quarta-feira, novembro 25, 2009

Caminhando


O horário de verão traz aquela vantagem de se sair do trabalho ainda com a luz do sol presente. Gosto disso e sinto vontade de aproveitar estes momentos. POr isso e uma série de outros motivos, acabei tomando uma decisão. Sempre que possível, vou voltar andando do trabalho para casa.

É claro que já ouvi muitas pessoas dizendo que eu estava louco e que não havia sentido em fazer isso. Por enquanto, vejo apenas vantagens. Veja só: ao invés de gastar 40 minutos preso no trânsito e outros 40 minutos em cima de uma esteira para fazer algum exercício cardiovascular, gasto 1h30 caminhando do trabalho para casa, vendo novas paisagens, ouvindo música no meu iPod, reparando em coisas que dificilmente seriam percebidas por mim na velocidade do automóvel e ainda sinto que aproveito o meu tempo de forma mais racional.

Hoje estive trabalhando na Conferência Estadual de Arte e Cultura (que rendeu alguns momentos hilariantes como a de um orador que resolveu protestar com uma performance e algumas vaias do pessoal da dança ao Secretário). No final do dia, resolvi caminhar da Barra Funda até Pinheiros. 1h10. Tenho descoberto que as distâncias são relativamente pequenas e aproveitei para ver muita coisa.

Descobri uma sequência de ruas com nomes de origem indígena enquanto caminhava na avenida Pacaembu. Vi dois coelhos gigantes decorando um jardim, alguns homens instalando a decoração de Natal nas árvores que ficam na ilha do meio da avenida, um taxista parando apressado ao lado do estádio do Pacaembu para atender a um chamado da natureza, algumas pessoas correndo me fazendo acreditar que não sou o único a aproveitar as ruas para desenvolver alguma atividade saudável...

Com exceção dos dias chuvosos, acredito que devo sempre aproveitar as ruas.

Cerimônias...


Há coisas que sempre evitei... a maior parte delas ligada a eventos relacionados com cerimoniais. Nunca gostei de ir a casamentos e são pouquíssimos os amigos que conseguiram que fazer ir a uma cerimônia na igreja. É claro que já fui a casamentos... um deles foi numa fazenda, outro no aeroporto de Congonhas e outro numa danceteria.

Festas de crianças também são eventos que evito. Assim como outros eventos relacionados: batizados, chá de bebê e outras coisas do gênero.

Neste ano, quebrei estas regras gerais: sim, fui numa festa de criança e sim, acabei indo numa cerimônia de casamento civil.

A festa de criança foi devido ao aniversário de 1 ano da filha de um grande amigo meu. Pareceu-me normal estar presente naquele momento de alguém que me fez participar de tantos momentos da vida dele. É claro que tiveram aqueles vários salgadinhos e docinhos e aqueles brinquedos.

Neste mês, fui a uma cerimônia de casamento civil. Lá num cartório, ao som de uma música clássica que vinha de um CD-player acompanhada de carimbos em ação no andar de baixo. Era o casamento de uma grande amiga minha e que já tinha me convidado para ser padrinho na cerimônia religiosa. Infelizmente, não poderei estar na cerimônia religiosa e por isso, senti que deveria estar presente naquele momento do casamento civil com ela.

E nesta coisa que é a maturidade, descobrimos que aquelas regras de outrora acabam dando lugar às exceções das amizades afetuosas.

terça-feira, novembro 03, 2009

Diários de viagem: Rio de Janeiro

E o Rio de Janeiro continua lindo... se o patrimônio histórico do Rio fosse preservado como o de Buenos Aires e, se o povo de lá fosse tão civilizado quanto nuestros hermanos porteños. Não haveria concorrência neste canto de cá do hemisfério sul.

DIA 1


Partida pela madrugada. Sono, muito sono. Dirigir no Rio é se deparar com indicações de trânsito estranhas e vias mal-sinalizadas. Até que não me perdi tanto para chegar na casa da Rê. Primeira parada: marina da Glória. Um visual que não tinha visto ainda da baía de Copacabana. Almoço no centro, lá na rua do Rosário, num restaurante português: Casual. O prato? Cozido português. Caminhada pelas ruas até chegar ao Museu Nacional de Belas Artes. A exposição temporária do Marc Chagall está simplesmente imperdível. Poucas telas, muitas gravuras. E cores e muita poesia. Na exposição de longa duração, nada de Vitor Meirelles nem muita coisa do século XVIII ou XIX. Dos anos 20 em diante. Próxima parada: Casa França-Brasil. O prédio da antiga alfândega abriga instalação de Iole de Freitas. De lá, para o vizinho CCBB que contou com boas horas de percurso: exposição 1 - um escultor pernambucano cujo nome não me lembro; exposição 2 - moedas e notas e a história do dinheiro; exposição 3 - a história do Banco do Brasil através das suas instalações; exposição 4 - Regina Silveira e seu trabalho com sombras e ausências; exposição 5 - Argentina Hoy. Final do dia com um jantar no Big Polis Sucos. Eu fiquei com um suco de kiwi com clorofila e hortelã que estava muito bom.

DIA 2

Brunch no Balada Mix. Com direito a leituras preguiçosas do jornal de domingo. Passeio pelo Museu do Açude. Acervo deslumbrante e jardins que merecem uma visita num dia de sol. A garoa constante não casava com aquele cenário. Instalações de Helio Oiticica, Lygia Pape, Iole de Freitas, Nuno Ramos, José Resende, Anna Maria Maiolino. Passeio de carro pelo tempo nublado. Vista chinesa. Nada além de muitas nuvens no horizonte. Jardim Botânico e reminescências da infância do Julio por conta do Xou da Xuxa e do teatro Phoenix. Vislumbre rápido do Maracanã. Um banho quente e um jantar no Recreio dos Bandeirantes no Kaçuá. Caldinho de sururu e bobó de camarão. Finalizando com um frozen yogurt de chá verde com amora, morango e granola.

