Salto e Itú são cidades muito próximas. Aproveitei o fato da Secretaria estar organizando o Festival de Teatro Infantil em Salto e fui conferir algo das duas cidades. Já tinha passado pela região e me lembro vagamente de Itú (acho que na última vez que fui para lá, estava com uns 12 anos). Lembro do orelhão e das coisas gigantes. Desta vez, fui preparado para ver a parte histórica.
DIA 1 - Salto
Salto tem este nome por conta da existência de um desnivel no rio Tietê. Este "salto" foi retratado por vários artistas e recebeu a visita de vários ilustres (de Dom Pedro II a Debret). Lá na região da queda d'água, há o Complexo da Cachoeira. E lá, o Memorial do Tietê, contando a história do rio. Atrás dos vidros, um espetáculo triste: a cachoeira e a água espumando anormalmente por conta da poluição química. Parece ser meio tragicômico... o restante do complexo envolve um jardim de esculturas, uma ponte pênsil, a ilha dos Amores. Vistas lindíssimas de algo que temos que imaginar como limpo. O cheiro forte do rio, algo meio entre plástico e detergente, rendeu uma boa dor de cabeça. Espetáculo trágico sobre poluição. Educação ambiental pelo choque. Além disso, foi possível passear pelas construções históricas da cidade: a antiga fábrica de tecidos Brasital, convertida numa universidade; o museu da cidade, poucos objetos lidando com uma afetividade histórica e o parque Rocha Moutonnée.
O parque Rocha Moutonnée tem este nome por conta de uma rocha, tombada pelo patrimônio histórico-arqueológico, que prova que o Brasil passou por períodos de glaciação e ação de geleiras na região Sudeste na era de Gondwana.
DIA 2: Itú
Itú em tupi significa "salto". Então o marco geográfico no Tietê foi o responsável pelo nome de duas cidades. Em Itú há muito mais história que em Salto. Mas é uma pena que tudo estivesse restrito a visitação. Dos lugares de destaque e que pude visitar, somente o Museu da Energia e a igreja matriz é que chamaram a atenção.
O Museu Republicano estava fechado para restauro. O Espaço Cultural Almeida Jr. não abriu. E a Fábrica São Luiz foi um tanto decepcionante, assim como o Regimento Marechal Deodoro. Melhor voltar para Salto.
E lá em Salto, prosseguimos com uma visita ao monumento a Nossa Senhora de Montserrat, padroeira da cidade. Segundo informes, é o maior monumento mariano no mundo e a segunda maior estátua religiosa do Brasil (ficando atrás apenas do Cristo Redentor).
Logo ao lado, o parque de Lavras, onde se encontra a segunda usina hidrelétrica instalada no Estado. Lá, deu para ver mais nitidamente a espuma química formada nas águas do Tietê... O passeio se encerrou com uma boa empada frita, patrimônio cultural da cidade.
domingo, agosto 23, 2009
quarta-feira, agosto 19, 2009
História e a produção de conhecimento
Já decidi... na próxima vez que eu for à livraria, ficarei atento aos livros do historiador Peter Burke. Confesso que pouco sabia a respeito dele e de suas opiniões e palavras.
Hoje, participei de um seminário no qual ele foi um dos palestrantes. E, por tudo o que ouvi dele, de suas opiniões e da clareza de seu pensamento, fiquei tentado a conhecer um pouco mais. Sempre curti as abordagens multidisciplinares. E vi ali no que ele dizia algo que ia além da história. Envolvia antropologia, sociologia, ciência política, arquivologia...
Ao falar de conceitos de memória, mostrou a importância do conhecimento informal. Falou das memórias oficiais e não-oficiais e das diferentes abordagens na construção do conhecimento histórico.
E nisso, concordei em imediato com ele: a história se faz não apenas a partir dos registros oficiais. Afinal, registra-se apenas um ponto de vista ou a personalidade-líder. Em seu discurso, ele enfatiza a importância das contribuições daqueles que tradicionalmente não registram suas idéias.
Ou como Brecht citou em seu poema "Perguntas de um operário letrado":
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
domingo, agosto 16, 2009
Matemática... cadê você?
"Se hoje uma pessoa fosse parada na rua e lhe perguntassem o que é matemática, ela provavelmente responderia - se tivesse interesse em responder alguma coisa - que a matemática é o estudo dos números ou, talvez, que é a ciência dos números. A verdade é que essa definição era válida há cerca de 2.500 anos. Ou seja, a informação que o cidadão comum tem a respeito de uma das ciências básicas é equivalente à 25 séculos atrás!!!"
Neste desejo de mudar um pouco a percepção do "cidadão comum" sobre a matemática que o argentino Adrián Paenza escreveu o livro "Matemática... cadê você?". Acho que não é surpresa dizer que acabei de ler este livro... nem talvez seja mais surpresa o fato de eu sempre buscar assuntos diversos nas minhas leituras.
De projetos de educação para cidadania a matemática... diversidade de assunto sempre foi o que curti. E assim, não fico rodeando em cima de um único tópico.
Sobre este livro? Achei interessante, principalmente por conta das proposições de lógica. Foi bom saber um pouco mais... e posso confessar que depois de ler este livro, fiquei com vontade de descobrir um pouco mais.
quarta-feira, agosto 12, 2009
Perseídeas
Quem disse que não existe sempre algo novo no ar... e desta vez cruzei com esta notícia. Ao que parece, o pico de meteoros será hoje. Então, de olho no céu... e preparem uma chuva de pedidos.
...................................
