domingo, setembro 19, 2010

Alucinando no final de semana

"(...)Fazer do meu peito uma caixa de ódio como um coração que não quer perdoar...". As palavras da letra da música de Lupicínio Rodrigues saíam teatralizadas durante o show de Arrigo Barnabé.

O Casa de Francisca, um lugar que eu queria conhecer faz um tempo, reabriu. E a programação, mais atraente do que nunca. Eu, Cláudia e Cláudio alucinando na descoberta de algumas músicas do Lupicínio Rodrigues naquelas interpretações do Arrigo Barnabé.

Vontade de comprar o DVD do show que será lançado em breve.

Depois do show, algumas horinhas de sono e o domingo começava bem cedo.



O trem que antes havia abandonado a estação de Paranapiacaba voltou. O Expresso Turístico entrou em operação e, nesta primeira viagem foi possível perceber a grande expectativa, tanto por parte dos turistas quanto por parte dos moradores da vila histórica.

Para quem não conhece, o passeio vale a pena para conhecer a vila histórica e ser recebido pela simplicidade e por sabores exóticos. Um chá de gengibre na Casa de Chá Tradições da Serra. Um suco de cambuci, fruta típica da Mata Atlântica, com gostinho ácido e levemente adstringente. Enfim, sabores que inevitavelmente associo a estas minhas visitas ao "lugar de onde se avista o mar" (tradução do tupi para o português da palavra Paranapiacaba).

quarta-feira, setembro 15, 2010

Meu nome é ...


Eu sou um daqueles que tem nome duplo. Só que geralmente me chamam apenas pelo primeiro nome. O segundo nome é aquele que muitas vezes poucos conhecem. Mas, ultimamente, não entendo o porquê, tenho percebido as pessoas me chamando pelo segundo nome.

Sempre me identifiquei mais com o primeiro (mentira, sempre fui mais identificado com o primeiro. Eu na verdade me identifico com a combinação dos dois). Quando me chamam pelo primeiro nome, a resposta vem quase no automático.

Hoje, no almoço, ouvi alguém chamando outra pessoa. Coincidentemente chamavam alguém que tinha o mesmo nome que o meu segundo nome. Mas como não respondiam, resolvi ver porque não faziam a pessoa parar de chamar insistentemente. Aí percebi que eu era a pessoa chamada.

Pelo visto terei que ficar atento quando chamarem também meu segundo nome... ainda bem que, apesar de geminiano, não tenho propensão a múltiplas personalidades. Já pensou? Ser cem, ser cento e cinquenta como dizia o heterônimo de Fernando Pessoa?

segunda-feira, setembro 13, 2010

Por que eu trabalho com cultura?


Para eu sempre mudar o ponto de vista pelo qual eu defino algo. Para ouvir perguntas como "Com o que se parece uma chama depois de apagar?". Para reconhecer o outro e garantir a participação na cultura do outro quando o outro assim o desejar. Para manter a conectividade com o mundo. Para apoiar os projetos de educação mesmo contra a vontade da própria sociedade. Para ouvir mais do que falar. Para dar vida à imaginação. Para ampliar repertórios simbólicos. Para aprender. Para desaprender. Para reaprender. Para demolir as bases do que aprendi antes. Para singularizar. Para melhorar o mundo. Para trabalhar em prol da cidadania cultural permeada por formação estética e senso ético. Para fazer alguma diferença num mundo em que tudo está facilitado e onde a intenção da produção local é apresentar-se no palco do mundo. Para ser feliz através da realização profissional...

domingo, setembro 12, 2010

EXistência


Deus existe? Ou Deus esta morto? Ontem, numa destas conversas que rolam ao final de um jantar, a discussão rolou em torno da crença em Deus.

"Você é ateu, Luiz?". E eu simplesmente disse que acredito que há alguma força fora de nosso conhecimento. E acho que isso possa ser chamado de Deus. Da mesma forma que possa ser chamado de Força.

Talvez Deus seja apenas um nome para definir algo genérico e que não possamos explicar. Ou um nome para definir muitas coisas. Aquilo que mantém as partículas de matéria juntas pode ser chamado de força nuclear forte ou força nuclear fraca ou pode ser chamado de Deus.

Aquilo que mantém a vida das plantas pode receber o nome de Deus ou fotossíntese. Enfim, tudo parece ser apenas uma questão de nomes. E não se deve confundir um sentimento de espiritualidade com religiões estruturadas, não é?

It's a little bit complicated...


Ainda influenciado pela leitura recente de "Admirável mudo novo", vejo diante de mim a frase que ilustrava o comportamento sexual e afetivo das pessoas num futuro imaginado por Aldous Huxley:

"Cada um pertence a todos".

Nesta visão de futuro, não haveria espaço para relações monogâmicas e exclusivas e, consequentemente, para ciúmes e neuroses advindas da fidelidade e do romantismo. Eu desejo alguém? Simplesmente sigo e satisfaço meus desejos.

Um virtual friend de longa data, o Leo Saraiva, comentou meu post passado e disse que não estamos longe (do futuro imaginado), "basta virarmos a esquina do tempo".

Acho que ele tem razão, pelo menos neste campo do comportamento afetivo... e os sinais já se fazem explodir diante do meu campo de visão. Uma pessoa que acabo de conhecer declara que está casada há 36 anos e que a fidelidade é um mito. Outro diz que se relaciona com casais para esquecer dos próprios problemas.

E fico vendo que no meio de tantas particularidades, o meu relacionamento atual acaba parecendo uma exceção. Quase uma situação anacrônica. Qual será o equilíbrio entre relações objetivas e relacionamentos românticos?

quinta-feira, setembro 09, 2010

Futuros possíveis


Nestes últimos tempos resolvi ler livros que tinha deixado de lado e reler outros livros que o tempo deixou apenas a trama central na memória.

E nesta onda, acabei embarcando em George Orwell e Aldous Huxley. Duas visões distintas de futuro: ambas um tanto totalitárias, só que cada um seguindo vertentes distintas. "1984" com o Grande Irmão e a vida dominada pelo Partido, a história controlada ad-nauseum, uma vida de sexo controlado, onde prazer estava em segundo plano e o dever para com a nação vinha sempre em primeiro lugar. "Admirável mundo novo" com o fim da família, sexo livre e consumo hiper-estimulado, uma visão liberal de mundo com controle hipnopédico.

E lendo e relendo estes livros, fica a questão: será que estamos mesmo tão longe destas visões de mundo?

quarta-feira, setembro 08, 2010

Feeling alive


Primavera chegando. E eu ando em algumas dúvidas sobre o caminho de cá ou o caminho de lá. Criança cheia de "por ques". E o tarô simplesmente joga a carta dos enamorados: hora de sair de cima do muro e tomar alguma decisão.

Medo de tomar a decisão errada. Sigo no trabalho atual ou arrisco em uma nova oportunidade? Fico nesta cidade ou mudo para outra e recomeço em outro lugar? Tenho a sensação de estar sempre recomeçando. Mas não acho que isso seja ruim.

Acho que me apaixono muito fácil. E sou meio viciado nesta sensação. Apaixonar-me traz cores novas e algumas dores. O ruim é nutrir paixões por esperanças tolas. E a primavera nem chegou... pelo visto o renascer começará intenso.