DIA 3

Café da manhã em Ipanema no Colher de pau. Algo rápido e leve para seguir nos passeios. Corcovado e o Cristo Redentor. Será que o fato de ser agora uma das novas 7 maravilhas do mundo influenciou no aumento da visitação? Muita gente, muita gente. E isso tudo apesar do tempo nublado que não permitiu que se visse muita coisa. Para dizer adeus, o Rio permitiu um vislumbre rápido de si. No almoço, um filé à Osvaldo Aranha no Caravela do Visconde, em Botafogo. Perdidos para sair da cidade. Alguma confusão e depois, pé na estrada.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Museu Afro-Brasil: 5 anos


O Museu Afro-Brasil comemorou 5 anos de existência. E a celebração não poderia ter sido feita de outra forma senão com a abertura de mais exposições: "Oriki in corpore", uma instalação multimídia que remete à tradição dos orixás em releituras musicais e construção de cenários bem interessantes. E "Sueños", que se trata de uma exposição de peças de arte doadas para o Museu da Solidariedade Salvador Allende.

Aproveitei a ocasião para conferir as outras exposições temporárias: mestre Didi continua lá e nunca me canso de ver as peças expostas, "Picha" (que mostra os quadrinhos produzidos por negros em todos os continentes) e "Os mágicos olhos da América" impressiona pela magnitude e pela concepção curatorial, obras dos povos indígenas (da cerâmica a arte plumária), obras dos povos africanos (máscaras e estatuária fantásticas) influenciando o barroco europeu nas terras brasileiras e culminando na produção contemporânea da América (e aí, figuram Carmela Gross, Picasso, Miró, Nelson Leirner, Jesus Soto...).

Vale a pena visitar e se encantar...

Ahhh... e o aniversário do museu foi comemorado com um tradicional bolo de noiva do Recife. Que depois, descobri que as noivas guardam uma fatia congelada durante um ano para comer no ano seguinte ao casamento.

Entre quatro paredes


Neste sábado, fui na leitura dramática da peça "Entre quatro paredes" feita pelo grupo Arena Quadrada. Além de ser uma oportunidade rara de ver algo desta peça específica de Sartre, aquela famosa pela frase "O inferno são os outros", foi a chance de entender um pouco mais da filosofia existencialista.

Somos, cada um, resultado de nossas escolhas. E nossas escolhas são realmente livres ou estamos sempre nos pautando pelos outros e pelo julgamento alheio? Até onde somos livres? A peça coloca várias interrogações na cabeça.

Depois, fui jantar junto com os atores e, a conversa seguiu em diversos caminhos. Gosto disso, desta diversidade. Falamos da falta de profissionalismo no meio artístico, de literatura infantil, de filmes de terror trash, da crença em espíritos e do que é a alma. Tudo entre uma fatia de pizza e uma mordida num alfajor.

Diários de viagem: Buenos Aires

Dia 1
Embarque tumultuado. Trânsito e quase não se consegue fazer o check-in. Chegada em B.A. na madrugada fria de sexta-feira. Algumas horas de sono no Hostel, no quarto decorado com imagens de Evita Peron. Manhã a base de de doce de leite, pão e suco. Caminhada pela Calle Florida em direção à Plaza de Mayo. Uma manifestação dos veteranos das Malvinas diante da Casa Rosada. Na Catedral Metropolitana, inspiração bizantina nos pisos de mosaico e muitos soldados passando diante do mausoléu do General San Martin. Uma viagem pelo metrô mais antigo da América Latina. Na linha A, os vagões ainda são de madeira, num charme extra a esta cidade com pretensões de ares europeus. Seguindo pela Calle Defensa, indo em direção a Santelmo.

Visita no El Zanjón. Antiga casa do século XVIII, sob a qual descobriu-se as ruínas de outra casa que remetia aos tempos da colonização primeira de Buenos Aires. Muita conversa, muita história. Depois, um pulo na Casa Mínima. E prosseguindo a caminhada até a Plaza Dorrego, com direito a muitas paradas nos antiquários. Almoço, pombos buscando alguma migalha e um casal dançando tango. Prosseguindo na caminhada, desta vez passando pelo Parque Lezama e indo em direção ao bairro de La Boca. La Bombonera desponta no horizonte. As casa coloridas do Caminito aparecem. Um quê de point turístico. Às beiras do rio Riachuelo, um cheiro ruim e a ponte Transbordador ao fundo.

Ônibus até Puerto Madero. Faltam moedinhas para pagar a passagem. Final de tarde. Pessoas remando nos diques, alamedas convidativas ao passeio. Caminhada suave e gostosa. Parada na fragata Sarmiento. Travessia pela Ponte de la Mujer de Santiago Calatrava. Visita ao Museo Fortabat. Um skyline noturno fantástico.

Caminhada até as galerias Pacífico. Um sorvete de doce de leite fantástico no Freddo. Um jantar no El Palacio de las papas fritas para provar as tão comentadas batatas souffle.


DIA 2
Agora caminhando no sentido oposto. Indo em direção ao Retiro. A estação Retiro parece a estação da Luz em São Paulo, só que é bem maior. Pegamos o trem até a estação Mitre. E de lá, o trem turístico para a cidade de El Tigre. Dá pra ver um pouco do rio da Prata ao fundo no caminho. Desembarque na cidade de El Tigre, visita no Puerto de Frutos. Sorvete de doce de leite, desta vez no Munchi's. Passeio de barco. Sensação de preguiça e vontade de ficar estendido sob o sol à beira de um dos braços no delta do rio Tigre. Retorno até a Buenos Aires. Da estação Retiro, seguimos pela calle Arroyo, um pedaço quase francês e que me fez lembrar também de Higienópolis. A rua Alvear concentra os palacetes e os hotéis luxuosos. Parada para um almoço tardio no hotel Alvear. Uma tábua de queijos e embutidos argentinos deliciosa. Caminhada até o cemitério da Recoleta.

