segunda-feira, outubro 26, 2009

Diários de viagem: Buenos Aires

Dia 1
Embarque tumultuado. Trânsito e quase não se consegue fazer o check-in. Chegada em B.A. na madrugada fria de sexta-feira. Algumas horas de sono no Hostel, no quarto decorado com imagens de Evita Peron. Manhã a base de de doce de leite, pão e suco. Caminhada pela Calle Florida em direção à Plaza de Mayo. Uma manifestação dos veteranos das Malvinas diante da Casa Rosada. Na Catedral Metropolitana, inspiração bizantina nos pisos de mosaico e muitos soldados passando diante do mausoléu do General San Martin. Uma viagem pelo metrô mais antigo da América Latina. Na linha A, os vagões ainda são de madeira, num charme extra a esta cidade com pretensões de ares europeus. Seguindo pela Calle Defensa, indo em direção a Santelmo.

Visita no El Zanjón. Antiga casa do século XVIII, sob a qual descobriu-se as ruínas de outra casa que remetia aos tempos da colonização primeira de Buenos Aires. Muita conversa, muita história. Depois, um pulo na Casa Mínima. E prosseguindo a caminhada até a Plaza Dorrego, com direito a muitas paradas nos antiquários. Almoço, pombos buscando alguma migalha e um casal dançando tango. Prosseguindo na caminhada, desta vez passando pelo Parque Lezama e indo em direção ao bairro de La Boca. La Bombonera desponta no horizonte. As casa coloridas do Caminito aparecem. Um quê de point turístico. Às beiras do rio Riachuelo, um cheiro ruim e a ponte Transbordador ao fundo.

Ônibus até Puerto Madero. Faltam moedinhas para pagar a passagem. Final de tarde. Pessoas remando nos diques, alamedas convidativas ao passeio. Caminhada suave e gostosa. Parada na fragata Sarmiento. Travessia pela Ponte de la Mujer de Santiago Calatrava. Visita ao Museo Fortabat. Um skyline noturno fantástico.

Caminhada até as galerias Pacífico. Um sorvete de doce de leite fantástico no Freddo. Um jantar no El Palacio de las papas fritas para provar as tão comentadas batatas souffle.


DIA 2
Agora caminhando no sentido oposto. Indo em direção ao Retiro. A estação Retiro parece a estação da Luz em São Paulo, só que é bem maior. Pegamos o trem até a estação Mitre. E de lá, o trem turístico para a cidade de El Tigre. Dá pra ver um pouco do rio da Prata ao fundo no caminho. Desembarque na cidade de El Tigre, visita no Puerto de Frutos. Sorvete de doce de leite, desta vez no Munchi's. Passeio de barco. Sensação de preguiça e vontade de ficar estendido sob o sol à beira de um dos braços no delta do rio Tigre. Retorno até a Buenos Aires. Da estação Retiro, seguimos pela calle Arroyo, um pedaço quase francês e que me fez lembrar também de Higienópolis. A rua Alvear concentra os palacetes e os hotéis luxuosos. Parada para um almoço tardio no hotel Alvear. Uma tábua de queijos e embutidos argentinos deliciosa. Caminhada até o cemitério da Recoleta.

O túmulo de Evita Péron é de uma simplicidade incrível. Na praça em frente ao cemitério, uma feira de artesanato acontecendo. Táxi até Palermo Viejo. E uma dura lição: sempre dar dinheiro certo para os táxis porque o troco pode vir em notas falsas. Caminhada pelas ruas de Palermo. Lojinhas de objetos de decoração, moda e design fazem lembrar a Vila Madalena. Táxi até o Retiro. Tentativa de ir até o El gato viejo teatro ferroviario. Nada, tudo fechado. Melhor não confiar tanto assim nos guias de viagem. Outro táxi, desta vez até o café Tortoni.

Na avenida de Mayo, uma parada de algum festejo folclórico boliviano. Roupas coloridas, danças ritmadas. No café Tortoni, alguma decepção. A confeitaria Colombo no Rio é muito mais bonita. Chocolate com churros para encerrar a noite.

Dia 3
Hora de ver um pouco mais da cidade. Um ônibus turístico circulando pela cidade pode ser uma boa pedida. Visão panorâmica de alguns lugares que já vimos. Descida na parada Palermo. Experimentando um autêntico choripan numa barraquinha no parque 3 de Febrero. Caminhada até o Jardim Japonês. Carpas coloridas, cerejeiras em flor, ponte vermelha em arco. Lugares contemplativos. De lá, caminhada até o MALBA. Acervo bem interessante de arte latino-americana. Muitos artistas brasileiros. E é claro, o Abaporu da Tarsila do Amaral. Depois, uma caminhada pela Recoleta, passando diante da Floralis Generica.

E indo a uma feira de arte: a Expotrastiendas. Algumas peças de arte contemporânea bem divertidas.

Parada seguinte: Museu Nacional de Belas Artes. Acervo fantástico, com muitos nomes importantes da pintura ocidental. Andrea della Robbia, Rodin, Chagall, Delacroix, Degas... Arte argentina: indo da arte pré-colombiana até a arte contemporânea. Vontade de voltar e conferir tudo mais calmamente. De lá para a livraria El Ateneo Grand Splendid. O paraíso para os aficcionados em livros. Tango eletrônico e algum rock argentino.
Final da noite num jantar no Siga la vaca, em Puerto Madero. Muita carne.

Dia 4
Último dia. Aproveitando para conhecer o bairro de Abasto. Um pouco mais afastado do centro, foi uma oportunidade para pegarmos o metrô. Desde a estação até o entorno, tudo lembra Carlos Gardel. O Museu Carlos Gardel estava fechado, aproveitamos para ver as casas decoradas com o fileteado típico.

A última parada antes do embarque foi na Confiteria Richmond, local que recebeu Jorge Luis Borges e muitos intelectuais.

De Buenos Aires ficam boas lembranças dos dias de sol e das paisagens novas, do clima cosmopolita, uma ponta de inveja pela cultura de preservação de patrimônio histórico e uma nota falsa de 50 pesos.

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