Hoje astrônomos e amantes da astronomia de plantão poderão conferir nos céus do mundo todo a chuva de meteoros Perseídeas.
A chuva de meteoros acontecerá na constelação de Perseus, por isso o seu nome Perseídeas. Apesar de poder ser visível em boa parte do planeta, o local mais visível da chuva de meteoros é o hemisfério norte.
Os meteoros são fragmentos do cometa Swift-Tutlle e por hora, cerca de 80 meteoros devem cruzar os céus de nosso planeta.
domingo, agosto 09, 2009
Farmville
Eis que surge no ambiente do Facebook um novo vício. Uns cliques aqui, outros ali e estava navegando pelo jogo Farmville. O enredo é bem simples: você é um fazendeiro e tem que tomar conta de sua fazenda. À medida em que vai executando atividades, ganha experiência e moedas.
Você pode juntar as moedas para comprar sementes e depois colher e ganhar mais moedas. Ou pode comprar decoração para sua fazenda, ou ainda árvores frutíferas ou animais. Tudo se resume a isso...
Um jogo simples mas viciante... tenho que tomar cuidado para não ficar acordando de madrugada para ver se os morangos já estão no ponto para serem colhidos. rsrs.
sexta-feira, agosto 07, 2009
Back to work
Foram apenas 15 dias de férias... tudo passou muito rápido e nem fiz tudo aquilo que gostaria de ter feito. Agora, de volta ao trabalho, muitas surpresas. Já no primeiro dia, descobri que tinha de participar de duas reuniões (com quem e sobre o quê só fui descobrir depois... ainda bem que minha flexibilidade ajuda bastante nestas horas), que tinha documentos para ler e despachar no mesmo dia e que tinha que preparar um material informativo para uma reunião com o Secretário no final do dia.
É claro que as pastas com vários relatórios para ler e aprovar e as pendências de quem saiu em férias um dia antes de mim ficaram para depois. Juntamente com os e-mails e pedidos extras.
Neste ritmo, daqui a pouco, precisarei de mais férias...
terça-feira, agosto 04, 2009
Encontros
Nestas férias (curtinhas por sinal), aproveitei o fato de não ter ido viajar, para encontrar muitas pessoas que não via faz tempo. É claro que o tempo e alguns desencontros não permitiram que eu encontrasse muita gente. Mas dentre estes encontros que deram certo, fiquei contente por ter conseguido encontrar minha irmã.
Pois é... moramos na mesma cidade, em bairros não tão distantes um do outro, mas mesmo assim, dificilmente conseguimos nos encontrar. Horários que não se conciliam, agendas desencontradas. E neste andor, passa o tempo e lá se foram uma semana, um mês, um semestre e não conseguia nem encontrar muita gente.
Assistir um filme que você nem estava a fim passa a ser apenas um pretexto para poder colocar a conversa em dia. Da mesma forma que uma visita a uma exposição de um designer francês no Instituto Tomie Ohtake. Ou comer um pedaço de torta de ameixa (que nem gosto tanto) num café apenas para sentir a presença do outro e dar aquele abraço para matar saudades.
No final das contas, muita coisa virou motivo para um encontro. E fico contente em saber que muita gente topou estas propostas inusitadas do tipo "ir até um sebo para buscar um livro encomendado" ou "ir até um pet-shop para desanuviar a idéia de comprar um passarinho" para simplesmente ter o momento de encontro.
domingo, agosto 02, 2009
Ouvindo música: "Take me as I am" com Au revoir Simone
Do you know when you were already born
Do you know this is the way it would be
Do you know when you were already born
You were already you and i already me
So take me as i am
Take me as i am
I know
It's easier said than done
But we've talked a million hours
To end up just where we begun
In this time we're passing
With these distractions
We could be having fun
So take me as I am
Take me as I am
Forget your plans
Do you know when you were already born
Do you know this is the way it would be
Do you know when you were already born
You were already you and I already me
So take me as I am
Take me as I am
Forget your plans
**Esta banda eu descobri por conta da Marina, minha companheira de apartamento.
sábado, agosto 01, 2009
Aprendendo sempre
Rubem Alves é um autor que descobri nestes anos recentes. E em sua narrativa simples e sincera tem me feito pensar em muita coisa.
O primeiro livro que li dele era a experiência na Escola da Ponte (que já comentei há algum tempo atrás neste blog) no livro "A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir". Agora, veio "Aprendiz de mim - Um bairro que virou escola", livro no qual relata suas impressões sobre o Projeto Escola Cidade Aprendiz.
Ler sobre estas experiências educacionais sempre me faz ter a esperança de se chegar num mundo melhor. E é aí que está a doçura que apreendo destas minhas leituras destes livros do Rubem Alves: reforço minha crença de que mudar é possível. E isso também me inspira a seguir tentando fazer alguma diferença de alguma forma.
O projeto Escola Cidade Aprendiz traz uma série de iniciativas em educação para a cidadania, inserindo através de projetos de comunicação e arte a expressão de pessoas que geralmente não tem voz.
E Rubem Alves dá um vislumbre deste trabalho através das pessoas que constroem o projeto. Fica muita coisa pra mim desta leitura, mas destaco um trecho da conclusão do livro, um trecho no qual ele lembra algumas palavras de T.S.Elliot:
"Velhos homens devem ser exploradores, não importa onde... Temos de estar sempre nos movendo, na direção de uma nova intensidade, para uma união a mais, uma comunhão mais profunda, nos movendo através de uma desolação escura, fria e vazia, o grito dos sons, o grito do vento, as águas imensas, as gaivotas e os golfinhos: no meu fim está o meu início".
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