O túmulo de Evita Péron é de uma simplicidade incrível. Na praça em frente ao cemitério, uma feira de artesanato acontecendo. Táxi até Palermo Viejo. E uma dura lição: sempre dar dinheiro certo para os táxis porque o troco pode vir em notas falsas. Caminhada pelas ruas de Palermo. Lojinhas de objetos de decoração, moda e design fazem lembrar a Vila Madalena. Táxi até o Retiro. Tentativa de ir até o El gato viejo teatro ferroviario. Nada, tudo fechado. Melhor não confiar tanto assim nos guias de viagem. Outro táxi, desta vez até o café Tortoni.

Na avenida de Mayo, uma parada de algum festejo folclórico boliviano. Roupas coloridas, danças ritmadas. No café Tortoni, alguma decepção. A confeitaria Colombo no Rio é muito mais bonita. Chocolate com churros para encerrar a noite.

Dia 3
Hora de ver um pouco mais da cidade. Um ônibus turístico circulando pela cidade pode ser uma boa pedida. Visão panorâmica de alguns lugares que já vimos. Descida na parada Palermo. Experimentando um autêntico choripan numa barraquinha no parque 3 de Febrero. Caminhada até o Jardim Japonês. Carpas coloridas, cerejeiras em flor, ponte vermelha em arco. Lugares contemplativos. De lá, caminhada até o MALBA. Acervo bem interessante de arte latino-americana. Muitos artistas brasileiros. E é claro, o Abaporu da Tarsila do Amaral. Depois, uma caminhada pela Recoleta, passando diante da Floralis Generica.

E indo a uma feira de arte: a Expotrastiendas. Algumas peças de arte contemporânea bem divertidas.

Parada seguinte: Museu Nacional de Belas Artes. Acervo fantástico, com muitos nomes importantes da pintura ocidental. Andrea della Robbia, Rodin, Chagall, Delacroix, Degas... Arte argentina: indo da arte pré-colombiana até a arte contemporânea. Vontade de voltar e conferir tudo mais calmamente. De lá para a livraria El Ateneo Grand Splendid. O paraíso para os aficcionados em livros. Tango eletrônico e algum rock argentino.
Final da noite num jantar no Siga la vaca, em Puerto Madero. Muita carne.

Dia 4
Último dia. Aproveitando para conhecer o bairro de Abasto. Um pouco mais afastado do centro, foi uma oportunidade para pegarmos o metrô. Desde a estação até o entorno, tudo lembra Carlos Gardel. O Museu Carlos Gardel estava fechado, aproveitamos para ver as casas decoradas com o fileteado típico.

A última parada antes do embarque foi na Confiteria Richmond, local que recebeu Jorge Luis Borges e muitos intelectuais.

De Buenos Aires ficam boas lembranças dos dias de sol e das paisagens novas, do clima cosmopolita, uma ponta de inveja pela cultura de preservação de patrimônio histórico e uma nota falsa de 50 pesos.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Ritual no Oficina


Grupo Uzyna Uzona, José Celso Martinez Corrêa, Lina Bo Bardi, "Os sertões". Sempre ouvi estes nomes associados ao teatro Oficina. Mas confesso que até então não tinha criado a coragem para embarcar na experiência.

Peças longuíssimas, público participando do desenrolar da trama, experiência dionisíaca. Isso ao mesmo tempo me atraía (ai, curiosidade geminiana) e me afastava (o medo, sempre o medo... e se eu não gostar, e se me pegarem para arrancar minhas roupas igual fizeram com o Caetano Veloso, e se, e se...).

Aproveitei o final de semana prolongado pelo feriado e resolvi arriscar. "O que você vai ver não é uma peça, é um ritual", foi o que me disseram.

Apesar das 6 horas passadas lá no espaço, a peça revelou-se uma experiência diferente. "Estrela brazyleyra a vagar" fala sobre a vida de Cacilda Becker. Flerta com diversas referências: de Hamlet a uma suruba dionisíaca, de citações a Grande Otelo e Maria della Costa a Marlene e Emilinha Borba, de Sérgio Cardoso a Procópio e Bibi Ferreira.

As soluções cênicas, as músicas, a integração entre público e atores em cena, o espaço cênico.. tudo isso torna a experiência de se assistir uma peça do José Celso, um quase "devo conferir" em algum momento da vida. Seja para amar, seja para odiar.

Exposições literárias


Continuo naquela correria de sempre: trabalho, acompanhar aberturas de exposições e algum estudo. Na semana passada, foram 3 aberturas de exposições. O que significa prolongar o trabalho até umas 22h00.

Para quem curte arte contemporânea, abriu uma retrospectiva de Pipilotti Rist. Quem é Pipilotti Rist? Eu que não estou ainda familiarizado com este meio da vídeo-arte e quetais, só ouvi falar desta ilustre desconhecida alguns meses atrás.

Interessante, mas acho que ainda me falta estofo para aprender a curtir este tipo de exposição. Por isso, pulo para as outras duas que vi.

A primeira é "Ocupação: Paulo Leminski", que está no Itaú Cultural. Vale a pena conferir para dar um breve mergulho na produção poética deste ilustre curitibano. Eu, particularmente, gosto muito de Leminski. Soa então um pouco suspeito este meu entusiasmo.




