segunda-feira, outubro 12, 2009

Ritual no Oficina


Grupo Uzyna Uzona, José Celso Martinez Corrêa, Lina Bo Bardi, "Os sertões". Sempre ouvi estes nomes associados ao teatro Oficina. Mas confesso que até então não tinha criado a coragem para embarcar na experiência.

Peças longuíssimas, público participando do desenrolar da trama, experiência dionisíaca. Isso ao mesmo tempo me atraía (ai, curiosidade geminiana) e me afastava (o medo, sempre o medo... e se eu não gostar, e se me pegarem para arrancar minhas roupas igual fizeram com o Caetano Veloso, e se, e se...).

Aproveitei o final de semana prolongado pelo feriado e resolvi arriscar. "O que você vai ver não é uma peça, é um ritual", foi o que me disseram.

Apesar das 6 horas passadas lá no espaço, a peça revelou-se uma experiência diferente. "Estrela brazyleyra a vagar" fala sobre a vida de Cacilda Becker. Flerta com diversas referências: de Hamlet a uma suruba dionisíaca, de citações a Grande Otelo e Maria della Costa a Marlene e Emilinha Borba, de Sérgio Cardoso a Procópio e Bibi Ferreira.

As soluções cênicas, as músicas, a integração entre público e atores em cena, o espaço cênico.. tudo isso torna a experiência de se assistir uma peça do José Celso, um quase "devo conferir" em algum momento da vida. Seja para amar, seja para odiar.

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