos culturais. Cinema, shows musicais, apresentações de dança e teatro... e tudo isso, gratuitamente. (Nestas horas, sinto um orgulho imenso de ser paulistano).
Infelizmente, um evento de toda a programação teve um triste desfecho. A apresentação do grupo de rap Racionais MC foi marcada por vandalismo e uma ação da polícia.
Por volta das 5h30, o pânico se instalou na praça da Sé. Policiais disparando tiros com balas de borracha e jogando gás lacrimogêneo. Vândalos destruindo vitrines e pontos do comércio local, incendiando carro, pedradas e garrafadas contra a polícia.
E tudo isso, segundo relatos, por conta de pessoas que subiram numa banca de jornal e que se recusaram a sair quando solicitados pela polícia.
Um tenente da polícia disse: "É só ver o histórico do Racionais. Acaba sempre assim".
Confesso que não sou fã de rap e acho que as letras tem algo de misoginia intensa. Ao mesmo tempo em que se fala de opressão social, incita-se muitas vezes a reação (muitas vezes, não pacífica).
Como o evento foi isolado (houve apresentações, por exemplo, de bandas punk como Garotos Podres e tudo transcorreu na mais perfeita tranquilidade), poderíamos dizer que rap está intimamente relacionado com a violência?
Como não gosto de generalizar, prefiro acreditar que talvez tenha sido algo fortuito.
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Um comentário:
Você tem mais é que se sentir orgulho mesmo de ser paulistano.
E foi um dó tudo que aconteceu.
Fico encafifaca como é que as pessoas se sentem tão donas da verdade assim pra quebrar e bagunçar o "pensamento" do outro.
Em nome da liberdade tolhem totalmente a liberdade do outro, e invadem... Uma pena.
Eu jamais estaria lá nesse show dos "Racionais" não faz meu gênero, não teria um CD sequer, mas saber daquilo lá que aconteceu me deixou assim: sem chão, dirá eles... e os fãs... e o dono da banca de revistas...
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