A outra exposição é "Encontro marcado: Fernando Sabino", na Casa das Rosas. A expografia valoriza muitos elementos lúdicos e, é um prato cheio para crianças. Mostra principalmente trechos do livro "O menino no espelho", que eu já tinha ouvido falar mas que nunca li. Espero suprir esta falta já que na saída da exposição acabei comprando um exemplar do livro. Do Fernando Sabino só li "Encontro marcado", lá nos idos do colegial. Lembro que na época gostei bastante.

sábado, setembro 19, 2009

Panes tecnológicas


Ansiedade, insônia, irritabilidade... alguns dos sintomas de síndrome de abstinência. E foi mais ou menos, em graus variados, que estes sintomas me assaltaram neste período com acessos limitado a internet.

domingo, agosto 23, 2009

Diários de viagem: Salto e Itú

Salto e Itú são cidades muito próximas. Aproveitei o fato da Secretaria estar organizando o Festival de Teatro Infantil em Salto e fui conferir algo das duas cidades. Já tinha passado pela região e me lembro vagamente de Itú (acho que na última vez que fui para lá, estava com uns 12 anos). Lembro do orelhão e das coisas gigantes. Desta vez, fui preparado para ver a parte histórica.

DIA 1 - Salto

Salto tem este nome por conta da existência de um desnivel no rio Tietê. Este "salto" foi retratado por vários artistas e recebeu a visita de vários ilustres (de Dom Pedro II a Debret). Lá na região da queda d'água, há o Complexo da Cachoeira. E lá, o Memorial do Tietê, contando a história do rio. Atrás dos vidros, um espetáculo triste: a cachoeira e a água espumando anormalmente por conta da poluição química. Parece ser meio tragicômico... o restante do complexo envolve um jardim de esculturas, uma ponte pênsil, a ilha dos Amores. Vistas lindíssimas de algo que temos que imaginar como limpo. O cheiro forte do rio, algo meio entre plástico e detergente, rendeu uma boa dor de cabeça. Espetáculo trágico sobre poluição. Educação ambiental pelo choque. Além disso, foi possível passear pelas construções históricas da cidade: a antiga fábrica de tecidos Brasital, convertida numa universidade; o museu da cidade, poucos objetos lidando com uma afetividade histórica e o parque Rocha Moutonnée.



O parque Rocha Moutonnée tem este nome por conta de uma rocha, tombada pelo patrimônio histórico-arqueológico, que prova que o Brasil passou por períodos de glaciação e ação de geleiras na região Sudeste na era de Gondwana.

DIA 2: Itú

Itú em tupi significa "salto". Então o marco geográfico no Tietê foi o responsável pelo nome de duas cidades. Em Itú há muito mais história que em Salto. Mas é uma pena que tudo estivesse restrito a visitação. Dos lugares de destaque e que pude visitar, somente o Museu da Energia e a igreja matriz é que chamaram a atenção.

O Museu Republicano estava fechado para restauro. O Espaço Cultural Almeida Jr. não abriu. E a Fábrica São Luiz foi um tanto decepcionante, assim como o Regimento Marechal Deodoro. Melhor voltar para Salto.

E lá em Salto, prosseguimos com uma visita ao monumento a Nossa Senhora de Montserrat, padroeira da cidade. Segundo informes, é o maior monumento mariano no mundo e a segunda maior estátua religiosa do Brasil (ficando atrás apenas do Cristo Redentor).

Logo ao lado, o parque de Lavras, onde se encontra a segunda usina hidrelétrica instalada no Estado. Lá, deu para ver mais nitidamente a espuma química formada nas águas do Tietê... O passeio se encerrou com uma boa empada frita, patrimônio cultural da cidade.

quarta-feira, agosto 19, 2009

História e a produção de conhecimento


Já decidi... na próxima vez que eu for à livraria, ficarei atento aos livros do historiador Peter Burke. Confesso que pouco sabia a respeito dele e de suas opiniões e palavras.

Hoje, participei de um seminário no qual ele foi um dos palestrantes. E, por tudo o que ouvi dele, de suas opiniões e da clareza de seu pensamento, fiquei tentado a conhecer um pouco mais. Sempre curti as abordagens multidisciplinares. E vi ali no que ele dizia algo que ia além da história. Envolvia antropologia, sociologia, ciência política, arquivologia...

Ao falar de conceitos de memória, mostrou a importância do conhecimento informal. Falou das memórias oficiais e não-oficiais e das diferentes abordagens na construção do conhecimento histórico.

E nisso, concordei em imediato com ele: a história se faz não apenas a partir dos registros oficiais. Afinal, registra-se apenas um ponto de vista ou a personalidade-líder. Em seu discurso, ele enfatiza a importância das contribuições daqueles que tradicionalmente não registram suas idéias.

Ou como Brecht citou em seu poema "Perguntas de um operário letrado":

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

domingo, agosto 16, 2009

Matemática... cadê você?


"Se hoje uma pessoa fosse parada na rua e lhe perguntassem o que é matemática, ela provavelmente responderia - se tivesse interesse em responder alguma coisa - que a matemática é o estudo dos números ou, talvez, que é a ciência dos números. A verdade é que essa definição era válida há cerca de 2.500 anos. Ou seja, a informação que o cidadão comum tem a respeito de uma das ciências básicas é equivalente à 25 séculos atrás!!!"

Neste desejo de mudar um pouco a percepção do "cidadão comum" sobre a matemática que o argentino Adrián Paenza escreveu o livro "Matemática... cadê você?". Acho que não é surpresa dizer que acabei de ler este livro... nem talvez seja mais surpresa o fato de eu sempre buscar assuntos diversos nas minhas leituras.

De projetos de educação para cidadania a matemática... diversidade de assunto sempre foi o que curti. E assim, não fico rodeando em cima de um único tópico.

Sobre este livro? Achei interessante, principalmente por conta das proposições de lógica. Foi bom saber um pouco mais... e posso confessar que depois de ler este livro, fiquei com vontade de descobrir um pouco mais.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Perseídeas


Quem disse que não existe sempre algo novo no ar... e desta vez cruzei com esta notícia. Ao que parece, o pico de meteoros será hoje. Então, de olho no céu... e preparem uma chuva de pedidos.

