terça-feira, maio 30, 2006

Quai?

O título é uma fala num momento de surpresa e incredulidade de Sophie Neveau em "O código da Vinci". Sim, apesar de muita gente dizendo que não era um filme bom. Sim, apesar dos críticos em Cannes terem saído decepcionados. Apesar de tudo isso, fui conferir o filme.

Primeiro porque eu li o livro de Dan Brown. Segundo porque a minha curiosidade falou muuuuuito mais alto. E terceiro porque eu queria assistir e fazer minha própria crítica.

E quer saber? O Tom Hanks está estranho mesmo com aquele cabelo. E o filme não é tão ruim quanto dizem. E chega ser bem fiel ao livro (não totalmente). O filme é bem feito e como dizem, "uma imagem vale por mil palavras". O filme realmente dá uma idéia mais clara de tudo o que acontecia no livro. É bom ver na tela os cenários por onde desfilavam as personagens: Paris, o Louvre, a Saint-Sulpice e a linha rosa; Londres, a Temple Church e as efígies dos Templários e por fim, Rosslin.

Quem não quiser saber mais sobre o filme, pare de ler por aqui... SPOILER... SPOILER... SPOILER.


Alguns pontos para pensar sobre as diferenças entre o livro e o filme:

* O professor Langdon tinha algum trauma de infância no livro? Eu simplesmente não me lembro disso. No filme ele tem vários princípios de chilique claustrofóbico.

* E cadê o beijo? No livro, o professor Langdon passa a noite com Sophie. E rola sim, um beijo. O filme deixou a tensão sexual no ar e não mostrou nem um selinho sequer.

* E o que é aquela cena do Robert Langdon consultando a internet pelo celular? Merchandising? Até onde sei, ele ia numa biblioteca e fazia suas consultas lá.

* Muitas cenas foram cortadas. Por exemplo, no filme nem dá pra perceber direito o drama do bispo Aringarosa por ter sido enganado pelo Mestre.

* Quer dizer que toda a irmandade secreta do Priorado de Sião morava pertinho de Rosslin? Fiquei descobrindo no filme. Se o Silas quisesse ser eficaz, bastava ainda estar vivo naquela cena do filme e jogar uma bomba. Todo o Priorado estava lá para receber a Sophie em Rosslin.

* Irmão? Que irmão? No livro, depois de uma vida inteira separada da avó e do irmão, Sophie os reencontra. No filme, fica a pergunta: que fim levou o irmão da Sophie?

terça-feira, maio 23, 2006

Alguns musicais

Sempre ouvi falar muito de alguns filmes. Mas, por falta de tempo ou mesmo por esquecimento, nunca conferi muitos destes filmes tão comentados.

Pude conferir nestes últimos dias, dois destes filmes muito comentados mas que eu nunca tinha visto: Hair e Fame.

Gostei bastante de Hair: delirei nas letras lisérgicas das músicas e na coreografia de Twyla Tharp. Um filme que retrata uma época e desperta aquela pontinha de incredulidade, fazendo a gente pensar: será que estes tempos realmente existiram? Esta época de liberdade, no amor e no pensamento, realmente existiram?

Fame, que se passa nos anos 80, tem uma outra dinâmica. Passa-se também em Nova York, só que ao invés de ficar mais no Central Park, como acontece em Hair, este fica nos arredores da Broadway.

E o espírito dos anos 80 retratado no filme mostra uma espécie de competitividade, de busca pelo sucesso. Algo bem diferente do espírito de comunhão e desprendimento dos anos 60 retratado em Hair.

Foi um exercício de reflexão bem interessante. Ver os dois musicais e notar as diferenças no espírito de cada época, na mentalidade de cada época.

sábado, maio 20, 2006

A cada mil lágrimas sai um milagre...

Ontem fui conferir a mais recente criação do Ivaldo Bertazzo. Confesso que estava empolgado, ainda mais depois de ter visto e gostado muito de Samwaad - a rua do encontro.

Se em Samwaad o mote era o encontro entre música e expressão corporal na ponte Índia-Brasil, desta vez, as influências eram africanas.

Milágrimas pega emprestado o título de um poema de Alice Ruiz musicado por Itamar Assumpção. Se eu não me engano, a música foi gravada também pela Zélia Duncan. E, se a cultura indiana nos parece um tanto distante, a cultura africana já se mostra enraizada na cultura brasileira.

E é mais ou menos este o panorama que o espetáculo mostra para nós. De um trabalho fascinante nos primeiros quadros envolvendo percussão corporal e cantos a capella, passando por uma mescla cultural e desaguando no caos da modernidade (e aqui, as músicas do Itamar Assumpção revelam-se perfeitas).