...................................

Hoje astrônomos e amantes da astronomia de plantão poderão conferir nos céus do mundo todo a chuva de meteoros Perseídeas.

A chuva de meteoros acontecerá na constelação de Perseus, por isso o seu nome Perseídeas. Apesar de poder ser visível em boa parte do planeta, o local mais visível da chuva de meteoros é o hemisfério norte.

Os meteoros são fragmentos do cometa Swift-Tutlle e por hora, cerca de 80 meteoros devem cruzar os céus de nosso planeta.

domingo, agosto 09, 2009

Farmville


Eis que surge no ambiente do Facebook um novo vício. Uns cliques aqui, outros ali e estava navegando pelo jogo Farmville. O enredo é bem simples: você é um fazendeiro e tem que tomar conta de sua fazenda. À medida em que vai executando atividades, ganha experiência e moedas.

Você pode juntar as moedas para comprar sementes e depois colher e ganhar mais moedas. Ou pode comprar decoração para sua fazenda, ou ainda árvores frutíferas ou animais. Tudo se resume a isso...

Um jogo simples mas viciante... tenho que tomar cuidado para não ficar acordando de madrugada para ver se os morangos já estão no ponto para serem colhidos. rsrs.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Back to work


Foram apenas 15 dias de férias... tudo passou muito rápido e nem fiz tudo aquilo que gostaria de ter feito. Agora, de volta ao trabalho, muitas surpresas. Já no primeiro dia, descobri que tinha de participar de duas reuniões (com quem e sobre o quê só fui descobrir depois... ainda bem que minha flexibilidade ajuda bastante nestas horas), que tinha documentos para ler e despachar no mesmo dia e que tinha que preparar um material informativo para uma reunião com o Secretário no final do dia.

É claro que as pastas com vários relatórios para ler e aprovar e as pendências de quem saiu em férias um dia antes de mim ficaram para depois. Juntamente com os e-mails e pedidos extras.

Neste ritmo, daqui a pouco, precisarei de mais férias...

terça-feira, agosto 04, 2009

Encontros


Nestas férias (curtinhas por sinal), aproveitei o fato de não ter ido viajar, para encontrar muitas pessoas que não via faz tempo. É claro que o tempo e alguns desencontros não permitiram que eu encontrasse muita gente. Mas dentre estes encontros que deram certo, fiquei contente por ter conseguido encontrar minha irmã.

Pois é... moramos na mesma cidade, em bairros não tão distantes um do outro, mas mesmo assim, dificilmente conseguimos nos encontrar. Horários que não se conciliam, agendas desencontradas. E neste andor, passa o tempo e lá se foram uma semana, um mês, um semestre e não conseguia nem encontrar muita gente.

Assistir um filme que você nem estava a fim passa a ser apenas um pretexto para poder colocar a conversa em dia. Da mesma forma que uma visita a uma exposição de um designer francês no Instituto Tomie Ohtake. Ou comer um pedaço de torta de ameixa (que nem gosto tanto) num café apenas para sentir a presença do outro e dar aquele abraço para matar saudades.

No final das contas, muita coisa virou motivo para um encontro. E fico contente em saber que muita gente topou estas propostas inusitadas do tipo "ir até um sebo para buscar um livro encomendado" ou "ir até um pet-shop para desanuviar a idéia de comprar um passarinho" para simplesmente ter o momento de encontro.

domingo, agosto 02, 2009

Ouvindo música: "Take me as I am" com Au revoir Simone



Do you know when you were already born
Do you know this is the way it would be
Do you know when you were already born
You were already you and i already me

So take me as i am
Take me as i am

I know
It's easier said than done
But we've talked a million hours
To end up just where we begun
In this time we're passing
With these distractions
We could be having fun

So take me as I am
Take me as I am
Forget your plans

Do you know when you were already born
Do you know this is the way it would be
Do you know when you were already born
You were already you and I already me

So take me as I am
Take me as I am
Forget your plans


**Esta banda eu descobri por conta da Marina, minha companheira de apartamento.

sábado, agosto 01, 2009

Aprendendo sempre


Rubem Alves é um autor que descobri nestes anos recentes. E em sua narrativa simples e sincera tem me feito pensar em muita coisa.

O primeiro livro que li dele era a experiência na Escola da Ponte (que já comentei há algum tempo atrás neste blog) no livro "A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir". Agora, veio "Aprendiz de mim - Um bairro que virou escola", livro no qual relata suas impressões sobre o Projeto Escola Cidade Aprendiz.

Ler sobre estas experiências educacionais sempre me faz ter a esperança de se chegar num mundo melhor. E é aí que está a doçura que apreendo destas minhas leituras destes livros do Rubem Alves: reforço minha crença de que mudar é possível. E isso também me inspira a seguir tentando fazer alguma diferença de alguma forma.

O projeto Escola Cidade Aprendiz traz uma série de iniciativas em educação para a cidadania, inserindo através de projetos de comunicação e arte a expressão de pessoas que geralmente não tem voz.

E Rubem Alves dá um vislumbre deste trabalho através das pessoas que constroem o projeto. Fica muita coisa pra mim desta leitura, mas destaco um trecho da conclusão do livro, um trecho no qual ele lembra algumas palavras de T.S.Elliot:

"Velhos homens devem ser exploradores, não importa onde... Temos de estar sempre nos movendo, na direção de uma nova intensidade, para uma união a mais, uma comunhão mais profunda, nos movendo através de uma desolação escura, fria e vazia, o grito dos sons, o grito do vento, as águas imensas, as gaivotas e os golfinhos: no meu fim está o meu início".

sexta-feira, julho 31, 2009

Savoir-vivre


Há uma expressão que denota aquela sabedoria apreendida e que nos permite bem-viver, curtindo os prazeres que a vida oferece. Sempre gostei de expressões em outras línguas... desta forma, é como se eu expandisse também o meu conhecimento do mundo. Será que existe uma palavra em português que expresse o mesmo que "savoir-vivre"?

Bem, lembrei disso porque nestes meus últimos dias de férias, tenho tentado fazer aquilo que sempre quero fazer e nunca faço por falta de tempo. Hoje assisti dois filmes no cinema em sequência. Faz um tempo que não fazia isso...

Coincidentemente, os dois filmes me fizeram pensar sobre este termo: "savoir-vivre". Dois filmes, duas origens diferentes (um filme japonês e outro, francês), duas culturas. Meios diferentes de dizer a mesma coisa.

O filme japonês é "A partida" de Yojiro Takita (e eu recomendo fortemente). O filme francês é "Paris" de Cedric Klapisch (o mesmo diretor de "Albergue espanhol" e "Bonecas russas").

Em "A partida", usa-se o contraponto da morte para falar da vida. Há momentos tragicômicos, há momentos em que chorei bastante. Um filme delicado, envolvente e deliciosamente catártico. Há tantas nuances ali... tantas lições que se pode apreender: desde "é preciso perdoar para seguir adiante" até "dê valor aquilo que é importante quando realmente é tempo".

Os rituais de despedida sempre são tristes para os que ficam. Mas, de uma certa forma, o filme reforçou minha crença de que a morte é um momento natural.

Em "Paris" sente-se aquela cacofonia típica das metrópoles. A cidade é parte principal no enredo que congrega várias estórias que se entrelaçam. Da aluna cuja falta é unir beleza e juventude em demasia, do bailarino que se descobre com uma doença fatal, do feirante que busca superar a separação, do engenheiro que se incomoda por ter uma vida normal, do historiador que não acredita em psicanálise e vai ao psicanalista... Nesta multidão de vozes anônimas umas para as outras, percebe-se a ansiedade de se viver.

Acho que estou meio filosófico ultimamente...

quinta-feira, julho 30, 2009

Jules et Jim


Há sempre uma lista de livros, filmes, peças de teatro, músicas que todos citam como clássicos ou referências. E sempre há aquelas listas dos 100 melhores ou dos imperdíveis... bem, eu juro que tento não me deixar conduzir por conta destas listas mas a curiosidade sempre fala mais alto.

E foi assim que fui pedir emprestado o DVD do filme "Jules e Jim" de François Truffaut. De Truffaut conheço algumas coisas... assisti "Os incompreendidos" e "A mulher do lado", e também "A história de Adele H.".

Dos cineastas da chamada Nouvelle Vague, acredito que seja o que mais tenha visto. Bem, mas sobre o que é o filme?

Basicamente é um filme que trata de amizade e de amor. Mas o amor numa perspectiva diferente: é possível amar com a mesma intensidade pesoas diferentes? Existe um amor absoluto que seja livre de ciúmes e hipocrisias?

O amor, por ser algo tão procurado, talvez seja também aquilo que possa mais nos frustrar. Algo intenso e contraditório.

O filme mostra isso abrindo com:

"Você disse, "Eu te amo", eu disse, "Espere". Eu ia dizer "Leve-me com você", você disse, "Vá embora".

quarta-feira, julho 29, 2009

O grupo Baader-Meinhof


Na minha ignorância, sabia apenas que o grupo Baader-Meinhof era um grupo terrorista alemão e que tinha sido citado no título de uma música do Legião Urbana ("Baader-Meinhof Blues", aquela do "afinal amar o próximo é tão demodê").

Hoje fui assistir o filme "O grupo Baader-Meinhof". Foi algo bem instrutivo e que me instigou a buscar um pouco mais sobre a hístória do grupo. Para quem quiser mais, é só clicar aqui.

De uma certa forma, o filme me fez refletir sobre o uso da violência (que ainda continuo achando injustificável. Sou daqueles que acredita que violência traz mais violência num ciclo vicioso) e sobre a ansiedade da juventude em mudar o mundo.

O ímpeto em agir e mudar o status de muita coisa... talvez haja testosterona demais. Lembrei de uma fala de um personagem do filme "Edukators" (um filme fantástico): ele que já tinha sido líder estudantil e participado dos eventos de 68, agora se msotrava um pai de família integrante da burguesia. Explicava para os que o sequestraram que ele também pensava da mesma forma que eles quando tinha a idade deles, mas depois com os filhos e as responsabilidades, acabou repensando muita coisa.

Será que é algo realmente cíclico?

terça-feira, julho 28, 2009

As veias abertas da América Latina


Há algumas leituras que faço por pura curiosidade. Ouço tanto falar de alguns livros que acabo querendo ler para poder ter uma opinião a respeito que parta de mim mesmo e não de resenhas nem de críticos. E foi assim que acabei escolhendo "As veias abertas da América Latina" de Eduardo Galeano.

O livro, escrito no final de 1970, é um documento histórico. Registra a manifestação de um pensamento claramente de esquerda com aqueles já tão conhecidos sermões contra o imperialismo capitalista. Ao falar sobre o período colonial da América Latina traz dados interessantes, apoiados em números e citações. Na evolução sobre a exploração pelo sistema capitalista dos países periféricos, dá certo foco ao poder das grandes corporações.

E nisso, sua mensagem coaduna com documentários recentes como "The corporation" e "Zeitgeist". Fica apenas uma curiosidade: será que o autor não se proporia a fazer uma nova versão atualizada, englobando fatos como a subida da China, Rússia, Brasil e Índia na economia globalizada? O que será que ele teria a dizer sobre fatos como a Embraer, empresa brasileira, superando a Bombardier, empresa canadense, no segmento de aeronaves médias? E sobre a expansão da Petrobrás na exploração dos campos de gás natural na Bolívia e na compra da YPF, estatal do petróleo argentino?

segunda-feira, julho 27, 2009

Pequenos momentos gastronômicos


Adoro morar em Pinheiros. O bairro tem aquele quê de pacato com umas vilas e ruas perdidas no bairro, com aquelas casinhas resistindo entre prédios e a proximidade com vários programas: para quem quiser um cineminha, basta ir até o Cinema da Vila. Uma haapy hour com os amigos? A Vila Madalena está logo ao lado. Compras? Pertinho dos shoppings centers Iguatemi e Eldorado.

Neste domingo, curti uma caminhada pelo bairro. E o que mais curto nestas caminhadas é descobrir lugares que às vezes me passam despercebidos. E foi assim que descobri a Casa da Lana. Logo na porta, um pequeno cartaz dizendo que ali estava a melhor lasanha da cidade. Bem, com uma chamada destas, fui lá provar.

O restaurante é realmente uma casa... com direito a poder comer na mesa da sala de jantar, usar o lavabo perto da copa e beber nos copos retirados diretamente da cristaleira. A cozinha foi montada numa edícula e dava pra ver a Lana comandando a montagem dos pratos.

Cardápio enxuto. Entradas: uma caponata com pinoles e uma salada de folhas com músculo. E a lasanha estava realmente boa. Um molho bem equilibrado e sem exagero, massa leve.

De lá, fui tentado pelo meu amigo a conhecer o café "O melhor bolo de chocolate do mundo". Claro que fui direto no bolo... Se é o melhor bolo de chocolate do mundo? Isso não sei dizer, mas que é diferente... bem isso, ele é. Um bolo sem farinha com uma merengue servindo de base. Eu peguei o com chocolate meio-amargo e mesmo assim, achei doce demais.

Twitter


Pois bem... demorou mas resolvi experimentar o Twitter. Agora tem mais uma coisa na internet para verificar. Além do tradicional Orkut e do Blogger, vou tentar o Facebook e o Twitter.

Sensação de malabarista que acabou de receber mais dois pratos para girar...

sexta-feira, julho 24, 2009

Retalhos


Terminei de ler o romance em quadrinhos de autoria de Craig Thompson: "Retalhos".

De uma certa forma, ao contar sobre sua trajetória plena em dúvidas existenciais e questionamentos filosófico-religiosos, o autor fala de maneira universal. Do particular vislumbra-se um pouco do universal.

É claro que aquela é a realidade do autor: uma família extremamente religiosa, lembranças muito particulares. Mas estão ali sentimentos universais: a culpa, a dúvida, o medo.

A leitura flui, tanto que as mais de 500 páginas (isso mesmo e pra ser mais exato: 582 páginas) foram devoradas instantaneamente.

Há uma frase que ficou bem marcada para mim: "Usamos rituais como aparatos mnemônicos, as festas como rituais com significados e as estações como instrumentos de medição."

Comovente, delicado, desenhos maravilhosos, sinceridade dolorosa.

terça-feira, julho 21, 2009

Diário de viagem: Minas Gerais

Feriado regional é ótimo. Ainda mais quando cai numa quinta-feira e tem emenda de sexta. Dia 09 de julho celebra-se a Revolução Constitucionalista de 1932 no Estado de São Paulo. Hora dos paulistas aproveitarem e conhecerem outros recantos...

Dia 1Chegada em BH pela manhã. Caminhada pela região do Centro.

Parque Municipal. Palácio das Artes. Museu de Artes e Ofícios. Museografia interessante. Praça da Liberdade. Um prédio que já evoca as curvas do Copan. Complexo da Pampulha. Igreja de São Francisco de Assis. Charmosa. Murais de Portinari. Azul, azul, azul. Casa do Baile. Uma pré-marquise do parque do Ibirapuera? Museu de Arte da Pampulha. Ótimas vistas. Exposição mediana. Chama minha atenção a obra do Francisco Poteiro. Chegada em Ouro Preto pela noite. Frio e ruas desertas.

Dia 2

Caminhada pelas ruas de Mariana. Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Museu Arquidiocesano. Destaque para a Fonte da Samaritana e para o São Benedito. Praça Minas Gerais. Igreja da Nossa Senhora da Conceição. Igreja de São Francisco de Assis. (curti os painéis pintados pelo Mestre Athaíde). Pelourinho. Casa de governo e prisão. Concerto de órgão na Sé. (dizem que é o único deste tipo em atividade na América). Trem para Ouro Preto. Algumas cachoeiras. Muitas áreas erodidas por conta da mineração. Em Ouro Preto, muita gente. Praça Tiradentes. Igreja Nossa Senhora do Pilar. (um exagero de detalhes. Muito dourado e muita coisa para se ver no teto e nas paredes e no altar). Museu de Arte Sacra (acho que o de São Paulo é melhor). Muitas ladeiras e aquele chão meio complicado de se caminhar. Museu da Inconfidência. Nova museografia interessante. Aspectos da vida em Ouro Preto nos tempos da inconfidência. Muitas peças de mobiliário e de arte sacra. (Vale a visita). Casa dos Contos. Uma antiga senzala. Sistema sanitário engenhoso. Coleção de moedas e medalhas. Perdido nas ruas de Ouro Preto. Igreja de São Francisco de Assis fechada. Fica para o dia seguinte.