Interessante... mas avaliando um pouco com minhas preferências pessais, digo que curti muito mais Samwaad. Lá parecia haver um trabalho de pesquisa mais refinado do que em Milágrimas.

quinta-feira, maio 18, 2006

Se eu fosse você, eu ligaria para mim.

A frase do título é uma das falas do personagem Xavier no filme "Bonecas russas".

"Bonecas russas"
é uma continuação do filme "Albergue espanhol", resgatando algumas personagens para falar sobre as ilusões a respeito do romance ideal e do parceiro ideal. Se no primeiro filme a gente acompanhava Xavier fazendo sua descoberta do mundo, neste acompanhamos o mesmo Xavier (agora com 30 anos), descobrindo suas próprias expectativas e a realidade. Não existem príncipes nem princesas.

O filme é leve, e para aqueles que torcem o nariz para o cinema francês, posso dizer que podem se arriscar a assití-lo sem medo de encontrar histórias sem começo nem fim. O filme mostra algumas das dúvidas, talvez comuns a todos nós, e nos ajuda a refletir (de uma maneira light) sobre nós mesmos.

O final de semana foi corrido.

Sexta foi dia de um encontro histórico no Graminha. Conseguimos reunir todo o pessoal ex-Yázigi (aqueles com quem tenho mais contato) para celebrar a gravidez da Luluzinha. Prabéns, Luciana. Foi um encontro gostoso porque todos puderam se rever e conversar. Ahhh... quanto tempo não fazia isso. Mas este encontro foi histórico também porque outrs amigos meus, de outros círculos, apareceram e se integraram bem: a Cynthia e o Antônio. E ainda pude conhecer a Ana Paula... pena que não pudemos conversar tanto. Conversas, risadas e abraços... tudo regado por pizza.

Sábado foi dia da correria dos programas imprevistos. Gosto disso... da possibilidade de se fazer algo sem se ter algo muito programado ou agendado. Almoço no Ráscal com a Renata, o Maurício e o Fábio, amigo da Rê. De lá para o Douce France (e é claro que eu comi o Mogador... adoro aquele doce) onde foram se juntando mais algumas pessoas a nós: Stephania (que fazia séculos que não via), a Káhtia e o Cláudio.

Do Douce France para o HSBC Belas-Artes (que foi onde conferimos o "Bonecas russas"). E de lá para o Geni, um bar que eu tinha muita curiosidade de conhecer. O Geni é um lugar interessante, toca um som meio lounge, meio jazz. Várias saletas criando ambientes distintos (ótimo para programas em pequenos grupos). Nós ficamos numa sala com alguns grafittis na parede, o principal tinha uma lula e um camarão em clima de love-story. risos.

A dica lá é a porção Carioca da Gema: caldinho de feijão, pastéizinhos de queijo, bolinhos de bacalhau, carne-seca desfiada, mandioca frita. Só o Maurício que não curtiu muito o prato dele, um ravióli de mussarela de búfala.

Domingo foi dia das mães e fiquei praticamente o dia com minha família. Apenas no final da tarde é que fui encontrar a Zilda, o Maurício, a Káhtia e a Renata para uma partida rápida de mau-mau (risos) e para provar o salame de chocolate que a Zilda tinha feito.

Ufa... final de semana de comilança. Hora de gastar todas estas calorias... e botar o corpo e o cérebro para funcionar.

segunda-feira, maio 15, 2006

O dia em que a Terra parou

Histeria coletiva? Ou será que há algum fundo de verdade em tudo isso? Não imaginava que algo assim pudesse acontecer.

Agências bancárias atacadas, ônibus incendiados, aulas suspensas. Aqui em Santos, os shoppings centers e todo o comércio estão fechados. Já ouvi falar que a Santa Casa tinha sido invadida e que as balsas e todo o transporte coletivo estão com atividades suspensas. Os aparelhos celulares funcionam mal, não consigo completar uma ligação para outro celular.

Situação estranha... parece que estamos em clima de guerra e a vida parece em suspenso. Não vejo nada de excepcional e caminhei tranquilo pelas ruas. Será que o mundo enlouqueceu? Até onde o noticiário influencia na histeria coletiva e no clima de terror?

Conversando com meu amigo Maurício, soube que rolaram boatos de ameaças de bomba no aeroporto de Congonhas e na agência do Banespa no centro. Será que este tão propalado "governo paralelo" do crime organizado é tão poderoso assim?

terça-feira, maio 09, 2006

E a velha lei de Murphy...

Navegando pela net, acabei me deparando com um blog inusitado: o autor pega o gancho da Lei de Murphy (aquela que diz que "se algo pode dar errado, tenha certeza de que vai dar errado") e em pequenas narrativas vai mostrando como episódios da vida dele são afetados pela já referida lei.