DIA 3

Mariana pela manhã. Museu da Música. Esperava mais do que acabei vendo. Seminário São José. Topázios imperiais incrustados na escadaria externa. Igreja de São Pedro dos clérigos. Altar todo em jacarandá. Subida na torre do campanário. Parada para uma conversa com uma artista plástica de arte contemporânea. Descobrindo a história de Sinhá Olímpia Cota. Ouro Preto após o almoço. Horto dos Contos. (passeio rápido, mas que merece um bom tempo para apreciar a paisagem). Igreja São Francisco de Assis. (agora sim!). A "Capela Sistina" brasileira. Aleijadinho e Mestre Athaíde juntos. Casa da Ópera. O teatro em funcionamento mais antigo da América. Casamento na igreja de Nossa Senhora da Assunção. Parada no bar do hotel. Pastéis de angu e sucos. Chocolate quente na noite fria de Ouro Preto. Missa na Igreja de São Francisco de Assis. Jantar no restaurante Bené da Flauta. "Quem é muito no começo, chora de saudades no final". Festival de Inverno de Ouro Preto. Show de Milton Nascimento e a banda Lado B. Canções e partidas. Maria, Maria. Caçador de mim.

DIA 4

Muitas horas de viagem. De Mariana a BH. De BH a Inhotim. Centro de Arte Contemporânea de Inhotim. Vale a visita. Um parque com várias galerias e obras montadas no jardim. Burle Marx convive com Cildo Meirelles. Hélio Oiticica está bem pertinho de Matthew Barney. O pavilhão de Adriana Varejão é deslumbrante. Encerrando a temporada mineira com chave de ouro. De Inhotim a BH. Em BH dá tempo ainda de pegar uma quermesse. Cachorro-quente, canjica, refrigerante. Muitas horas até São Paulo...

segunda-feira, julho 20, 2009

Apenas o fim


"Apenas o fim" é uma grata surpresa em exibição. Aquela alma de filme independente, diálogos rápidos e incisivos. Um retrato de uma geração feito num momento em que os personagens discutem o relacionamento. O relacionamento? É apenas o fim. Doloroso, mas de certa forma, aceito de forma normal e sem grande dramas. Há lágrimas? Algumas. Há perguntas? Muitas. Há dúvidas? Sempre.

Uma geração que fala de tartarugas ninjas, pokemon, cavaleiros do zodíaco, tamagochi, Britney Spears, Backstreet Boys, Super Mario. Esta geração que hoje está nos 20 e poucos anos. De certa forma, senti o peso da idade... afinal, sei de muitos destes assuntos porque tenho um irmão mais novo.

Será que conseguirei acompanhar as referências de um filme que for feito falando das pessoas que terão "20 e poucos anos" daqui a 10 anos?

domingo, julho 19, 2009

Diário de viagem: Na Rio-Santos

A comemoração do meu aniversário deste ano não foi marcada por festas nem por brindes em bares nem por bolos e velas. Comemorei da forma como sempre quis: viajando e vendo novas paisagens, sentindo novos ventos, provando novos sabores e aromas.

Peguei emprestado o carro da Zilda, ganhei a companhia do Julio, da Marina e do Nabor e tomamos o caminho da Rio-Santos. Fazendo a linha do litoral paulista e carioca. A idéia era seguir pela estrada e curtir os dias do feriado de Corpus Christi fazendo paradas onde quisesse.

O resultado compartilho agora...

DIA 1

Saída de Sampa. Perdidos no caminho. Sol nascendo. Primeira parada: posto de gasolina para ir ao banheiro. Segunda parada: mirante na Mogi-Bertioga. Cachoeira e totens esquisitos. Parada na Barra do Sahy. Ninguém estava adequadamente vestido para praia. Caminhada pela vila. Seguindo viagem. Centro histórico de São Sebastião. Pessoas trabalhando na confecção dos tapetes de serragem. Sorvete Rocha. Guaraná Piracaia (numa garrafa reciclada de cerveja). Ubatuba. Projeto Tamar. Muitas tartarugas nos tanques. Peixe com banana. Chegada a noite em Paraty. Cachaçaria e uma receita estranha.

DIA 2

Dia nublado. Garoa o tempo todo. Centro vazio. Passeio de escuna. Mar esverdeado. Falta de coragem para mergulhar. Teatro de Bonecos. Temas polêmicos, muita técnica e trilha sonora harmoniosa. Jantar em restaurante tailandês. Ótimo refresco de hortelã.


DIA 3

Trilha pelas ruínas da Estrada Real. História, geografia, biologia, preservação patrimonial e ambiental. Tudo num único passeio. Final da trilha num alambique. Pequeno estresse: perda da carteira. Carteira reencontrada e intacta. Ida até Trindade. FInal de tarde fantástico. A caça pelo camarão-casadinho. Recomendo o quiosque Dito e Feito. Preço justo e prato bem feito.

DIA 4

Preparativos de retorno. Almoço no Quilombo do Campinho. Comida farta e barata. Parada na praia da Fazenda em Ubatuba. Frutas diferentes, faixa de areia deserta. Mata atlântica ao fundo emoldurando a paisagem. Back to reality. Segunda-feira é mais um dia de trabalho. E já sonhando com a próxima...

sábado, julho 18, 2009

Recomeçando


Por que confiamos tanto nas máquinas? Esse amontoado de peças de metal e plástico e silício que acumulam textos, imagens, filmes e tudo o mais que você foi coletando durante sua história?

Bem, não sei o porquê ainda não aprendi a lidar com isso. Mais uma vez o meu HD foi zerado e perdi muita coisa do final de 2008 para cá. 6 meses deletados... ainda bem que muita coisa já estava na net. Alguns arquivos no Gmail, outros arquivos em discos de backup...

E lá se foram as fotos da minha viagem a Curitiba... puxa vida, aquela viagem de trem até Morretes tinha rendido ótimos registros. Mas, vamos adiante. E achar uma forma de manter os arquivos sempre duplicados em algum outro lugar que não no computador.

domingo, junho 07, 2009

O amor é importante, porra.
















Um soco direto na alma. Para lembrar o que esquecemos na correria.