Divertido e leve. Abaixo, transcrevo um dos posts que mais gostei... confesso que, assim como o autor, também fiquei dando risada ao ler.

"Ele vinha andando ali pela Av. Atlântica, ponto comum para donos de cães levarem seus animais para passear. Não muito longe dele passava uma senhorinha com um rottweiller cujo nome era Samba (ninguém precisa apontar o quão ridículo é um cachorro desses chamado Samba. Mas pelo menos não é Pagode - insira risada de claquete aqui). É claro que se o Samba quisesse, a qualquer momento poderia soltar-se da coleira. Afinal aquela senhorinha não ia conseguir segurar nem um poodle, que dirá um roitweiller. E foi mais ou menos isso que aconteceu.

Samba, por qualquer motivo, cismou com uma transeunte inocente e soltou-se da coleira a correr atrás da moça. A dona do cão, temendo o pior, começa a gritar pra mulher não correr, e em seguida chama pelo cachorro.

-Não corre! Não corre! Samba!

A pobre moça, coitada, que vinha correndo calçadão afora com um rottweiller na cola, parou, encarnou Valéria Valenssa e... começou a sambar! É claro que isso não impediu o ataque do cão, mas gerou risadas coletivas a todos que presenciaram a cena. Inclusive no primo da minha amiga, que teve que sentar na calçada e até hoje ri só de lembrar da mulher tentando sambar enquanto o cachorro mastigava a perna dela."

Para quem quiser ler mais, é só clicar aqui.

segunda-feira, maio 08, 2006

A amizade está para a prosa assim como o amor está para a poesia.

Final de semana com dias paulistanos. Ou seja, muito movimento... bem do jeito que eu gosto. risos.

Queria ter conferido a peça BR-3 do Teatro de Vertigem... não foi desta vez. Não consegui os ingressos. Mas, graças a uma dica preciosíssima do meu amigo Antonio, fui conferir com ele no TUCA, a peça O fingidor, de Samir Yasbek.

A peça tem como figura central, o poeta Fernando Pessoa e seus heterônimos. Numa trama divertida vemos uma divagação sobre os motivos que levavam Pessoa a criar suas várias personas e uma grande metáfora sobre o trabalho de criação de personagens.

O texto é muito bom, a cenografia é minimalista e a iluminação exerce papel essencial. Vale a pena conferir! E a indicação entre os melhores espetáculos da década foi bem merecida.

No cinema, acabei ficando com o hermético e perturbador Caché. O filme faz um estudo entre privacidade e medo da violação, entre segredos escondidos e a possibilidade de ser exposto, entre a culpa e os caminhos que o destino nos reserva.

No geral, o filme é lento e não possui a mesma força que A professora de piano (outro filme do mesmo diretor Michael Haneke), mas tem a vantagem de possibilitar diversas leituras. Um filme não-conclusivo e que faz com que a gente reflita sobre vários assuntos.

Ainda nestes meus dias paulistanos, pude conhecer o Mercearia Adamastor. O local é um destes botecos chiques e é uma grata surpresa na região do Sumaré. Serviço atencioso, cardápio variado e preços justos.

O local foi palco da celebração de uma amiga da Cláudia. E eu, só pra variar, acabei indo de bicão. risos. Mas valeu... ir desta forma é sempre uma boa forma de se conhecer novas pessoas. Se bem que no final das contas, a mesa ficou igualmente dividida entre amigos da aniversariante e amigos meus.

Explico... como eu estava em São Paulo, muitos amigos meus queriam se encontrar comigo. Tempo escasso e muitos amigos, resulta que tenho que encontrar vários ao mesmo tempo. E foi o que aconteceu.

O final do sábado foi na lanchonete Rockets, anos 50 no ar. risos.

segunda-feira, maio 01, 2006

Tenho amigos para saber quem eu sou.

"Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que ´normalidade´ é uma ilusão imbecil e estéril".

A frase (cuja primeira parte está no título deste post) é do escritor inglês Oscar Wilde.

Estou numa fase de colecionar frases... Na verdade, sempre gostei de ler coisas que poderiam muito bem ter saído da minha boca e da minha mente mas que já foram ditas ou escritas.

Dizem que quem recorre a frases ditas por famosos, busca um apoio para as próprias idéias. Como não estou numa disputa de egos, prefiro acreditar que alguma coisa me liga a estas pessoas. risos.

E só para encerrar este post rápido. Veja só uma frase que descobri através da minha amiga Cláudia:

O Talmud é um livro onde se encontram condensados todos os depoimentos, ditados e frases pronunciadas pelos Rabinos através dos tempos. Tem um que termina dizendo o seguinte:

"Cuida-te quando fazes chorar uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual... debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada."